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SAÚDE

População é prejudicada pela falta de pediatras em Toledo. Gestores tem dificuldades em fechar plantões

A falta de atendimento também é generalizada no Brasil.

04/04/2013 - 21:40


Segundo a Demografia Médico no Brasil (2013), a pediatria lidera o ranking com 30.112 profissionais, a frente de ginecologia e obstetrícia e cirurgia geral. Na região Sul atuam pouco mais de 5.385 profissionais. Contudo, estes números ainda não são suficientes para atender a demanda.

Em Toledo, a equipe de pediatras do mini hospital Dr Jorge Nunes atendeu 1.610 crianças somente em março deste ano. O Município chamou os últimos seis pediatras disponíveis do Concurso Público, sendo que três já estão trabalhando e os demais ainda dependem de desligamento no trabalho.
O secretário de saúde, Edson Simionato, lembra que as Unidades Básicas de Saúde de Toledo contam com uma carga horária de pediatra. “Temos a noção que não é a ideal, mas todas das UBS’s contam com profissionais por até duas horas, sendo que alguns profissionais são concursados para atuarem no mini”.
A superintendente do Hospital Bom Jesus, Michelle Okano Anzanello, relata que o hospital procura absorver os novos pediatras que estão sendo chamados nos concursos da região para que façam parte do corpo clínico também. “Além disso, através dos próprios especialistas realizamos contatos com pediatras de outros locais para contratá-los para o hospital”.
O Hospital Doutor Campagnolo não realiza atendimento em pediatria e até o fechamento da matéria o administrador do HCO não havia dado retorno.
O secretário relata que os profissionais alegam que a categoria - financeiramente - não é a melhor opção e, por isso, futuros médicos não buscam a especialização  nesta área. “O SUS não é o sistema que paga espetacularmente. É um sistema crônico e que não há mecanismos que deem condições dos gestores fazerem um pagamento maior. Os servidores que atendem no Município recebem um salário considerado bom se comparar com a carga horária”.
Diante disso, a principal dificuldade dos gestores é o fechamento da escala de plantões, principalmente no período noturno, finais de semana e feriados. Simionato afirma que a escala não é fechada em todos os momentos devido a falta de profissionais que se dispõe a trabalhar nos períodos citados. “Nestes dias, os médicos são pagos por hora-extra, mesmo assim, algumas vezes, a área fica descoberta no mini. Entretanto, a situação também repete-se nos hospitais privados e conveniados, pois eles também não conseguem fechar a escala para atender a demanda”.
O secretário ainda destaca que atualmente o serviço público e a iniciativa privada produzem escala de profissionais no mesmo período. “Acredito que as entidades que prestam o atendimento de pediatria podem dialogar para fechar um plantão único”.
Simionato exemplifica que diversos pais ou responsáveis que buscam por atendimento no convênio ou particular não encontram pediatras e, por isso, muitas crianças são atendidas pelo Município. “Esta realidade acontece esporadicamente”.
Segundo o secretário, muitos pais buscam o primeiro atendimento clínico na urgência/emergência ao invés nas UBS’s. “Algumas situações conseguimos encaminhar a criança para alguma Unidade e fazemos o remanejamento. Isto acontece quase todos os dias, principalmente no período da manhã”.
Simionato esclarece que para auxiliar na correção deste processo, a Secretaria pretende dialogar com os profissionais que atuam nas UBS’s para alterarem o horário de atendimento. “O horário não é adequado nos postos de saúde. Muitos pediatras começam a atender 7h e saem entre 8h30 ou 9h. Estatisticamente, as complicações acontecem no período noturno. A criança fica a noite inteira com febre; na madrugada consegue dormir, qual mãe que vai tirar 7h o seu filho da cama para levar a Unidade? Ela opta por levar em outro horário no mini. Por isso, discutiremos com os profissionais a mudança de horário no atendimento nas UBS’s, pois é sacrificado uma mãe tirar a criança de casa, principalmente agora que fica frio e tem períodos de chuva”.
Pediatria
Estima-se que até a década de 80, nas universidades federais, 25% dos estudantes queriam ser pediatras. Atualmente, a especialidade é a escolha de apenas 7% dos alunos. Para se tornar um pediatra, o estudante passa pro cinco anos de formação universitária, dois anos de residência, um ano de especialização e muitas vezes o mestrado.

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