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O segredo da boa Ciência

A Revista Veja de 01 de agosto [1] traz no caderno entrevista uma reportagem com o presidente do Instituto Weizmann, de Israel, o físico Daniel Zajfman. Este centro reúne 1.000 pesquisadores e o mesmo número de estudantes, empenhados em estudos de energias renováveis, nanotecnologia, astrofísica e cura do câncer. Na entrevista, chamam atenção algumas considerações do eminente cientista sobre Ciência.

30/07/2012 - 11:27


Primeiro, deve-se oferecer aos cientistas liberdade para as pesquisas e evitar excessivas diretrizes que limitam o campo de investigação. Evidentemente, dentro do código de ética e mantendo a avaliação dos resultados por pares. No Brasil, vemos o contrario: se o cientista não trabalhar dentro do foco dos editais do governo, ele é marginalizado! Às vezes é difícil preparar um projeto de pesquisa, pois ele sempre tem se “enquadrar” no seu “uso” direto para a sociedade, o que nem sempre é possível de imediato e deve dar resultados em pouco tempo. Isto corrói a Ciência e faz os pesquisadores serem parte de uma “máquina” em uma linha de produção! De acordo com Zajfman, os cientistas devem criar conhecimentos. Precisa-se criar um sistema, com a melhor infraestrutura possível, para fazer este conhecimento fluir na direção certa. Segundo, também de acordo com este pesquisador, as descobertas são resultado de um intenso trabalho cerebral dos cientistas. O conhecimento apenas não é suficiente. O conhecimento está disponível nos livros e na Internet. Não é porque alguém sabe muito que é capaz de fazer muito. Outro aspecto levantado que ajuda no desenvolvimento cientifico é o hábito de argumentar. Sem discussão, não há avanços. Sem debate, sem questionar, a ciência não avança! Sem reflexão, algo que se torna um pouco raro hoje em dia, não há possibilidade de avanço. Outro fator interessante na entrevista com Zajfman é que ele comenta que não existe energia renovável ideal, mas várias soluções que podem ser utilizadas dentro de cada particularidade de cada região ou país. Ou seja, o que é bom para os Estados Unidos ou Europa, não necessariamente é bom para o Brasil e vice-versa! Cada país deve encontrar sua melhor fonte de energia renovável, desde que dentro de princípios técnicos e não políticos!

 [1] Revista Veja, Edição 2280, nº 31, de 01 agosto de 2012.

 

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