A princípio, o projeto deve ser implantado em um terreno de aproximdamente 5 mil metros quadrados do Município, localizado ao lado da Galeria Esportiva e Cultural, próximo a rua Santos Dumont. Alguns moradores questionaram o porquê este EcoPonto deve ser instalado neste terreno. O engenheiro civil da Secretaria do Meio Ambiente, Flávio Scherer, explica que entre os critérios analisados, destacam-se a disponibilidade do terreno, a acessibilidade ao EcoPonto e o impacto da estrutura ao entorno. Scherer considera pequeno, pois próximo há um campo de futebol e na frente há pouca densidade residencial. Ele disse aos moradores que a estrutura não vai produzir nenhum tipo de odor, já que a região – por muitas vezes – é ‘premiada’ neste aspecto. “A área será telada para que todos possam visualizar o EcoPonto. Na área inferior será feito um muro com dois metros de altura para isolar. A rampa será asfaltada, não vai gerar barro ou poeira. Além da instalação de um sistema de iluminação a noite por questão de segurança”.
Mesmo assim, os moradores insistiram que se houver outro local disponível na cidade que a construção do EcoPonto seja transferida. Muitos acharam estranho o EcoPonto ser instalado em uma região central do bairro. “Será que um local adequado para colocar isso aí? Não teria um local mais retirado da cidade? A população está ao redor, acho isto estranho. Não tem outro local?”, questionou o presidente da Associação de Moradores da Vila Industrial, Arno Voss.
Scherer relata que o EcoPonto deve ser instalado em um local de fácil acesso da população. “Não é algo que vai gerar impacto no bairro. O EcoPonto é um local de armazenagem temporário. Ele não é ponto fixo”.
Voss – não convencido – questionou mais uma vez se o local havia sido aprovado pelos órgãos responsáveis e se não há outro terreno mais apropriado. “Os moradores do bairro Industrial já são castigados pelo mau cheiro e nunca nada foi feito, agora mais esta? Com certeza vai atrapalhar os moradores. Aqui em volta tem sobrado, tem casas, tem tudo. Se tivesse um lugar mais adequado seria melhor”. Sobre a licença ambiental, a Secretaria já entrou com um pedido de licença prévia deste local. A reportagem tentou conversar com a chefe regional do IAP, Maria Glória Genari Pozzebon, mas ela tinha outros compromissos.
Outro morador perguntou se caso a comunidade não se agradar - realmente - com o projeto, o que poderia ser feito? Os profissionais responderam que a população poderá denunciar no Ministério Público. Em outro momento da reunião, uma das profissionais informou aos participantes que o responsável maior pelo projeto é o secretário do Meio Ambiente, Delmar Hoffmann e que em caso dúvida a comunidade poderia procurá-lo na Secretaria. Também foi sugerido que os munícipes participem da agenda aberta.
Uma senhora comentou que às vezes é questionada sobre o local em que mora e ela responde: “Moro no Industrial”. A pessoa comenta: “Vila Industrial? Naquele esgosto?”. Ela continuou falando: “O bairro já é mal visto e agora vão colocar um lixeiro?”.
Outro aspecto abordado na reunião é a cobertura dos EcoPontos. Os profissionais explicaram que os containers serão cobertos com lonas, semelhante ao projeto de Portugal. No entanto, as condições climáticas são diferentes daquele País para Toledo e, por isso, os moradores destacaram que se realmente o EcoPonto for construído no bairro já deve ter uma cobertura própria.
Com relação a isso, os profissionais comentaram que no primeiro momento, o EcoPonto seria implantado com lonas, porque o custo é elevado e a verba que se tem não é suficiente. “Neste momento não é possível fazer a cobertura. Se ocasionar algum tipo problema teremos que cobrir. Além que, o Conselho do Meio Ambiente vai fiscalizar o local”.
Uma moradora pondera que as lonas começam a mofar por causa da chuva. Sobre isso, foi comentado que este é o primeiro EcoPonto, o projeto-piloto. Neste momento, os moradores – em geral- relataram que este é o primeiro projeto e, por isso, deve ser bem-feito. Desta forma, a reivindicação dos moradores foi colocada em ata.
Ao ser questionado com relação a fiscalização dos resíduos, Scherer esclarece que o local terá uma pessoa responsável por receber os materiais. “Por sua vez, o Município não vai simplesmente jogar os materiais em qualquer lugar. A estrutura precisa ser licenciada ambientalmente. Por conta do licenciamente da área, o IAP pediu para que os projetos fossem encaminhados a Câmara Técnica de Resíduos e ao Conselho do Meio Ambiente. Na reunião foi sugerida que fizesse esta audiência pública para conhecer o projeto”.
A comunidade ainda solicita que o local seja aberto aos finais de semana e que seja realizada – com frequência - a higienização dos containers para evitar a proliferação de insetos. Uma profissional enfatiza que o EcoPonto terá um bom projeto de paisagismo. Além que palestras educativas sobre como fazer a separação do material serão realizadas com os estudantes das escolas que fazem parte do bairro.
Questionamentos
De maneira geral, o engenheiro civil da Secretaria do Meio Ambiente, Flávio Scherer, considera os questionamentos da população pertinentes. “Os mesmos questionamentos foram levados em consideração na Câmara Técnica de Resíduos e no conselho do Meio Ambiente. É um processo democrático e a população também deve ser ouvida neste processo. O grande passo é o licenciamento ambiental. O IAP sugeriu para que o projeto fosse encaminhado ao Conselho do Meio Ambiente e o Conselho sugeriu que fosse feita esta consulta com a população. O grande passo é a questão do licenciamento ambiental do local. Na sequência, a licitação e o início das obras”.
A instalação, a infraestrutura, o paisagismo do EcoPonto deverá custar em torno de R$ 200 mil somado com o sistema de pavimentação que será R$ 60 mil. A cobertura do local – solicitada pela população – não faz parte deste projeto. Conforme Anschau um novo projeto deverá ser elaborado.
Bairro
O presidente das associações, Otemar Plec, salienta que o Industrial é o primeiro bairro a ser contemplado com o projeto e o seu bom funcionamento vai depender dos moradores. “Cabe ao cidadão se conscientizar e separar o material antes de trazer para o EcoPonto. No futuro próximo, a prefeitura vai se organizar e vai fazer coleta nas residências. Nós –os moradores da Vila Industrial – sejamos um exemplo e este primeiro seja o cartão postal de Toledo”.
Outras informações na matéria http://www.casadenoticias.com.br/noticias/9612