Em uma conversa descontraída, os alfabetizandos da professora Sandra Mandelli Chini dividiram suas experiências e comentaram o valor da leitura e da escrita em suas vidas. Benedita Rodrigues da Silva, 61 anos, não pode estudar na juventude porque o pai não deixou. “A escola era muito longe, não tinha transporte, eu não tinha irmãos e não podia ir sozinha”, conta a alfabetizanda. Depois veio o casamento, os filhos e as obrigações do dia a dia, que lhe tomavam o tempo de estudar. “Só com 60 anos que eu tive mais oportunidade. Hoje não me sinto uma inútil, dizendo ‘eu não sei ler’. Às vezes a gente tropeça nas palavras, mas continua em frente. E eu vou continuar em frente, estudando”, promete Benedita.
Assim como ela, vários alunos que completam a alfabetização seguem em frente, participando das aulas da EJA – Fase I. Outros, no entanto, abandonam os estudos, apontando dificuldades como o horário e a distância. “Um dos nossos objetivos este ano é criar um elo entre as turmas de EJA e as de alfabetização, incentivando a abertura de turmas e encaminhando os alfabetizados aos locais mais próximos”, afirma a coordenadora Simone Zuchi.
“Atualmente, 24 turmas do programa funcionam espalhadas por diversas localidades da cidade de Toledo e atendem 350 alunos”, informa Luciléia Albarello, coordenadora do PPA. “Até o final de junho este grupo será encaminhado para o programa da EJA fase I da rede municipal e posteriormente, dando sequência ao processo educacional, terão seu ingresso garantido na EJA fase II e Ensino Médio junto ao CEEBJA Toledo ou Colégio Estadual Germano Rhoden da rede estadual”, completa Luciléia.
No NRE Toledo, o Programa Paraná Alfabetizado retomou suas atividades após as férias escolares no dia 01 de fevereiro. O PPA conta com 96 turmas distribuídas nos dezesseis municípios jurisdicionados e oferta atendimento a 1150 pessoas que não tiveram a oportunidade de escolarização na idade regular.
Da Assessoria - NRE