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GERAL

Homem que foi além dos céus, visitou Todelo

"Olá Sr. Marcos, muito cansado da viagem?", perguntamos para o brasileiro ilustre que Toledo recebeu na noite de sexta-feira (21), no Teatro Municipal da cidade. Sorrindo, com seu uniforme de astronauta que carrega a bandeira do Brasil e das Nações Unidas, com um ar de simpatia que causa admiração a todos, ele responde: "Saí de São Paulo às 4h30, mas estou muito feliz de estar aqui". Ele é Marcos Pontes, que, aos 43 anos, se tornou o primeiro cidadão do país a visitar o espaço. Realizou a missão a bordo da espaçonave Russa Soyuz, no ano de 2006. Desde Iuri Gagarin, em 1961, até os dias atuais, cerca de 400 homens no planeta tiveram a honra ir ao espaço. Brasileiro apenas um, justamente Marcos Pontes, que hoje aos 49 anos passou por aqui para lembrar a todos que foram ao teatro para assistir a sua palestra "Primeira Missão Espacial Brasileira", que com persistência e paixão se é possível alcançar um sonho.

22/07/2012 - 11:05


"Para ser astronauta você sofre", contou o astronauta que sofreu o dia inteiro em uma viagem desgastaste para chegar na cidade. Passou por  problemas de atraso em vôos, teve que pegar a estrada para vir de Foz do Iguaçu até Toledo e mal pode descansar antes de conversar com os cerca de 400 toledanos presentes no teatro sobre os seus feitos. Um ingresso para a palestra custava 1R$ 15. Na compra de três imgressos, a pessoa ganhava um livro escrito por Pontes intitulado "Missão Cumprida - A História Completa da Primeira Missão Espacial Brasileira".
Perto do treinamento físico e mental rigoroso que passou para suportar a força que os potentes foguetes exercem no corpo humano. Os danos provocados pela radiação espacial na falta da atmosfera, os efeitos da ausência de gravidade no espaço e a reentrância na Terra. Sua viagem de São Paulo até o Oeste do Paraná foi tranqüila. Além disso ele sofreu com outros sintomas que são comuns aos viajantes do espaço na sua volta a Terra, como perda de densidade óssea, perda de regeneração de células, que provoca envelhecimento e problemas no sistema hormonal.
Outro desafio vencido por Pontes foi um minucioso estudo de engenharia que teve que desempenhar para ver a Terra de um lugar tão privilegiado. O Brasil pode garantir a estadia de um homem no espaço graças a sua participação no projeto da Estação Espacial Internacional, que começou a ser construída em 1998. Porém, no momento que o lugar do astronauta brasileiro estava "reservado" na Estação, não havia uma nave americana para realizar a viagem. Por isso, foi necessário que o astronauta - nomenclatura que recebe as pessoas são submetidas ao treinamento espacial americano na NASA - se tornasse um Cosmonauta - que é a pessoa que chega ao espaço através do programa espacial russo. Ele que teve seu treinamento quase todo em solo norte americano, teve que aprender a engenharia e os padrões russos da nave Soyuz em seis meses. 
Nada que este sorridente senhor não pudesse fazê-lo. Conseguiu completar o treinamento a tempo. E  para a reportagem Pontes revelou o que passou na sua cabeça, no memento da contagem regressiva, na noite de 29 de março de 2006, quando o primeiro astronauta brasileiro foi lançado ao espaço. "É uma mistura de sentimentos, mas a principal coisa que fica é o pensamento de estar cumprindo a minha missão. O sentimento de carregar a bandeira do Brasil e representar a espécie humana em um lugar tão longe".
 
Educação
Desde o sonho de voar, e como o astronauta chegou aonde chegou, a educação foi construído em casa e na escola. Ele lembra e conta nas suas palestras o que a sua Mãe, Dona Zuleika, sempre dizia: "Menino, se você quer realizar o seu sonho, além de estudar, trabalhar e persistir, você precisa fazer mais do que esperam de você". Então Pontes estudou. Sempre em escola pública. Hoje ele é um defensor do ensino público. Através de sua Fundação Marcos Pontes, viaja o país fazendo palestras e ministrando cursos sempre defendendo o ensino público de qualidade.
Dos 29 Encontros Regionais do Ensino de Astronomia (EREAs), Pontes participou de oito. O EREA é evento que é realizado pela Olimpíada de Astronomia, que termina suas atividades neste domingo (23) em Toledo, a palestra faz parte do EREA de Toledo. A proposta é fomentar o ensino e a aprendizagem da astronomia no país. E nada melhor que ter uma atração tão especial para reforçar o interesse pelo tema. "Acho que todas as referências do país em áreas ciêntificas devem incentivar o ensino e mostrar para as pessoas que é possível alcançar seus sonhos acreditando na educação".     
"É preciso pensar nas bases pedagógicas, identificar e estimular precocemente o aluno desenvolver suas aptidões, por tanto é necessário investir nos professores e reforçar as ciências", propõe Pontes, sobre o ensino fundamental. "É preciso investir no ensino profissionalizante, motivar o alunos para melhorar suas aptidões, direcioná-los e ambientá-los com sua área profissional"; e finaliza sua análise sobre o ensino médio: "Detesto vestibular!"
Pontes ingressou em 1988, já casado e com filho, no curso de engenharia aeronáutica no Instituto Tecnológico Aeronáutico (ITA) para galgar mais um degrau necessário para poder atingir vôos bem mais altos. E foi lá, e em especializações que fez em universidades americanas que Pontes também pode traçar um entendimento sobre ensino Universitário: "As Universidades precisam se integrar com as demandas da sociedade e incentivar a criação de centros de pesquisas".

Próximas missões
Pontes hoje é Diretor Técnico Espacial do Instituto Nacional para Desenvolvimento Espacial e Aeronáutico; Professor de Engenharia Aeronáutica da USP, além de pesquisador convidado da mesma instituição; Astronauta; Cosmonauta; Brasileiro. Mesmo depois de tantas realizações Pontes ainda deseja voltar ao espaço carregando a bandeira do Brasil dentro de alguns anos. E continua trabalhando para isso.  
Além de incentivar milhões de crianças brasileiras, Marcos Pontes foi ao espaço exatamente no ano do centenário vôo de Santos Dumont, patrono da aviação no Brasil e no mundo, que iniciou a conquista do homem aos céus. Alias, uma das ruas que passa ao lado do Teatro Municipal também leva o nome do histórico aviador brasileiro. Nada mais sugestivo. Combinou com a ocasião.

Por Maurício de Olinda

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