O secretário de saúde de Toledo, Edson Simionato, afirma que a obra - que atenderá os dezoito municípios do Ciscopar - está na fase final e o gerenciamento do novo espaço de saúde precisa ser discutido. “A previsão é que o prédio seja entregue nos próximos meses e ainda não sabemos como o HR será administrado”.
Simionato destaca que ainda não houve tratativas sobre manutenção, fonte de recursos e administração. O secretário executivo do Ciscopar, Vilmar Covatti, reforça a necessidade de começarem os estudos sobre o número de servidores. Covatti frisa que o primeiro passo é entender a estrutura física para dar início ao detalhamento sobre a contratação dos profissionais. Simionato comenta que, antes de se pensar na questão do quadro funcional, é importante analisar se os municípios dispõem de recursos devido à questão do limite prudencial para folha de pagamento. Toledo hoje arcaria com 33% dos custos do HR. “O Hospital Regional hoje, com qualquer mecanismo que impacte na folha de pagamento dos municípios, não tem viabilidade”. A mesma preocupação foi demonstrada pelos demais representantes dos municípios de Marechal Candido Rondon, Assis Chateaubriand, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste e Palotina presentes na reunião.
O diretor técnico, José Carlos de Jesus, afirma que houve uma análise da antiga administração municipal em relação aos equipamentos para o funcionamento do HR, porém não aconteceram estudos sobre quadro funcional.
Diante do impasse, Simionato aponta como solução o Estado assumir a gerência do hospital. “É o pensamento que temos hoje. Que o governo do Paraná assuma a administração”. O chefe da Divisão de Gestão e Atenção à Saúde da Regional de Toledo, Alberi Locatelli, comenta que o governo paranaense também enfrenta problemas com a contratação de servidores. Alberi sugeriu que seja feita uma análise de custos para os equipamentos e quadro funcional. “Precisamos de subsídios para buscar as soluções e o primeiro passo é sabermos o quanto isso nos custaria”.
Sobre a possibilidade de firmar parceria com instituições de ensino superior e torná-lo um hospital universitário, a proposta demandaria investimentos já que hoje seria necessária a construção de salas de aula, de reuniões e espaços para discussões acadêmicas. Além disso, existiria um limite mínimo de 120 leitos. “Não podemos pensar em ampliações antes mesmo de colocar a atual estrutura em funcionamento”, pondera Simionato.
Estrutura
O espaço físico do Hospital Regional conta com dois blocos com dois pavimentos e um de apenas um piso. Serão disponibilizados 88 leitos sendo dez de unidade de terapia intensiva (UTI), 30 na unidade de internação médica, 30 para clinica cirúrgica e oito para tratamentos semi intensivos. A área total é de nove mil metros quadrados e projetada para receber ampliações.
Tratativa sobre as especialidades atendidas
Um dos questionamentos levantados durante o encontro foi referente à vocação do Hospital. José Carlos de Jesus explica que a primeira intenção era para que o HR fosse referência em atendimento de cardiologia e traumatologia. Durante o encontro foram apontadas outras hipóteses. A secretária da Saúde de Palotina, Nissandra Karsten, apontou outras possibilidades. “Temos a necessidade de internamentos para clínica geral e psiquiatria”.
A opção foi aceita pelos representantes municipais que entenderam ser esta uma grande dificuldade. A diretora de Saúde de Toledo, Denise Campos, lembra que hoje estes pacientes com surtos psicóticos precisam ser contidos em unidades sem as condições necessárias. “Precisamos de uma referência não para tratamentos, mas para dar dignidade no primeiro atendimento a estes cidadãos”. Novas reuniões da Câmara Técnica Consultiva Paritária deverão ser agendadas para continuarem as discussões.
Da Assessoria - Toledo