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EDUCAÇÃO

A juventude tem papel fundamental na mudança da cultura política, defendeu Serraglio

O deputado federal, Osmar Serraglio (PMDB) proferiu palestra aos acadêmicos de Direito e Ciências Contábeis da PUC – Toledo, na noite de quinta-feira (31), sobre Reforma Política. Serraglio falou à reportagem sobre a Reforma ideal e a possível, as principais dificuldades e os desafios colocados para a juventude na transformação da cultura política, mas para isso é romper com a apatia política. O deputado comentou também sobre a CPI do Cachoeira e  disse estar preocupado com o julgamento do mensalão.

 

01/06/2012 - 18:52


Osmar Serraglio conversou com a imprensa e disse que a Reforma Política ideal é utópica, mas é preciso articular a possível. “A grande dificuldade que a gente tem para fazer a Reforma Política, e eu acompanho essa discussão há muito tempo, é a falta de voto no plenário, enquanto a gente não costurar alguma coisa que tenha chance de aprovação fica apenas tramitando”.

O deputado apontou o voto distrital como um modelo ideal, mas ainda assim, difícil de implementá-lo. “Tudo o que você pega como modelo terá suas qualidades e seus defeitos. Eu acho que o voto distrital misto, como o que tem na Alemanha seria uma grande coisa. Agora é evidente que para implantar leva muito tempo, não é algo que você diga a partir de agora nós temos o voto distrital. É difícil construir este sistema, demanda muito tempo”.

Serraglio analisa que o sistema de voto distrital dos Americanos, embora seja puro (único), é democrático e dinâmico. “Eles vão mudando as fronteiras, as divisas dos distritos. Para implantar o voto distrital é preciso ser muito democrata e o brasileiro ainda não é muito. Se ele chegou ao poder através do modelo vigente, então ele se apega a esse poder e quer prosseguir assim”.

Para o deputado o fim das coligações já seria um bom começo. “Um avanço enorme seria o fim das coligações e há certa convicção sobre isso, mas o problema é quando você vai tentar colocar, os partidos pequenos acham que você quer sufocá-los e aí usam como exemplo o PT. Eles dizem se fosse de outro modo o PT não teria chegado aonde chegou, que começou lá no passado pequeno, foi se estruturando e se realizou”.

O modelo eleitoral vigente cria distorções na avaliação de Osmar Serraglio.  “Hoje no congresso você tem 23 partidos e você não teve eleições para 23 partidos, a maioria entrou lá por coligação, então hoje você votou no João e elegeu o Pedro”.

O deputado disse que o Ficha Limpa é positivo, mas por outro lado lamenta a necessidade dela existir.  “É uma tristeza você dizer que é preciso fazer uma Lei para as pessoas não votarem em algum ficha suja, é como disséssemos que o povo precisa ser tutelado porque não sabe o que faz. Vota em gente que não devia estar lá. Isso deveria ser automático da própria cultura”.

Osmar Serraglio foi relator do mensalão e mostrou-se preocupado com o desfecho.  “Eu fui relator do mensalão e aí na Câmara você entra no elevador e lá está o cara que você mostrou para o Brasil inteiro o que ele fez. E ele está lá porque o povo votou. A sociedade vai ficar muito decepcionada se não houver uma reprimenda – isto tem que acontecer. Eu posso estar equivocado, mas chega dar um desespero no que pode acontecer neste julgamento”.

Serraglio adverte ainda que as CPIs acabam tendo um cunho político. “É para dizer que a coisa é generalizada”.  Ele ainda comenta o silêncio dos investigados na CPI do Cachoeira. “O silêncio dos investigados na CPI é legal, mas não é moral. Quem realmente é honesto não se cala, vem com veemência para provar sua inocência. Este é um silêncio comprometedor”.

O papel da juventude na mudança da cultura política é fundamental, apontou ou deputado.  “Bertold Brecht já dizia o pior analfabeto é o analfabeto político, porque ele não sabe que são os políticos que estão decidindo tudo na vida. É aquela história os bons que não se propõe a isso vão ter que suportar os maus e é isso que a juventude esta fazendo ao não participar da vida política. Os jovens já convivem com a desconfiança em relação aos políticos, mas eles não devem se omitir”.

A Coordenadora do curso de Direito da PUC, Tatiana Orlandi explica que o curso deve promover algumas palestras durante o ano. “Na verdade, não será uma semana acadêmica, pois, como estamos começando o curso decidimos promover alguns ciclos de palestras, nossa ideia é ter de três a quatro palestras durante o ano. Esta sobre Reforma Política, com o deputado Osmar Serraglio é a primeira, em agosto vamos discutir o Novo Código Florestal e em outubro e novembro teremos outras palestras com os temas a definir”.

Para Tatiana o foco principal do Ciclo de Palestras é trazer os acadêmicos de direito, contábeis e o público externo para o debate de temas relevantes à sociedade. “Acreditamos que o tema discutido hoje é interessante, pois vivemos em um ano eleitoral e as discussões sobre Reforma Política e Ficha Limpa são muito pertinentes”.

A coordenadora salientou a necessidade de formar profissionais comprometidos com as boas causas da sociedade. “Queremos discutir temas que sensibilizem a sociedade e principalmente os nossos acadêmicos. Queremos que pensem a política e não fiquem com o sentimento de aversão a política, pois ela faz parte da nossa vida. Nosso objetivo é formar acadêmicos críticos que possam contribuir para melhor o nosso país, nosso estado e o nosso município”.

Por Selma Becker 

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