As manifestações dos vereadores foram desde o espanto com os protestos inéditos até a esperança de que beneficiem o País. “Tenho 39 anos e pintei a cara e fui para a rua na Praça Santos Andrade, em Curitiba, pelo impeachment do Collor. Depois de mim quem veio, que mundo que a gente vive, cadê a gurizada?”, comentou Tita Furlan.
O vereador estar “até angustiado” diante do atual quadro, respondendo a uma manifestação em rede social defendendo que se precisa de médicos e não de legisladores, indagando o que esta pessoa faz para mudar o mundo em que vive.
O vereador Luís Fritzen lembrou a manifestação realizada em frente ao Estádio Mané Garrincha no último sábado em Brasília. Na ocasião, 15 adultos foram detidos 15 adultos e dez menores apreendidos. Fritzen citou ainda postagens em redes sociais, como a que diz “Da Copa eu abro mão, quero saúde e educação”.
Ele comentou que não é possível entender como o movimento que espalhou-se pelo Brasil e mundo afora. Para o vereador parece ser uma insegurança que o Brasil vive, onde vaiam a presidente da República, vaiam o presidente da Fifa. Ele também questionou o que está por trás disso.
Rogério Massing em aparte relatou que para a realização das obras da Copa não houve uma audiência pública para consultar a sociedade. Embora, ele seja apaixonado pelo esporte sempre posicionou-se contrário. Massing disse que o País discute falta de segurança pública, vagas nas universidades, saúde precária e questiona o alto investimento em estádios que após a Copa serão utilizados para shows. “O povo brasileiro não queria isso. Faltou consulta popular, depois o que resta é manifestar-se dessa forma e aí até o que era mais ou menos acaba ficando ruim”.
Para o vereador Tita Furlan, o motivo certamente não são os R$ 0,20 da passagem em São Paulo pelo que esteve lendo a respeito “não na grande mídia, mas nas redes sociais”, onde viu que estes centavos “são a gota d´água de um povo que cansou de ser palhaço, que não aguenta mais ouvir que mais de R$ 30 bilhões foram gastos com a Copa do Mundo”, que considera como a “política do pão e circo”.
Para ele o R$ 1 bilhão investido no Maracanã daria escola para 700 mil alunos e o que foi gasto no Itaquerão daria para construir 38 hospitais, citando ainda o Estádio Canarinho de Roraima, onde para tentar ser uma das sedes para receber uma das 31 delegações para treinos está se gastando R$ 100 milhões. “Por trás disso tem uma angústia, uma revolta numa população que sempre viveu alienada”, disse ele, destacando que “a população hoje, a exemplo da Primavera Árabe, do que está acontecendo na Turquia e no mundo inteiro tem as mídias sociais para saber o que está acontecendo (…), está começando a conversar com a população e percebendo o País que a gente vive”.
Saudando os vereadores Marcos Zanetti e Gian de Conto, alguns dos mais novos do que ele, Tira Furlan disse que os jovens estão acordando e tentando participar, pelo menos tentando mudar. “Um dia eu sonhei que ia mudar o mundo, hoje quero mudar o mundinho que me cerca, isso já me faz muito feliz, agora algumas pessoas só reclamam e não fazem nada”, disse o vereador, que criticou a repressão, inclusive à imprensa, cuja atuação também questionou. Neudi Mosconi disse que também defendeu o impeachment e participou do movimento na época. “Pintei a cara e continuarei a luta e o principal de tudo isso é que os mensaleiros, os corruptos não são presos e ninguém devolve dinheiro neste País e ainda quem erra é o Supremo que está lá condenando ´injustamente´ os corruptos, os ´malacos´, os donos das falcatruas que estão se perpetuando no poder”, criticou o vereador.
“O País acontece nos municípios e é nos municípios que o País está se levantando, não para derrubar, não para matar, não para quebrar nada, mas para acordar este povo que permaneceu adormecido tanto tempo e certamente vai se orgulhar de um dia ter participado deste momento histórico”, disse o vereador Tita Furlan. “É neste país que a gente vive mas é neste país que eu acreditei um dia e acredito cada vez mais que um dia vai mudar”, disse o vereador, afirmando que o protesto em Toledo não é contra ninguém. “Que aconteça não contra o prefeito ou quem quer que seja porque todo mundo que está em Toledo quer que o prefeito faça o melhor possível, mas que esta manifestação sirva para dizer que aqui neste rincão do Oeste do Paraná também tem gente preocupada e se aqui for necessário levantar a voz para mudar este País, levantaremos”, finalizou o vereador.
Da Assessoria