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SAÚDE

90% dos casos de câncer do pulmão estão associados ao tabagismo no Paraná, afirma Iludia Roshlinski

O tabagismo é a principal causa evitável de morte e invalidez na população. Ele é responsável por oportunizar até 56 tipos de doenças no organismo do ser humano. O tabaco possui 4.720 substâncias, sendo que 60 – segundo estudos - são cancerígenas, seja no pulmão, rim ou bexiga. As substâncias ainda interferem na pele e na fertilidade da mulher. No Paraná estima-se que 90% dos casos de câncer de pulmão são ocasionados pelo tabaco. Muitos municípios – para diminuir o índice – abrem ambulatórios de tratamento de fumantes. No entanto, o Ministério da Saúde preconiza que o funcionamento seja realizado após uma equipe multiprofissional de saúde participar de uma capacitação com carga horária de 16h. Nesta quinta-feira (12) e sexta-feira (13), os profissionais dos Municípios que compõem a 20ª Regional de Saúde participaram do curso. Eles adquirem conhecimentos de técnicas de aborgens ao paciente, como identificar o motivo que o levou a fumar, a razão para parar e, eventualmente uma decaída. Após a capacitação, o Município de Toledo terá 30 dias para abrir um ambulatório. No Paraná já foram instituídos 300 postos, sendo que 30 estão em Curitiba.

12/07/2012 - 15:30


De acordo com a técnica do Programa do Controle do Tabagismo da Secretaria Estadual de Saúde, Iludia Roshlinski, o Estado acompanha os índices do Brasil de 1989 até 2012. Em 1989 eram 32,8% da população fumante. Hoje são 16,5%. Iludia afirma que depois da instituição da Lei Antifumo - que entrou em vigor no dia 29 de setembro de 2009 – muitas pessoas buscaram o tratamento e estão deixando de fumar. Estima-se que a procura por tratamento aumentou em 40% nos últimos anos. “A nossa meta é que aproximadamente 50% dos municípios das regionais ofereçam o tratamento. O cigarro mata aos poucos e com muito sofrimento”.
Tratamento
No tratamento são realizadas duas estratégias: a cognitiva comportamental e o uso de medicamentos. A técnica do Programa do Controle do Tabagismo da Secretaria Estadual de Saúde, Iludia Roshlinski, explica que na cognitiva comportamental, os profissionais incentivam que o paciente passe a mudar o seu comportamento, e, para isto, é preciso adquirir conhecimentos de como lidar com a dependência. “O tabagismo é considerado uma patologia e as estratégias de tratamento são diversas. Cada pessoa começou a fumar por um determinado motivo e, por isso, deve aprender a se auto ajudar”.
Iludia disse que os motivos para o cidadão começar a fumar são diversos, mas normalmente a propaganda do cigarro ainda é a maior responsável. Há 30 anos, as pessoas começavam a fumar para emitar os modelos, os artistas e os formadores da opinião. Ela complementa que o cinema também teve uma grande responsabilidade. “Hoje consideramos o tabagismo para o jovem como a porta de entrada para outras drogas, porque ninguém vai direto para uma droga mais pesada, todos começam com o álcool ou o tabaco”.
A profissional explica que se observa por meio de estudos no Brasil e em outros países que aquele jovem que é instruído na escola e na família não entra para vício. “Mas, não podemos ter a ilusão de que o jovem não vai fumar. Ele vai fumar porque faz parte das experiências dele experimentar novas emoções, sabores etc. No entanto, percebo que ele sai da dependência muito mais rápido do que aqueles que entravam neste mundo pela propaganda. Este é o grande ganho, porque antes os pacientes começavam a ficar doentes e deixavam de fumar quando tinham entre 55 ou 60 anos e, para muitos, era um momento tardio”.
Iludia salienta que atualmente, o Estado está tentando prevenir e tirar o jovem o quanto antes desta dependência, para que ele não chegue na idade madura apresentando sintomas inrreversíveis a sua saúde. “As doenças decorrentes do tabaco possuem tratamentos onerosos e de significativo sofrimento para o paciente e a família”.
De acordo com Iludia, o tratamento é realizado por um ano. No primeiro mês, o paciente participa de encontros com outros fumantes. “As pessoas devem ir aos centros de saúde participar de um grupo interativo. No grupo, a pessoa aprende a lidar com a situação. Ela vai se conhecer melhor, saber o que lhe leva a ter esta vontade imensa de fumar. No segundo mês são realizados dois encontros e, na sequência, permanece os encontros uma vez por mês até completar um ano”.
Ela explica que aquela pessoa que participar do tratamento cognitivo comportamental e ainda apresentar alguma dificuldade em parar de fumar existe a disposição o medicamento. Iludia enfatiza que o remédio sozinho não faz efeito e ninguém que não passar pelo grupo pode recebe o remédio., pois é uma condição imposta pelo Ministério da Saúde. “O medicamento é encarado como apoio e não como parte essencial. Não adianta pegar o medicamento, tomar por três meses, parar de tomar e não sabe lidar com a vontade. Você pode voltar a fumar na primeira semana”.
Ambulatório
De acordo com o diretor da 20ª Regional de Saúde, Odacir Fiorentin, a capacitação busca o aperfeiçamento dos técnicos. “Depois do treinamento firmaremos o termo de compromisso com a administração e o ambulatório deverá ser aberto em até 30 dias. Temos o treinamento, mas devemos ter a sequência disso. Os profissionais que estão hoje aqui tem sobre eles a responsabilidade de articular com a comunidade que tem o relacionamento do vício da nicotina no sentido de buscar uma população no seu município mais sadia”.
Iludia enfatiza que a população deve exigir o seu direito. “O tratamento é ofertado pelo SUS gratuitamente. É um direito de cidadania, mas a população deve reclamar por ele”.

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