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GERAL

MP deve instaurar inquérito judicial contra operadora de telefonia móvel e Promotor pede para consumidores registrarem denúncias

As operadoras de telefonia móvel de Toledo promovem diversos tipos de promoções para atrair os consumidores. Entretanto, apesar de serem positivas aos clientes, não são antecedidas por investimentos em cobertura de sinal e melhorias no setor de atendimentos aos clientes. Diante disso, a Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit) promoveu uma reunião, nesta quinta-feira (14), com a participação de empresários de diversos segmentos; do Promotor de Justiça, Giovani Ferri; dos vereadores Adelar Holsbach, Leoclides Bisognin, Ademar Dorfschmidt, Renato Reimann e João Martins e do coordenador do Procon, José Cordeiro para discutir e buscar uma solução para o assunto. Durante o encontro, Ferri informou que no ano passado instaurou um inquérito civil devido a prestação de serviços inadequada de  uma operadora. Atualmente, segundo o Promotor de Justiça, a operadora que possui o maior índice de reclamação é a TIM. Em menos de um ano foram registrados 170 reclamações. Enquanto, outras operadoras tiveram menos de 1/5 de reclamações registradas no Procon ou na Promotoria.

14/06/2012 - 14:42


Ferri explica que tentou buscar acordo com a operadora, porém não obteve êxito. No ano passado, o promotor promoveu dois encontros: setembro e novembro. Neste ano, um em fevereiro. No entanto, a situação não avançou. Ferri até lembra que na reunião de novembro, os representantes reconheceram – informalmente – que a empresa precisava instalar mais duas torres, passando de sete para nove e mais 36 torres de rádio, as quais totalizaram 160. O Promotor disse que este acordo foi encaminhado a diretoria, a qual o recusou novamente. Diante disso, Ferri comenta que pretende abrir um inquérito judicial. “A Promotoria tentou negociar com a operadora, mas não foi possível. Nós iremos argumentar que há cogestinamento de tráfego nas linhas, porque o problema de não completar a chamada significa isto”. O promotor informa que a empresa – no ano passado – obteve um lucro de 178%. Enquanto, que seu investimento em infraestrutura não foi proporcional.
Na reunião, os participantes cogitaram a possibilidade de elaborar um abaixo-assinado contendo as seguintes informações: nome, documento pessoal, número do celular e operadora. Ferri disse que este abaixo-assinado pode servir como uma prova documental. “É um tipo reclamação, pois a pessoa que assiná-lo possui uma relação contratual com a operadora”.
Ferri informa que a Promotoria necessita de mais reclamações documentadas para a fundamentação do processo. “A população diz que o serviço não funciona, que a operadora ‘x’ tem problema, mas nós temos - neste âmbito - poucas reclamações para instruir uma ação judicial. Nós precisamos que a população procure o Procon, a ouvidoria, a Acit, a Câmara de Vereadores, a Promotoria e documente a sua reclamação. É isto que está faltando, pois de um universo (suponhamos) de mais de 40 mil linhas, 170 reclamações é pouco. Precisamos ter documentadas mais reclamações”.
O promotor lembra que como a operadora não está tendente a resolver o problema, a Promotoria vai copilar as reclamações para formalizar uma ação judicial. “Provavelmente com a proibição de vendas de alguns celulares de algumas operadoras”.
O presidente da Câmara, Adelar Holsbach, disse que a sociedade precisa agir. “Nós fizemos uma reunião com o representante que fornece celulares para a Câmara Municipal e mostramos que dentro do local não havia linha. Ele reconheceu o problema e tentou buscar a solução, mas em 90 dias foi demitido. Os vereadores fazem requerimentos a cada seis meses questionando qual é a situação ou o porquê do problema, mas a resposta é sempre a mesma: estamos trabalhando”.
Oficializar a reclamação
O presidente da Acit, Edésio Reichert, disse que o serviço de telefonia móvel deixa a desejar na sua grande maioria. Para ele, se analisar a telefonia móvel do ponto de vista comercial, o consumidor ao adquirir o produto quer que ele exerça a sua função. “No caso da telefonia móvel isto não é uma realidade. A pessoa compra um celular e em vários locais do centro, bairros e distritos não funciona. Se uma determinada empresa negociou o produto, ele deve oferecer algum tipo de explicação e solução”.
Reichert destaca que a Acit vai iniciar um abaixo-assinado. Ainda nesta quinta-feira (14), a Acit vai definir o texto que será colocado sob o documento com as informações que serão necessárias para que ele tenha validade perante o processo (nome, informação do documento, número do telefone, operadora e assinatura). “As reclamações devem ser oficializadas. Elas serão somadas e farão parte do processo que a Promotoria vai mover contra as operadoras. O formulário será distribuído na cidade e no interior”.
Ele acrescenta que as pessoas precisam manifestar a indignação quando algo não está a contento. “Aqui, falamos de um serviço, mas pode ser produto ou serviço público. É importante que as pessoas aprendam e exercitem a manifestação da indignação. Muitas vezes, a pessoa reclama, mas fica baseada somente a um amigo ou familiar e não oficializa a reclamação”.
Diante disso, Reichet disse que a imprensa tem um papel importante neste cenário. “Quando de ordem pública - principalmente - não está contento procure a imprensa, porque a manifestação da indignação é uma forma primeira de promover melhorias. As melhorias podem ser efetuadas baseadas naquilo que vem do usuário do produto ou serviço. Exercer o direito de se indignar quando aquilo que adquirimos não estamos contentes”.
O presidente da Acit ainda solicita que as empresas acessem o site da Acit e respondam a enquete da telefonia móvel. “A comunidade deve se engajar nesta campanha, porque todos merecem receber melhores serviços Nós precisamos avançar no retorno do beneficio dos impostos que recolhemos e termos uma vida melhor”.
Procon
Durante a reunião, o coordenador do Procon, José Cordeiro, afirma que atualmente a instituição está com uma estrutura de profissionais defasada. “No início de 2012 diversos colaboradores tiraram suas férias. Na sequência quando o quadro de funcionários ficou completo algums passaram em concursos e assumiram a vaga. O que causou defasagem a equipe. Nos próximos dias (até 15 dias) novos profissionais serão contratados e o Procon voltará a funcionar normalmente”.
Cordeiro relata que o Procon de Toledo recebe reclamações da telefonia móvel, desde cobrança indevida, sinal, entre outras situações. “Não temos muito que fazer com a telefonia móvel, pois o Município possui somente representantes das operadoras ou das empresas que são os fabricantes de aparelho. No entanto, o cidadão que desejar fazer algum tipo de reclamação deve procurar o Procon e relatar a sua situação. Assim, a equipe pode identificar qual o setor que será questionado: se é da empresa local ou da operadora e, na sequência, tenta resolvê-lo. Não sendo possível abrimos a documentação e prosseguimos o processo administrativo”.

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