Na quarta-feira (5) uma medida paliativa do governo federal tentava segurar os preços, principalmente do milho. Num leilão realizado no Rio Grande do Sul, a saca do cereal era cotada inicialmente a R$ 25,00 e mesmo assim apareceram compradores. Como não produz milho suficiente para abastecer a produção pecuária, o estado gaúcho depende de outros estados, entre eles do Paraná para subsidiá-lo e o Paraná está de olho nas exportações para mercados como a China. São justamente os chineses que estão comendo mais e isso é um dos atributos para os quais os preços vivem um bom momento, ao menos para os produtores.
Com estoques mundiais baixos, a demanda crescendo e condições climáticas não muito favoráveis nos Estados Unidos e Argentina – outros dois grandes produtores de grãos – a tendência natural forçada pela lei da oferta e da procura é para que não haja uma estabilização nos preços nos próximos meses.
“Se analisarmos uma série de fatores com base no comportamento do mercado no último semestre de 2010 e como iniciamos o ano de 2011, a tendência é para que tenhamos um ano muito bom em termos de preço das commodities”, argumenta o chefe do Núcleo Regional da Seab de Toledo e técnico do Departamento de Economia Rural, João Luiz Raimundo Nogueira. “Na região a estimativa de produção e produtividade por enquanto também são muito boas, o que potencializa os resultados”, seguiu adiante.
Este foi o enfoque da entrevista da semana na análise do mercado agrícola realizada pela Casa de Notícias com o técnico. Numa entrevista em vídeo que você pode acompanhar no site da Casa, Nogueira fala dos resultados da balança comercial divulgado no inicio desta semana, os piores dos últimos oito anos, e explica porque mesmo assim os números não podem ser c considerados negativos.
Veja ainda quais são as demais perspectivas para o agronegócio brasileiro e mundial para 2011 e acompanhe um pouco mais sobre o desenvolvimento das lavouras em toda região Oeste.
Por Juliet Manfrin