O presidente do conselho fiscal do Hospital de Câncer – Uopeccan, Wilson Riedlinger, explica que a maioria dos brasileiros – sem generalizar - deixa suas tarefas para amanhã ou tem mania de cuidar dos outros e esquece-se de si. Segundo ele, este cenário se repete diariamente no hospital, pois muitas pessoas procuram por ajuda somente quando apresentam algum sintoma ou a doença está em estágio avançado e com complicações. “A cada dez pessoas que faz o diagnóstico precoce é possível que seis seja tardio. Nesta mesma proporção a cada dez mulheres que procura fazer o exame de colo ou mama, 90% tem a possibilidade de ser curável se diagnosticado no início”.
Riedlinger afirma que os cânceres que mais acometem as mulheres em Toledo e região são: mama e colo de útero. “A Uopeccan atende em média 500 pessoas por dia. Tenha a certeza que se for diagnóstico precoce mais de 70% serão salvas, mas se não tem o diagnóstico precoce muitas vão a óbito”.
Exame
O presidente do conselho fiscal do Hospital de Câncer – Uopeccan, Wilson Riedlinger, lembra que a Organização Mundial de Saúde preconiza que a mulher após ter algum tipo de relação sexual - independente de idade – deve fazer o exame papanicolau há cada dois anos. “Só que muitas mulheres não fazem os exames e, por isso, que a cada momento aumenta o número de casos de mulheres com HPV e, posteriormente, evolui para um câncer. As mulheres precisam entender que somente com o diagnóstico precoce é possível detectar este tipo de doença”. Ele complementa que a idade ideal para a mulher fazer a mamografia é partir dos 30 anos.
O profissional salienta que o câncer não está na genética da pessoa. “Por que muitos médicos questionam se há histórico de câncer na família? Porque pode ser um motivo da pessoa ter a doença, porém não significa que ela o terá, porque são os hábitos e os costumes que colaboram para o surgimento da doença. Entretanto, diagnóstico evolutivo da doença depende de diversos aspectos”.
Um aspecto citado por ele pode ser o alimentar. Atualmente, conforme o Instituto Nacional de Câncer (INCA) o índice de pessoas com algum tipo de câncer no Sul é maior que no Nordeste. Riedlinger esclarece que a alimentação pode ser um fator neste caso. “A região Sul consome mais carne que o Nordeste e este alimento pode ser um diferencial, mas são algumas especulações. O que é está comprovado é que os excessos de alimentos saturados prejudicam a saúde das pessoas”.
O profissional lembra que quando uma pessoa está fazendo algum tratamento de câncer, seja ele quimioterápico ou radioterápico, a nutricionista recomenda uma alimentação natural, a base de frutas e verduras. “Diariamente, nós não somos assim. Quem vai deixar de comer uma costela gorda ou tomar uma cerveja? As pessoas devem se alimentar com consciência e evitar o excesso”.
Tratamento
De acordo com Riedlinger, a cada dez pessoas que inicia o tratamento a partir de um diagnóstico precoce a probabilidade de cura é de 70%. “Por ex. o nódulo na mama. Quando detecta um nódulo que está no início da mama, o tratamento pode ser feito por agulhamento ou retirada da mama. Contudo, se este nódulo está em estágio avançado, pode evolui para axila, cérebro e pulmão, o câncer pode matar em menos de um ano. Não é que o câncer anda, mas é uma célula doente que está desencadeando outras doenças”.
Apoio
Para Riedlinger, a humanização no câncer colabora com 20% a mais para a cura. “Quando alguém da família está com câncer, todos os membros iniciam o tratamento. Se a família não apoiar como que ela vai cuidar do enfermo? A família passa por um processo de orientação para que o tratamento tenha sucesso. A humanização no câncer é a participação da família, é o diagnóstico precoce, é conversar com o médico certo, não com o curioso, porque na oncologia não existe curiosidade”.
**Avaliação**
Para o presidente do Sindicato, João Moacir Lopes Belino, a saúde – por muitas vezes – é falha. Ele explica que muitas pessoas, no caso as mulheres, quando descobrem algum tipo de câncer, a doença está em estágio avançado e, por isso, o sindicato decidiu promover esta campanha todos os anos. “É uma maneira de convidarmos e incentivarmos as mulheres a fazerem o exame. É uma campanha que está dando certo, pois já diagnosticamos diversas mulheres que estavam com a doença em seu estágio inicial e, hoje, estão em tratamento”.
Ele salienta que este trabalho é voluntário e sem vínculo político. “É um trabalho unicamente social para auxiliar a saúde da mulher brasileira, sejam elas nossas associadas ou a comunidade em geral. O objetivo da campanha é salvar a vida das mulheres”.
O presidente do Conselho Fiscal do Hospital do Câncer – Uopeccan, Wilson Riedlinger, enfatiza que a ação voluntária salva pessoas. “Muitos falam que não vão perder o tempo. Mas eu pergunto: Você está perdendo ou ganhando? Infelizmente a nossa cultura não permite fazer este tipo de avaliação. A prevenção é a solução futura para o câncer. A iniciativa de hoje deve ser aplaudida. São ações voluntárias que congregam um número de pessoas. Isso vai salvar e vai mudar o conceito de câncer”.
SAÚDE
Cânceres de mama e colo de útero são os que mais acometem mulheres em Toledo, diz Riedlinger
Desde 2009, a Uopeccan – União Oeste Paranaense de Estudos e Combate ao Câncer – e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Toledo e região em parceria com a Secretaria da Saúde do Município promovem - anualmente - a campanha de prevenção ao câncer, seja mama ou colo de útero. Mais uma edição foi realizada neste sábado (04), na Unidade Básica de Saúde do Jardim Panorama. Na ação voluntária aproximadamente 400 mulheres foram orientadas a respeito do câncer de mama e pele, e, também fizeram o preventivo, sendo que os resultados positivos serão encaminhados para tratamento.
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