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EMPREENDEDORISMO

Chocolates artesanais e gourmet ganham cada vez mais espaço na Páscoa

Tanto para quem trabalha nesse ramo ou para quem deseja só complementar a renda, é necessário ter uma regulamentação junto ao município para produzir os chocolates

10/04/2017 - 18:05


Trocar chocolates na Páscoa é bom, mas produzi-los é ainda melhor. A cada ano, os ovos de chocolate artesanais estão amis competitivos em relação aos ovos de páscoa industrializados. Para quem já trabalha no ramo, esta é a época em que as encomendas aumentam significativamente, mas também não deixa de ser uma oportunidade para quem deseja apenas ter uma renda extra no fim do mês.

A empreendedora, Anna Carolina Garcia, produz trufas de chocolate há doze anos e ovos de chocolate há três. Ela tem seu próprio negócio, o Delícias da Anna, e faz cerca de dois mil chocolates por mês, entre doces para pronta entrega e encomendas. Formada em jornalismo e mãe de duas crianças, Anna conta que começou a fazer as trufas ainda quando estava na faculdade. “Eu vendia para os alunos e colegas de classe. Depois eu engravidei, tive minha filha e o chocolate passou a ser uma maneira de aumentar a renda dentro de casa”, relata. “Meu marido me ajudou muito no início. Ele trabalhava como motoboy e teve essa ideia. Eu produzia e ele entregava”, lembra.

Com o aumento das demandas, ela brinca dizendo que este é o período de safra. “Em duas semanas, eu consigo ganhar o que eu recebo trabalhando em meio ano”.  E com a ajuda da família, ela consegue dar conta do recado. “Inclusive, meu marido tirou férias para poder ajudar a fazer os chocolates junto com a minha filha enquanto eu saio para fazer as entregas e vendas”.

Chocolate Artesanal X Chocolate Gourmet

Ao todo, a empreendedora Anna Carolina Garcia produz 15 sabores que ela mesma inventou, a partir de produtos selecionados. “Este é o meu diferencial. Eu gosto de inventar recheios, sempre usando produtos bons e isso é algo que os clientes podem perceber. Até porque eu também como o que eu produzo, então as pessoas já conhecem meus chocolates no dia a dia e na Páscoa eles mesmos me pedem para fazer algo”, comenta.

Com isso, ela pretende alcançar um público exigente, que opta pelo que tem sido chamado de chocolate gourmet. Esse mercado tem crescido exponencialmente no Brasil. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados apontam que o país produz, anualmente, cerca de 15 mil toneladas de chocolate gourmet.

Anna ainda destaca a principal diferença entre o ovo artesanal/gourmet e o industrializado. “Um chocolate caseiro de 700 gramas custa geralmente R$ 85,00, enquanto no supermercado um ovo de 170 gramas pode ter um valor de até R$ 80,00. Ou seja, nos ovos artesanais, os clientes pagam pelo chocolate, não pela marca, podendo até montar seu chocolate da maneira que gostar”.

Mas além de exemplos como o da Anna, que mudou de profissão para viver de chocolates artesanais, também há quem decidiu desde o início viver exclusivamente das delícias. As amigas Carla, Kamila e Valéria se associaram para criar a empresa D+ Doces – Doces e salgados para todas as ocasiões. Mulheres que dão exemplo a frente da cozinha e dos negócios, afinal, formalização é coisa séria.

Formalização

Tanto para quem quiser viver disso ou para quem deseja somente complementar a renda produzindo chocolates, é necessário ter uma regulamentação junto ao município, com a liberação, selo de qualidade e estar dentro das normas da vigilância sanitária para a produção de alimento.

De acordo com a Agente de Desenvolvimento da Sala do Empreendedor, Fernanda Moreira, para realizar este serviço é preciso que a pessoa se torne um Microempreendedor Individual (MEI), porém muitas fazem este serviço dentro de suas próprias casas. “Deste modo, não tem como a Prefeitura fazer a inspeção por se tratar da residência da pessoa. O correto é ter um local onde o fiscal possa entrar sem ter acesso a casa do indivíduo que produz o alimento que o público vai consumir”, conta Fernanda.

A agente ainda diz que há questões importantes para que a pessoa possa produzir de forma legal. “Touca para cabelos, mesa de mármore e proteção de janelas contra insetos são algumas das normas que a Vigilância Sanitária exige”.

O ideal é procurar a Sala do Empreendedor antes de começar a produzir algo. Para isso a pessoa deve agendar uma consulta prévia. “É gratuita e o fiscal vai apenas conhecer o local de produção do alimento, avaliar o que será preciso adequar para que o empreendedor consiga obter a liberação da Vigilância Sanitária. A resposta dos fiscais é dada em, no mínimo três dias”, concluiu Fernanda.

Com a formalização, os negócios de chocolates artesanais, que no passado surgiam apenas como complementação de renda ganham cada dia mais força e espaço entre os consumidores. O crescimento do setor demonstra que os chocolates artesanais estão sendo cada vez mais valorizados pelos consumidores brasileiros, que são muito exigentes com o assunto é chocolate. Afinal, o Brasil é hoje o 3º maior produtor de chocolates do mundo e o 4º maior mercado em consumo, só ficando atrás dos Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido.

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