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POLÍTICA

Mulheres são mais de 50% dos eleitores em Toledo para este pleito

Após 121 anos de o Brasil tornar-se República e 68 anos depois da conquista do voto feminino, o País elegeu a primeira presidente, Dilma Rousseff. Atualmente 41% das mulheres estão no mercado de trabalho. A mulher também é a maioria dos eleitores no Brasil, totalizando 58%. Em Toledo, dos atuais 89.686 eleitores listados – pelo Tribunal Superior Eleitoral - até o mês de junho deste ano como aptos a votar se as eleições fossem hoje 46.244 pertencem ao sexo feminino, o que representa 51.56% dos eleitores. Apenas 43.326 eleitores são do sexo masculino, ou seja, 48.31%. Na última eleição – em 2008 – o total de eleitores era 80.522. Deste número, 41.128 pertencia ao sexo feminino, o que representou 51.08% dos eleitores e 39.254 do sexo masculino, isto é, 48.75%.

16/07/2012 - 15:45


Apesar do avanço no número de eleitoras, o espaço que a mulher ocupa na política ainda é pequeno. No Congresso Nacional, a mulher ocupa apenas 10% dos cargos. No Paraná, a Assembleia Legislativa contou com 14 deputadas até o pleito de 2010 e na atual legislatura (17ª) a bancada feminina eleita conta com apenas quatro deputadas. Em Toledo, nenhuma mulher foi eleita para ser vereadora na última eleição em 2008.
A cientista social e acadêmica de Direito, Milene Brandão, explica que o Código Eleitoral estipulou o aumento de 30% da participação da mulher em partidos e coligações. Ela comenta que há projetos que solicitam 50% das mulheres como candidatas aos partidos e nas coligações.  Milene relata que a Lei Federal estipula que 5% da verba destinada ao fundo partidário seja para a formação política das mulheres. Segundo ela, apesar das leis possuírem sanções caso não sejam cumpridas, elas ainda não garantem a participação efetiva da figura feminina na política. “O pensamento é um pouco patriarcal. Estamos em um período de transição. No decorrer da história, a mulher esteve atrás do homem, ao seu lado e hoje se questiona porquê não estar a um passo a frente? Nós somos regidos pela democracia. Se não há variedade no âmbito político, ideológico, gênero ou movimento sociais, não é possível atingir a massa. Desta forma, as políticas públicas ficam direcionadas para determinados grupos e, por isso, a necessidade da diversidade”.
Milene salienta que neste processo de transição, no qual a mulher aos poucos vai ganhando mais legitimidade nas esferas políticas é necessário ainda reformular valores. “Quando começa a falar desta transição as pessoas ficam chocadas, pois ela aconteceu mais lenta no início e agora está ganhando mais velocidade. Mesmo mudando alguns aspectos legais ainda não se alcança a efetividade da mulher na política. Até que ponto o meu aspecto cultural e ideológico inibe a participação da sua mãe ou irmã? Por muitas vezes, o próximo inibe uma decisão. No âmbito da conquista alguns comportamentos serão rompidos e novas posturas serão criadas diante do público feminino”, analisa Milene que considera que o elemento cultural ainda é um fator decisivo para a conquista efetiva e legítima de novos espaços na esfera pública.
A cientista social afirma que muitas vezes a mulher ainda é estigmatizada como a figura sensível ou que busca a paz na política. Para ela, a mulher é uma negociadora. “Quando falo de mulher estigmatizada significa que ela está marcada por características que ficaram no período patriarcal. A mulher está sendo reformulada. A mulher não quer somente direitos iguais. Elas lutam para posicionarem-se como produtoras deles. A mãe não quer o bem para todos os filhos? Não é uma questão de discussão de gênero, pois o debate já chegou ao núcleo. Alguns estudos mostram que indústrias contratam mulheres, porque elas são mais detalhistas e elas podem fazer a diferença na política também”, defende.
Faixa etária
Do número total registrado pelo TSE até junho deste ano, a faixa etária com o maior número de eleitores é de 45 a 59 anos, com 11.473 (feminino) e 10.691.(masculino). A segunda maior faixa etária é entre 25 a 34 anos, com 10.213 (feminino) e 9.952 (masculino).
Com relação à participação de votantes menores de 18 anos neste pleito: com 16 anos a proporção é igual, totalizando 347 para cada um dos gêneros. Com 17 anos são 600 (feminino) e 619 (masculino).
Por sua vez, em 2008, a maior faixa etária registrada pelo TSE foi entre 25 a 34 anos, com 9.303 (feminino) e 9.215 (masculino) e a segunda maior foi entre 45 a 59 anos, sendo 9.607 (feminino) e 9.047 (masculino).
Ao que se refere aos votantes menores de 18 anos, nas últimas eleições 225 eleitores com 16 anos pertenciam ao sexo masculino e 198 ao feminino. Na faixa etária dos 17 anos, 493 (feminino) e 467 (masculino).
O tema ‘Mulheres no Poder’ é estudado e debatido pelo Grupo de Estudos Mulher em Movimento (Gemmo), na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). O grupo é coordenado por Ana Cláudia Coutinho. Além deste assunto, o Gemmo ainda realiza pesquisa em outras linhas, desde educação, saúde, criminalidade, entre outros.

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