Casa de not%c3%adcias   1144 x 150  %281%29

GERAL

Violência à mulher é um problema de saúde pública

Geralmente, este tipo de violência é abordado somente como um problema de segurança pública.

23/03/2013 - 14:28


No entanto, afeta principalmente a saúde por causar mortes, lesões, incapacidades, alterações emocionais, entre outros. Desta forma, reduzindo a qualidade de vida, aumentando as demandas para urgências, emergências, reabilitação, áreas de atenção, vigilância e promoção à saúde, mostrando-se como um problema para a política de saúde. Por isso, a violência deve ser encarada como uma questão de saúde pública e, principalmente de resolução intersetorial.

Diante disso, o Ciscopar e demais parceiros promoveram, na última sexta-feira (22), a 1ª Capacitação Regional de Sensibilização às vítimas de violência contra a mulher para os profissionais de saúde e demais interessados.
O objetivo da capacitação foi articular a rede de atenção e prevenção da violência; subsidiar profissionais, para utilização da ficha de Notificação Compulsória de Violência contra criança, adolescente, mulher, idoso e pessoas com deficiência; capacitar os profissionais para que saibam identificar e encaminhar as vítimas de violência nos atendimentos do cotidiano de trabalho.
Segundo o secretário executivo do Ciscopar, Vilmar Covatti, os secretários de saúde da 20ª Regional de Saúde solicitaram a realização da capacitação devido as dificuldades em notificar e identificar as vítimas. “Ainda existe o silêncio da mulher e os profissionais da saúde deve identificar a violência por meio de um hematoma ou sintoma que apresente quando a vítima for encaminhada a Unidade Básica de Saúde”.
Covatti relata que muitas mulheres buscam por atendimento médico, porém não o comunicam que foi agredida. Diante disso, cabe ao profissional de saúde identificar e solicitar que o médico faça os questionamentos devidos para diagnosticar a situação. “Muitas mulheres sofrem a violência e preferem calar e também existem aquelas pessoas que denunciam e nossos profissionais precisam saber como atuarem diante desta situação”.
O secretário de saúde de Toledo, Edson Simionato, lamenta que o principal causador da morte das mulheres ainda é o machismo. “O machismo mata as mulheres há muito tempo. Quem ainda não está sensibilizado participe de um Tribunal de Júri. Nunca vi sentada na cadeira do réu uma mulher que matou um homem. Nenhuma vez”.
Simionato lembra que durante uma conversa com uma ginecologista, ela disse que atende muitas mulheres que foram estupradas, mas infelizmente, as vítimas negam o ato e não aceitam tratar a situação como uma violência por medo de sofrerem a agressão novamente.
A secretária de Políticas para Mulheres, Maria Cecília Ferreira, informa que o Município possui registros significativos de violência doméstica familiar. Nos três primeiros meses deste ano, a Delegacia da Mulher registrou cerca de 90 ocorrências. “A violência contra a mulher é um problema de saúde pública”.
Simionato reafirma que a necessidade dos profissionais de saúde do Município serem capacitados e as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) serem estruturadas Segundo o secretário, atualmente não há preparo para receber uma mulher agredida. “Precisamos organizar a estrutura para que sejam iniciadas as notificações e, consequentemente, tenhamos estatísticas”.
O chefe da 20ª Regional de Saúde, Odacir Fiorentin, destaca que o enfrentamento a violência à mulher deve ser com equilíbrio e seriedade pela sociedade e órgãos públicos.

Anuncio gene 2