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Nosso intuito é dar uma sacudida nos vereadores, porque este aumento foi muito alto, defendeu o estudante

O Plenário da Sessão da Câmara Municipal de Vereadores, diferente do que normalmente acontece, estava lotado. Eram estudantes com nariz de palhaços, rostos pintados e cartazes nas mãos que davam vida ao Legislativo. Alguns estavam lá não pelo protesto, mas para conhecer a Casa, outros exercendo a sua cidadania, pois foram levar o seu protesto, a sua indignação pelo rejuste aprovado ao subsídio dos vereadores, que a partir de janeiro de 2013 será de R$ 10 mil. Não estava na pauta dos estudantes, mas a partir deste mesmo período o salário do prefeito será de R$ 20 mil, do vice-prefeito R$ 10 mil e dos secretários R$ 8.500 mil. Embora o que motivou a mobilização, organizada através das redes sociais, tenha sido o reajuste dos salários, nas queixas estava latente uma vontade de participar da vida política da cidade. Mesmo com a imaturidade juvenil apontaram talvez algumas questões de argumentos frágeis e generalistas, mas outras que são irrefutáveis.

05/06/2012 - 16:10


Os vereadores abriram espaço na Tribuna Livre para que os jovens se manifestassem. Havia ali uma lacuna de gerações que experimentaram a política de forma e em tempos diferentes. Os estudantes alegavam que havia pouco comprometimento dos vereadores com as causas da cidade e que os salários eram abusivos, desproporcionais aos salários de outros segmentos da sociedade, como os professores que têm uma missão, no entendimento deles, muito mais relevante.

O estudante Mateus Jacobs conversou com a reportagem sobre o protesto e a expectativa da juventude. “O nosso intuito é dar uma sacudida nos vereadores porque este aumento foi muito alto, cerca de 40%, enquanto o salário mínimo foi 15%. E ainda os professores ganham muito pouco para fazer um trabalho muito mais importante, pelo menos, para aquilo que esta sendo feito”, avaliou o estudante.

Mateus Jacobs queixou do que ele chamou de pouco interesse dos vereadores. “Eles demonstram falta de interesse pelo assunto da pauta”. Ele reclama também do comportamento dos vereadores durante a sessão. “Estamos aqui para mostrar nossa indignação e para exigir atitudes deles. Queremos mostrar não só para o Legislativo, mas também para toda a sociedade que eles não estão trabalhando corretamente”.

Os vereadores de forma geral elogiaram a presença dos estudantes, mas por outro lado, alegaram que os jovens estavam pouco informados sobre o papel do Legislativo e a rotina dos vereadores. João Martins disse que as críticas colocadas não refletem o dia a dia, pois segundo ele, vem de pessoas que não acompanham a rotina da Casa.

Leoclides Bisognin disse que graças às lutas do passado, pelas liberdades democráticas, garantia a liberdade de expressão dos jovens que foram a Câmara na segunda-feira. “Nós temos que respeitá-los, mas vocês têm que nos respeitar porque ninguém aqui está por imposição, mas porque fomos eleitos”.

Luis Fritzen contou aos jovens que antes de 1988 os vereadores votavam seus salários após serem eleitos e a partir da nova Lei Orgânica e Regimento Interno, os vereadores  promoveram esta alteração garantindo que o reajuste só pode ser votado para as próximas legislaturas.

Paulo dos Santos fez a defesa de que o Legislativo de Toledo é uma Câmara Econômica. “No próximo ano, o Orçamento do Município vai chegar próximo de R$ 300 milhões, o Legislativo no ano que vem vai ter 19 vereadores e vai gastar 6% deste valor. Em 2012 este valor representa R$ 6 milhões e provavelmente esta Legislatura não irá gastar este valor. Para fazer uma comparação, o gabinete do Prefeito Schiavinato tem orçado para gastar neste mesmo período R$ 3 milhões de reais. Uma Câmara tem R$ 6 milhões e um gabinete apenas tem R$ 3 milhões de reais a sua disposição”, disse Paulo dos Santos defendendo que o debate não está bem feito.

Renato Reimann suspeito que o movimento tenha sido incentivado por pessoas que não se fizeram presentes. “Vieram fazer um protesto contra os subsídios dos vereadores e ninguém falou dos salários do prefeito, do vice-prefeito e dos secretários”.

Rogério Massing convocou os jovens para fazerem parte da vida política partidária. “Alguém precisa fazer este papel”. Massing destacou a importância da presença deles e quanto o salário disse: “o meu primeiro salário em 1997 dava 19 salários mínimos, hoje ele recebe o equivalente a 11 salários”.

Ademar Dorfschmidt convidou os estudantes para participarem de todas as sessões. “Eu mora na região do São Francisco, tem 14 mil habitantes e um vereador. Nós servimos de pára-choque da sociedade. Infelizmente o poder público não faz o que devia fazer, enquanto isso o vereador tem que atender a população de noite, de madrugada, na chuva ou não chuva, encaminhando doentes a um hospital, a viabilizar um exame... infelizmente é assim, quando se fala. Um deputado estadual chega custar a R$ 70 mil para o estado enquanto o vereador ganha R$ 10 mil”.

Eudes Dallagnol defendeu que a média de salário não é nova. “Em 2000 fui eleito vereador e 2001 eu já ganhava 50% do que ganhava um deputado. Se eu me reeleger e quando tiver que votar o salário da outra legislatura para ganhar 50% dos deputados eu vou dizer para vocês que eu vou votar”.

Os demais vereadores não se pronunciaram. Acompanhe a reportagem completa em vídeo.

Por Selma Becker

PARA PENSAR

1-      Talvez o principal problema não está no valor dos salários, mas nos resultados obtidos por tais, na defesa dos interesses da coletividade, como por exemplo: Reajuste do IPTU – mais de 40%; Carga tributária municipal cresceu 20% de 2010/2011; mortalidade infantil 140%; perda na participação do bolo do ICMS... Mas isto não é uma responsabilidade única dos vereadores, mas com certeza eles têm o poder de interferir nestes resultados. E o movimento de cada um dos 11 vereadores teve um papel para o acontecimento de coisas boas e ruins no nosso município. Desta forma, apenas acompanhando de perto o vereador que você elegeu é que saberás se este correspondeu com suas expectativas. E este ano é a oportunidade da sociedade reconduzi-los ou não a Câmara Municipal. 

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