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Falta de comunicação entre profissionais da UBS do São Francisco pode prejudicar atendimento ao cidadão, afirma Melonari

O Programa Saúde da Família – do Ministério da Saúde - visa promover estratégias para o modelo assistencial, mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. As equipes atuam com ações de promoção a saúde, prevenção, recuperação, entre outros, mas principalmente na manutenção da saúde de uma determinada comunidade. Para um bom desempenho do Programa, os profissionais devem desenvolver o trabalho em ‘equipe’. No entanto, este fato não acontece no bairro São Francisco, em Toledo. O integrante do Conselho da Saúde, Rodrigo Melonari, disse que recebeu a informação de que está havendo uma separação e falta de comunicação entre os profissionais da equipe, o que pode prejudicar o atendimento ao cidadão.

01/08/2012 - 16:14


Melonari explica que o programa é composto por enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos e o agente comunitário. Segundo ele, o agente comunitário é considerado a ponta do sistema, pois é ele quem visita as residências e conhece as enfermidades dos cidadãos em cada localidade. “É dever do agente buscar este cidadão, conhecer o seu problema e apresentá-lo a equipe para discutir a sua particularidade e, consequentemente, traçar um plano de ação para solucionar a situação”.
Ele acrescenta que na prática isto deveria acontecer, mas na equipe do São Francisco é diferente. O conselheiro conta que o agente cumpre com o seu papel, mas os médicos não. “O agente apresenta a situação a equipe. O médico faz visita ao cidadão (sem a presença do agente) e - para piorar - ele não repassa um diagnóstico sobre a situação da pessoa. Assim, quando o agente retorna a esta residência, o paciente faz questionamento, mas ele não sabe as respostas. Ele não tem a resposta, porque o seu trabalho está sendo cortado na unidade de saúde. Ele transmite a informação e ainda assim é excluído da equipe”.
O conselheiro da saúde, Rodrigo Melonari, destaca que o Programa Saúde da Família auxilia para que o atendimento seja melhor na atenção básica. Contudo, ele acredita que a equipe precisa ser coerente em seu trabalho. “Um exemplo de um bom funcionamento de equipe é onde há uma reunião interna com todos os funcionários que trabalham na unidade. É necessário e é preciso ter a troca de informação entre o médico, o enfermeiro, o técnico e o agente de saúde. É imprescindível que todos mantenham a mesma linguagem”.
Melonari disse que diante da denúncia, ele até questionou de que maneira eram realizadas as reuniões da equipe, já que se acreditava que é neste momento em que os agentes podem comunicar as demandas e haver as trocas de informações. “Para minha surpresa, me contaram que os assuntos debatidos não são de interesse da saúde da população, e sim, são questões particulares”.
Ele enfatiza que se a equipe conhecer as particularidades de cada cidadão que precisa de atendimento e dar-lhe uma resposta sem que haja algum tipo agravamento a sua saúde, poderia diminuir a demanda ao atendimento secundário e terciário. “A Saúde da Família busca este atendimento, porém se não há uma conversa igualitária entre a equipe como vão oferecer um atendimento de qualidade? O agente busca a informação, porém não tem mais a resposta”.
Melonari destaca que está preocupado com esta situação. Ele questiona se o Programa não funciona como deveria, como fica a atenção básica do Município? “Se esta situação não mudar, a saúde da população pode piorar e os resultados são: a superlotação de hospitais, a falta de vagas em UTI’s, enfim, uma calamidade”.

**Secretaria da Saúde**
As informações apresentadas neste texto foram declaradas por Melonari na noite de terça-feira (31), na reunião do Conselho da Saúde. A secretária de Saúde, Noeli Salete Fornari Borges de Carvalho, estava presente, mas ela preferiu não comentar o assunto e somente informou que tinha conhecimento desta situação e que haveria uma reunião de trabalho na tarde desta quarta-feira (1º) com a equipe. A reportagem manteve contato – por diversas vezes - nesta tarde para saber o posicionamento da Secretaria sobre o assunto. Até o fechamento da matéria não obteve resposta.

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