"É um trabalho essencial para a saúde pública e é isso que não está sendo valorizado. Fazemos um trabalho preventivo, educativo, que acompanha as famílias no dia a dia. Desde a vacina, a gestação, tudo a gente faz esse acompanhamento. Somos nós que alimentamos o sistema com nossos relatórios mensais. É agente comunitário que está de frente, é ele que vai em busca das informações, ele que alimenta o sistema, ele que faz todo o trabalho burocrático. Sem os agentes os enfermeiros teriam que sair pra rua", comenta o agente comunitário Valdecir Lazarotto.
A primeira luta foi em Brasília. Dois representantes de Toledo, os agentes Valdecir Lazarotto e Neuza Arruda Gripp foi até Brasília, junto com ACS de todo o Brasil, para negociar com o Ministério da Saúde e pressionar que um projeto de regulamentação de um piso nacional de pelo menos dois salários mínimos fosse implantado no país. Porém o ministro da saúde Alexandre Padilha que ficou de apresentar uma proposta sobre o tema, não colocou nenhum sinal de como vai trabalhar o tema. O ministério pediu que os agentes aguardem até o dia 14 de agosto que essa proposta estaria pronta.
Com as negociações em Brasília emperradas, uma alternativa para uma melhorar os salários poderia vir da Prefeitura, que efetivamente paga os salários destes agentes. Em Toledo são 110 ACS mais 50 agentes de endemias. "A questão do piso, seria mais fácil o município estabelecer parâmetros para isso. Porque é o município que paga para o agente. Mas não há vontade", explica Neuza. Hoje, a união repassa para o município uma quantia de R$ 881 por mês para pagar cada ACS. Toledo, por sua vez, paga apenas o salário mínimo de R$ 622. A justificativa para não repassar o integral transferido pela União dada pela prefeitura, segundo Neuza, é que a diferença é usada para pagar o material de trabalho dos agentes.
"Estamos desde 2007 que a gente vem negociando e trabalhando sempre. Nunca deixamos de alimentar o sistema. Mas até hoje não foi apresentado uma proposta efetiva para o salário. Até hoje a gente percebe que não há valorização", desabafa Valdecir Lazarotto.
Por Maurício de Olinda
GERAL
Agentes comunitários de saúde em Toledo podem até entrar em greve nos próximos dias
Cansados de receber um baixo salário, os agentes comunitários de saúde (ACS) em Toledo preparam ações para chamar atenção do poder executivo. Organizar uma passeata ou até cruzar os braços estão em cogitação. Tudo para fazer com que alguma das esferas de poder público aceite negociar um salário maior. Hoje em Toledo, os agente que fazem o trabalho de ir de casa em casa monitorando a saúde da população recebem, em Toledo, apenas um salário que gira em torno do mínimo, mais 20% de adicional de insalubridade.
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