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GERAL

Iapar prepara lançamento de curso de pós-graduação

O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) deve abrir em 2013 seu primeiro curso de pós-graduação, que será ligado à área de agricultura conservacionista. O anúncio do ingresso na instituição na área acadêmica faz parte das comemorações dos 40 anos do Iapar, a serem celebrados na próxima sexta-feira (29). Para marcar a data também haverá homenagens a parceiros históricos e o lançamento de variedades agrícolas, publicações, selo e carimbo alusivo ao aniversário.

22/06/2012 - 11:33


Ao criar um curso de pós-graduação, o Iapar segue os passos de outros centros de pesquisa agrícola, como o Instituto Agronômico do Campinas. Segundo o diretor-adjunto de pesquisas da instituição, Augusto Guilherme de Araújo, “a grade curricular e linhas de pesquisas privilegiarão temas ligados à agricultura conservacionista em nível de mestrado e, posteriormente, em uma segunda etapa, também de doutorado”.
Os encaminhamentos legais e administrativos estão avançados e ele acredita que será possível abrir a primeira turma no início de 2013. Ainda não há definição sobre o número de vagas que serão ofertadas.
Segundo Araújo, o ingresso da instituição na área acadêmica não é exatamente uma novidade, mas a formalização de um trabalho amadurecido no dia a dia da instituição. “Há anos nossos pesquisadores acolhem estagiários de iniciação científica e pós-graduandos de mestrado e doutorado que desenvolvem seus trabalhos de dissertação nos campos experimentais e laboratórios da instituição”, explica.
Ele acrescenta que, nos últimos quatro anos, 41 estudantes de mestrado e de doutorado de universidades paranaenses e paulistas receberam co-orientação de pesquisadores do Iapar.

HISTÓRIA
O diretor-presidente do Iapar, Florindo Dalberto, lembra que o instituto foi criado em 1972 como resultado da mobilização e esforço de técnicos, produtores e lideranças políticas e empresariais ligadas à agricultura, como a Sociedade Rural do Paraná, Folha Rural, Associação dos Engenheiros Agrônomos e nomes como Celso Garcia Cid, João Milanez, Horácio Coimbra, Francisco Sciarra.
“O setor produtivo e a sociedade perceberam que o ciclo da monocultura cafeeira chegava ao fim e era urgente construir uma agricultura moderna e diversificada”, disse. O projeto foi viabilizado pelo da Organização Internacional do Café (OIC) e pelo extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC).

VARIEDADES
Uma das ações comemorativas do aniversário do Iapar é o lançamento de duas variedades: o café IPR 100 e a aveia branca IPR Afrodite, que se somam às 150 cultivares desenvolvidas pelo Iapar ao longo de 40 anos de trabalho, todas com utilização de métodos convencionais de melhoramento genético vegetal.
A instituição também investe em biotecnologia. Na área do café, por exemplo, o instituto trabalhou no sequenciamento do genoma da planta, em parceria com entidades nacionais e internacionais. Atualmente, busca o desenvolvimento de cultivares com características de bebida que o mercado consumidor exige.
Vale lembrar que o Iapar é pioneiro em variedades de maçã para regiões menos frias, como o Norte do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e até Bahia, e ainda uma cultivar de feijão resistente ao mosaico dourado, uma das doenças que mais afeta a cultura.
O pioneirismo se estendeu ainda aos citros, por meio de estudos que viabilizaram a convivência com o cancro cítrico e possibilitaram a inserção do Paraná no mapa da produção nacional dessas frutas.
Na pecuária, o Iapar criou a primeira raça totalmente paranaense. O Purunã é um bovino composto formado a partir de quatro raças (Caracu, Charolês, Canchim e Aberdeen Angus) para a produção de carne com baixo custo em reduzido tempo de abate. Recentemente foi criada a Associação de Criadores de Purunã e está em andamento o registro da raça no Ministério da Agricultura.
O Iapar foi um dos precursores nas pesquisas com plantio direto, inclusive lançou um livro recentemente com o apoio da FAO (entidade das Nações Unidas para agricultura e alimentação), e também nas pesquisas para uma agricultura menos agressiva ao meio ambiente através do manejo integrado de pragas (uma das bases para a agricultura orgânica).

LIVROS – Serão lançados três livros durante as comemorações: “Qualidade do leite na região sudoeste do Paraná”, “Levantamento semidetalhado de solos do município de Bela Vista do Paraíso” e “Levantamento semidetalhado de solos e diagnóstico dos remanescentes florestais do município de Cambé”.
As obras são dirigidas a produtores, técnicos, estudantes e comunidade acadêmica em geral. Elas serão distribuídas a bibliotecas de instituições de ensino superior, colégios agrícolas e outras entidades de ensino e pesquisa.

SELO – Durante um mês, a partir de 29 de junho, a correspondência que passar pela Agência Bandeirantes dos Correios – a mais movimentada do Paraná – receberá carimbo lembrando o aniversário, informa o diretor administrativo do Iapar, Altair Dorigo.
Nesse período, toda a correspondência enviada pelo Iapar – a partir da sede ou das estações experimentais – levará um selo comemorativo. “Serão 12 mil selos, vemos nessa ação um meio de informar à população sobre os 40 anos da instituição”, diz o diretor.

ESTRUTURA – O Iapar tem sede em Londrina e está presente em todo o Paraná, com cinco unidades regionais de pesquisa (Curitiba, Ponta Grossa, Paranavaí, Pato Branco e Santa Tereza do Oeste), 19 estações experimentais, quatro unidades de beneficiamento de sementes, 25 laboratórios de diferentes áreas de especialidade e 23 estações agrometeorológicas (também utiliza dados de outras 37 estações do Sistema Meteorológico do Paraná-Simepar).
A instituição conta atualmente com 700 funcionários, sendo 111 pesquisadores – 53 mestres e 58 doutores. A instituição opera com outros cerca de 700 colaboradores, entre trabalhadores temporários, voluntários, bolsistas e estagiários.
O Iapar desenvolve 14 programas de pesquisa: agroecologia, agroenergia, algodão, café, cereais de inverno, culturas diversas, feijão, fruticultura, manejo do solo e água, milho, produção animal, propagação vegetal, recursos florestais e sistemas de produção.
Nesses programas estão 252 grandes projetos de investigação científica, que implicam a condução de mais de 600 experimentos de campo espalhados por todo o Estado, trabalho feito em estações experimentais próprias e também em parcerias com cooperativas, associações de produtores, universidades e outros centros de pesquisa.

Da AE Notícias

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