A arquiteta lembra que desde 2005 a construção civil tem tido um desempenho crescente que se acentuou com o Programa Minha Casa, Minha vida. “Com o Programa a Construção civil deu um estouro. Todo mundo quer construir sua casinha, quer sair do aluguel. Embora que aqui no nosso município esta situação é um pouco complicada, pelo fato que os preço dos terrenos, em nosso município são muito caros, por isso o Programa do governo Federal atinge as pessoas de baixa renda. No entanto, as pessoas com melhor poder aquisitivo também estão construindo seja residencial ou comercial”.
Margarete chama a atenção para o processo de verticalização da cidade. “Temos prédios de 12 ou 14 pavimentos sendo construídos. A verticalização surgiu muito para atenuar o problema de custo dos terrenos. Um lote na área central varia entre R$ 300 mil, R$ 500 mil até R$ 1 milhão. Ter um terreno neste valor e imaginar construir uma única casa é inviável, pois é muito oneroso, por isso vale apena dividir este custo em 24 famílias, 24 apartamentos”.
Atenuar o custo do terreno é o aspecto positivo do processo de verticalização, mas a presidente da AEAT propõe uma reflexão. “Toledo tem alguns problemas viários, de trânsito... e tudo isso se acentua com a verticalização, pois num mesmo espaço teremos 12, 15 famílias morando, em torno de 20 a 25 carros e tudo isso vai intensificar o fluxo das ruas no entorno deste prédio e com isso a necessidade e a intensificação dos comércios ao redor. Podemos perceber que os prédios altos do município, que estão sendo construídos, estão em especial, na parte central”.
Pensando no desenvolvimento da cidade a AEAT avalia a necessidade da revisão do Plano Diretor. “Nosso Plano Diretor já tem alguns anos, não imaginávamos que o crescimento seria tão rápido. O município hoje está com quase 120 mil habitantes, num prazo curto podemos chegar a 140, 150 mil habitantes. Junto com o problema viário, precisamos resolver questões do plano diretor como o comércio, as faculdades que estão localizadas mais na região norte da cidade, a zona do Parque do Povo que vai estender o crescimento para a zona norte da cidade. Nesta área há muitas chácaras o que será feito lá? Não tem um Plano do que pode ser construído lá. Poderá ser construída uma residência de dois, três ou quatro pavimentos? Poderá se construir prédios? Precisamos pensar tudo na ocupação do solo, na filtração da água que hoje, isso é problema na região do Lago Central”.
O crescimento da cidade deve ser bastante planejado adverte Margarete. “Cada bairro que se inicia tem que se pensar na infraestrutura, no asfalto para aquela região. É preciso pensar que aquela região tem mais moradores, mais veículos... Tem que pensar que tem que ter transporte coletivo... é preciso pensar que aquele terreno, aquele bairro interage com todo o município”.
A presidente AEAT lembra que há seis meses estão tentando conversar com o poder público para manifestar o desejo de rediscutir o Plano Diretor, mas que está tarefa compete ao Poder Público. “Quem vai ordenar, coordenar essa discussão é Poder Público. São eles que devem ter a iniciativa de procurar a AEAT. Nós estamos à disposição, a Prefeitura decidindo rediscutir o Plano Diretor a Associação está pronta para contribuir. Somos conhecedores dos problemas, estamos aptos a colaborar no apontamento dos caminhos, por isso estamos a disposição e a Prefeitura sabe disso, tendo o convite estamos prontos para ajudar”.
Por Selma Becker
