Salário dos motoristas de Toledo é em média 45% menor que outros Municípios da região

A cidade de Marechal Cândido Rondon possui 46.819 habitantes e o profissional recebe R$ 1.095. Com apenas 6.491 moradores, São Pedro do Iguaçu paga R$ 1.001 aos motoristas. No Município de Ouro Verde do Oeste - que possui 5.692 habitantes - o vencimento inicial para o cargo citado é de R$ 887,87. Por sua vez, em Cascavel que possui mais de 286 mil munícipes, o valor pago a categoria é R$ 876,03 e em Palotina R$ 832, sendo que a cidade possui 28.683 habitantes.
Em Toledo, os motoristas já realizaram um protesto no mês de junho para reivindicarem novos salários e também debateram a nova escala de trabalho da categoria, em especial as de viagem, que não seguiam os critérios objetivos. A nova escala previa turnos quebrados como: das 6h às 12h, uma hora de intervalo e retomava das 13h até às 15h, entre outros.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Toledo (SerToledo), Amauri Linke, explica que a pauta de reivindicações foi apresentada ao prefeito de Toledo José Carlos Schiavinato e a Secretaria de Saúde. Segundo Linke, nela consta o reenquadramento do salário, passando de R$ 749 para o padrão de R$ 1.120. “Em resposta ao Sindicato, a administração alega que não seria possível fazer este reenquadramento devido as Leis de Responsabilidade Fiscal e Eleitoral. Com relação aos outros itens, a Secretaria de Saúde afirma – no documento - que atende a quase todas as reivindicações”.
Linke comenta que a resposta ao Sindicato foi de maneira formal e que a comissão não foi chamada para uma negociação. “Os motoristas continuam descontentes com os resultados e, por isso, o grupo decidiu fazer uma programação de mobilizações. Mesmo que não seja possível fazer o enquadramento salarial neste momento, o grupo estará alertando para os possíveis prefeitos (os candidatos) que os motoristas estão descontentes e eles querem que a situação seja regularizada”.
A secretária de saúde, Noeli Salete Fornari Borges de Carvalho, reafirmou que o documento foi encaminhado ao Sindicato respondendo as questões e buscando adequar algumas solicitações. “Após encaminharmos o documento ao Sindicato, a Secretaria não foi mais procurada para discutir qualquer tipo de assunto”.
Com relação aos salários dos motoristas, Noeli comenta que não compete a Secretaria. “Está situação está inclusa no plano de cargos e salários e realmente é uma discussão que não compete a nós”.
Na última reunião do Conselho do Meio Ambiente, as propostas dos motoristas foram apresentadas durante o encontro para a ex-secretária, Denise Liell. Na época, ela garantiu que a secretária de Saúde não tem como aumentar o salário dos servidores. Disse ainda que hora extra não é para substituir salário, mas para compensar o motorista pelas eventuais horas trabalhadas a mais. "A hora-extra não é salário, é um extra. É um serviço extra que não deve ser a regra, deve ser a exceção".
Mobilizações
O presidente do Sindicato, Amauri Linke, destaca que este tipo de mobilização é resultado de uma história de ações promovidas pela entidade. “As reivindicações dos servidores são históricas e acontecem em diversas categorias. O Sindicato não está a serviço de nenhum partido político, mas sim, o nosso objetivo é fazer a defesa dos servidores e se as críticas forem necessárias, elas serão feitas. O sindicato é a voz corrente dos servidores e tem que externar as reivindicações. O sindicato deve fazer o seu trabalho e vai continuar fazendo independente das pessoas gostarem ou não. É o trabalho que tem que ser feito e nós iremos fazer”.

**Programação do Sindicato**
24/07 – Encontro com a Comissão de assistentes e auxiliares de desenvolvimento social e professores de educação infantil.
07/08 – Assembleia dos profissionais da assistência em desenvolvimento social.
10/08 – Assembleia de todos auxiliares de serviços gerais e cozinheiros.
18/08 – Reunião com representantes por local de trabalho.