A especialista em tratamento de Feridas pela Wound Ostomy and Continence Nurses Society (WOCN), nos Estados Unidos, a enfermeira Vânia Declair Cohen, comenta que algumas das tecnologias em coberturas já são comercializadas no Brasil. Outras começam a chegar ao País, por serem inovações recentes. “Neste ano, representei o Brasil em dois congressos considerados importantes para a categoria. O primeiro foi Paris, no mês de janeiro, em um congresso para tecnologia de tratamento de feridas. Em maio, foi na Austria e trouxe um pouco das tecnologias para serem utilizadas aqui”.
Vânia explica que há anos surgiu o conceito de manter a ferida úmida para acelerar o processo de cicatrização, já que o ser humano é formado por quase 70% de água. “A princípio, os curativos que surgiram deixaram a umidade muito exacerbada, a qual prejudicava o processo de cicatrização. Atualmente, falamos em equilíbrio de umidade. Existem coberturas que são a base de silicone que fazem este equilíbrio e auxiliam no processo de cicatrização”.
Outra tecnologia citada pela enfermeira é o uso de prata em lesões infectadas. “Conseguimos utilizar um agente que é bactericida tópico. São coberturas específicas que não traumatizam a ferida e não causam dor. Aquele conceito de que se sente dor é porque está cicatrizando é uma inverdade. A dor interfere de uma forma não positiva no processo de reparação do tecido”.
Curativo
A especialista em tratamento de Feridas pela Wound Ostomy and Continence Nurses Society (WOCN), nos Estados Unidos, a enfermeira, Vânia Declair Cohen salienta que com as novas tecnologias, o paciente não precisa mais trocar o curativo diariamente. Segundo ela, o paciente pode retornar ao consultório ou ambulatório uma ou duas vezes por semana e fazer a troca com um profissional. “Prefiro que os meus pacientes façam a troca no consultório, porque faço uma avaliação clínica para indicar a cobertura ideal para aquele tipo de ferida, porque nem todas as feridas são iguais. Cada lesão tem uma característica e, preciso intervir e utilizar a cobertura certa para que aconteça o processo de cicatrização”.
A profissional enfatiza que é interessante quando o profissional passa a associar a tecnologia ao processo. “Eu tenho uma experiência com laser de baixa frequência – há uns quatro meses – e tem acelerado muito o processo de cicatrização, mas ainda é uma ideia. Em São Paulo também trabalhamos com um substituto de pele (tipo enxerto) com pressão negativa. Não posso afirmar que existe uma tecnologia que auxilia o processo, mas o conjunto de técnicas e procedimentos que ajudam no processo. Por isso, o paciente deve ir ao consultório para passar por uma avaliação e, o profissional poder cercar aquela lesão de tudo que temos de recursos”.
Investimentos
Hoje estão disponíveis no mercado diversos tipos de tratamentos para as cicatrizações de feridas e, por isso, a variação nos custos. A enfermeira sempre procura apresentar mais de um tipo de tratamento, pois alguns são cobertos por convênios, mas outros não. “É lógico que pode ser um valor maior, mas o paciente e a família devem avaliar o processo de custo benefício. Às vezes, é mais caro o tratamento com laser, pressão negativo ou um curativo de silicone, porém o processo de cicatrização é mais rápido. O paciente por optar por tratar um ano uma determinada ferida e gastar o mesmo do que poderia curar em até três meses com uma tecnologia mais avançada. Eu tenho uma cicatrização e livro este paciente de ter uma complicação. “Hoje não dá mais para tratar a ferida. Eu trato o paciente que tem uma ferida. Esta é a diferença que traz resultado”.
**Avaliação**
A enfermeira - responsável pela comissão de curativo do Hospital Bom Jesus, Eliane Franco Arlindo, avalia a participação dos profisisonais da regional e de outros Municípios como positiva. Ela lembra que a realização deste evento surgiu da necessidade de oferecer qualificação aos profissionais. “Na graduação temos somente um embasamento com relação a alguns assuntos e, por isso, a necessidade de buscarmos novas informações sobre a nossa profissão”.
SAÚDE
Profissional não deve tratar uma ferida, mas o paciente que possui uma lesão, afirma a Dra. Cohen
As equipes de saúde contam com diversos tipos de tecnologias que podem ser usadas para o tratamento de feridas. Mas além destas inovações também é fundamental que os profissionais estejam capacitados para assistirem os pacientes com eficiência. Por isso, a equipe de enfermagem do Hospital Bom Jesus promoveu o 1º Simpósio em Cuidados e Tecnologias aplicados à feridas . Atualmente, há diversas opções de coberturas (curativos), utilização de laser, pressão negativa, entre outros, no mercado. Estes são alguns dos agentes físicos que auxiliam no processo de cicatrização de feridas.
Mais lidas
- 1Violência contra crianças avança e desafia sociedade: casos dobram em 10 anos no Pequeno Príncipe
- 2Mãos à obra: dada a largada para a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres
- 3Com apoio do Biopark Educação, equipe ProteJá vence o Campus Mobile e leva inovação ao Vale do Silício
- 4Let’s Dance: Evento marcou 10 anos de valorização da dança e fomento da economia cultural em Toledo
- 5Toledo tem 6º maior Índice de Desenvolvimento Municipal do Brasil, diz Firjan
Últimas notícias
- 1Maio Laranja: PCPR orienta como identificar e prevenir violência contra crianças
- 2Anvisa inicia monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos
- 3Plataforma de gestão desenvolvida pelo TI para unidades de saúde é lançada
- 4Médium Divaldo Franco morre aos 98 anos, em Salvador
- 5Toledo é referência em festas gastronômicas no campo e na cidade