O documento – elaborado pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Justiça, Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penal (CONSEJ), presidido por Maria Tereza – afirma que o Brasil tem um déficit de mais de 219 mil vagas no sistema penitenciário.
De acordo com a secretária, cerca de 45% da população prisional brasileira é de presos provisórios, o que significa 224 mil detentos. “Por outro lado, mais de 55 mil presos cumprem penas que não ultrapassam quatro anos de reclusão e são passíveis de alternativas penais, possibilidades que lamentavelmente não vêm sendo aplicadas em sua plenitude”, afirma.
O documento reúne 15 propostas voltadas à desjudicialização de situações previstas na Lei de Execução Penal. Entre elas, destacam-se a criação de conselhos permanentes para controle dos condenados primários, com pena igual ou inferior a quatro anos, que se encontram encarcerados e poderiam ser submetidos a penas alternativas; a criação da Central de Recepção de Flagrante nas Comarcas, com o objetivo de conferir a legalidade da prisão e as possíveis medidas de não encarceramento; transferência, da Justiça para as autoridades administrativas, do reconhecimento mensal da remição de pena e a autorização para trabalho externo no caso do regime semiaberto; transferência da gestão dos hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico para as Secretarias de Saúde dos Estados; e fomento à municipalização da execução de penas e medidas alternativas e maior envolvimento da comunidade.
Para Maria Tereza, a solução do problema depende de medidas que envolvem várias instâncias do poder público. Por um lado estão as reformas, ampliações e construções de novas unidades penais em todo o País, conforme prevê o Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional do Ministério da Justiça, com investimentos da ordem de R$ 1,1 bilhão. Por outro, está a modernização e adequação da lei, em função dos desafios de ressocialização e reinserção social dos apenados.
De acordo com a secretária, não se trata de defender “tese abolicionista extremada”, mas sim situações perfeitamente passíveis de serem aplicadas, “com as quais teríamos a modernização da legislação penal e, como conseqüência, a redução da crise do sistema penitenciário”.
O documento completo a ser entregue à comissão pode ser encontrado no site da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná: www.seju.pr.gov.br.
Da AE Notícias
GERAL
Secretária da Justiça leva a Brasília propostas para reduzir problema carcerário
A secretária estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes, apresenta nesta terça-feira (26), em reunião da Subcomissão Especial de Crimes e Penas da Câmara dos Deputados, em Brasília, uma série de propostas para a solução do problema carcerário brasileiro. Convidada pelo presidente da subcomissão, deputado federal Mendonça Filho, a secretária entregará um documento que identifica no grande número de presos provisórios o ponto essencial da questão e propõe medidas para “desjudicializar” várias situações previstas na Lei de Execução Penal.
Mais lidas
- 1Violência contra crianças avança e desafia sociedade: casos dobram em 10 anos no Pequeno Príncipe
- 2Mãos à obra: dada a largada para a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres
- 3Com apoio do Biopark Educação, equipe ProteJá vence o Campus Mobile e leva inovação ao Vale do Silício
- 4Let’s Dance: Evento marcou 10 anos de valorização da dança e fomento da economia cultural em Toledo
- 5Toledo tem 6º maior Índice de Desenvolvimento Municipal do Brasil, diz Firjan
Últimas notícias
- 1Plataforma de gestão desenvolvida pelo TI para unidades de saúde é lançada
- 2Toledo é referência em festas gastronômicas no campo e na cidade
- 3Vacinação contra a dengue é ampliada para mais 102 municípios do Paraná
- 4Ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica morre aos 89 anos
- 5Secretaria da Educação realiza capacitação para professores PADIs