Brito explica que o cultivo de tilápia na região tem proporcionado oportunidades de lucratividade ao piscicultor e aquicultor. Diante disso, ele – como representante da superintendência – disse que está mantendo diversos diálogos com o Ministério da Pesca e Aquicultura para que haja uma redução nos custos da matéria –prima e na carga tributária. “O produtor deve se sentir privilegiado nesta produção e havendo a diminuição destes valores citados, o produtor poderá ganhar muito mais e é isto que queremos”.
O superintendente federal de pesca do Paraná lembra que no passado havia uma ruptura na cadeia produtiva. Atualmente, ele comenta que começa a ser melhorado a relacionamento com a cadeia produtiva, seja oferecendo mais condições para o cultivo e manejo; aproximando os produtores da superintência; facilitando o acesso a créditos e outros fatores. “É fundamental e, torno a repetir, nós temos que melhorar a cadeia produtiva e oferecer condições para este produtor ganhar dinheiro”.
Brito enfatiza que o cultivo nos municípios de Toledo e Maripá são referências para o Estado, mas também bons exemplos para todo o Brasil. “Nós precisamos ter visão de futuro. Os projetos que estão em andamento no Paraná – no caso Toledo – vão se aliar a outros projetos no Estado para haver melhorias na produção. Por exemplo, o Estado de São Paulo é uma grande potência, mas está atrás do Paraná. O Estado tenta fazer o que já é feito aqui. Os produtores não devem desistir, porque tudo vai dar muito certo para a cadeia. O esforço é muito grande para isso”.
Produtos
Pela manhã, o superintendente federal de pesca do Paraná, José Antônio Faria de Brito, teve uma reunião com as lideranças do Município. No período da tarde, ele conversou com acadêmicos, profissionais, professores e interessados sobre o cultivo, entre outros assuntos. Brito também experimentou produtos à base de peixe elaborados por pesquisadores do Grupo de Estudos de Manejo na Aquicultura (GEMAq), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo. Segundo ele, qualquer tipo de motivação para a criação de peixe e que vise o seu consumo é algo – extremamente – positivo. “Eu recomendo e tenho a certeza que a população também vai gostar. Acredito que todas estas as receitas devem ser tratadas de maneira industrializada”.
O professor, Aldi Feiden, avalia a visita do superindente como positiva. Feiden destaca que apesar de não ser um profissional que atua no setor, ele se mostrou disposto a contribuir com o crescimento da cadeia. “Nós precisamos de pessoas deste padrão na gestão de um órgão público. A Universidade pode contribuir muito com o desenvolvimento da cadeia produtiva da piscicultura. Tivemos a oportunidade de mostrar os produtos processados à base de peixe que são feitos para serem colocados na merenda escolar; os produtos confeccionados com couro ecológico; um defumado eletrônico e rotativo para peixes que foi um estudo de uma aluna e agora está gerando uma patente. Com isso, mostramos que fazemos um trabalho sério e o Ministério pode contar conosco, para que possamos consolidar a cadeia”.
A coordenadora da inclusão da merenda escolar na região, Adriana Maria, disse que para haver o desenvolvimento de projetos é preciso ter vontade política. Ela explica que às vezes um prefeito contribui, mas o outro não tem interesse e acaba com o projeto na cidade. “No caso da merenda escolar é um projeto que deve ter continuidade. Atualmente, o projeto é prioritário no Ministério da Pesca para implantação em todo o país e a região é pioneira”.
Adriana comenta que a merenda escolar dos alunos das escolas do município de Marechal Cândido Rondon já tem o peixe presente. Outras cidades como Toledo, Pato Bragado e Entre Rios do Oeste começam a introduzir o produto na alimentação dos estudantes.
Ela explica que o projeto – em Rondon – é desenvolvido há cinco anos. Adriana comenta que a inclusão do peixe na merenda escolar começou com a organização da cadeia. “Os produtores foram qualificados e incentivados para produzirem um peixe de qualidade para ser entregue a prefeitura. Diante disso, foi papel da administração fazer a gestão da compra e distribuição do produto para as escolas. Nas escolas, as merendeiras foram capacitadas para fazerem as receitas. É um projeto que está dando certo na cidade”.
GERAL
Toledo e Maripá são referências na produção de pescado para o Brasil, afirma Brito
A carne branca, o cheiro característico e o sabor fazem do peixe um alimento irresistível à mesa, seja frito, assado, grelhado ou cozido. O consumo de peixe é recomendado por médicos e nutricionistas – ao menos uma vez por semana – por possuir diversos benefícios a saúde, por ser rico em nutrientes, sais minerais, vitaminas, entre outros, fundamentais para o bom funcionamento o corpo. No entanto, grande parte da população – mesmo conhecendo estas propriedades nutritivas do peixe – não possui o hábito de incluir o peixe no cardápio de refeições. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo anual de pescado de pelo menos 12 quilos por habitante/ano, mas o brasileiro ainda consome abaixo disso. Entretanto, houve um crescimento de 6,46 kg para 9,03 kg por habitante/ano entre 2003 e 2009. O programa “Mais Pesca e Aquicultura”, do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), previa o consumo de 9 kg por habitante/ano apenas em 2011. O superintendente federal de pesca do Paraná, José Antônio Faria de Brito – que esteve em visita à Toledo nesta sexta-feira (17) – comenta que apesar do consumo ainda ser pequeno, a produção do pescado na região Oeste é destaque no cenário nacional.
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