Com foco na melhoria do acesso e qualidade do cuidado o Departamento de Saúde Mental da Secretaria de Saúde de Toledo trabalha na implantação de diversas mudanças na forma de reclassificação da demanda. Somente no mês de junho, no ambulatório da Saúde Mental, a equipe multidisciplinar atendeu 640 crianças e adolescentes em terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, psicopedagogia e neurologia.
Atualmente, uma das metas do departamento é mapear a atual situação da saúde mental no município. O objetivo é criar um sistema que permita o filtro de números, índices e estatísticas do setor. “Estão sendo cadastrados todos os prontuários de pacientes, por meio de planilhas, que irão nos proporcionar esses dados. Este é um sistema de informação que faltava e que depois de implementado nos dará, além dos números de atendimentos, também a etnia, onde mora, faixa etária, se tem cartão do Sistema Único de Saúde (SUS), entre outros dados necessários para melhoria dos serviços”, explica a diretora do Departamento de Saúde Mental, Janete Welter.
O sistema servirá também para priorizar os casos levando em consideração a complexidade e não da data do encaminhamento. “O trabalho será realizado conforme a gravidade de cada caso, classificado por risco para o atendimento e não ordem de chegada. Entre os critérios para classificação está a tentativa de suicídio e sinais sérios de depressão, entre outros, que está em elaboração dentro do Departamento, para que possamos criar uma linguagem unificada”, descreve Janete. A estratégia para quem não tem um caso de alta complexidade são os grupos. “Acreditamos que no decorrer desse ano teremos a formatação primeiro do protocolo nessa classificação de risco e após, a formatação dos grupos, para que no ano que vem, a gente inicie com esses grupos, e que toda população seja assistida, de forma que esses atendimentos tenham qualidade, pois não se pode pensar apenas em números de atendimento”, destaca a diretora.
Segundo a diretora geral de Saúde, Denise Campos, as mudanças que estão em curso no Departamento de Saúde Mental implicam na qualificação do cuidado e melhoria do acesso. “Primeiro estamos melhorando o acesso dessas pessoas, porque se você pensar que estamos elaborando protocolos, colocando critérios para entrada dos pacientes ser ampliada, nós estamos melhorando o acesso. Já a elaboração de grupos para o atendimento dessas pessoas que não são classificas em alto risco, mas precisam de atendimento e vão ser atendidas, trata-se da qualificação do cuidado”. Mesmo em grupo, se a pessoa tiver a necessidade de atendimento individual, será reavaliada e receberá o atendimento individual. A classificação estará sempre sujeita a mudanças para melhor atender a população.
Denise enfatiza a finalização da demanda reprimida em neurologia. “Nós terminamos dentro do Departamento de Saúde Mental, a demanda reprimida em neurologia, que também havia uma fila considerável. Outro setor que melhorou, foi à fonoaudiologia. Primeiro se conseguiu fazer os Grupos da Voz, que foi uma maneira de acelerar essa lista de espera, pois como são formados grupos você consegue atender um maior número de pessoas. Compramos um espelho grande e nossa sala de reunião começou a ser usada por esses ‘grupos da voz’ que atendem crianças autistas em grupo, rodando essa fila”.
Neurologia
A neurologia teve um acúmulo por causa da exoneração do médico que atendia na APAE, fazendo com que as crianças ficassem desassistidas. Como estratégia, a Secretaria de Saúde dispôs outro profissional para o atendimento destas crianças no próprio Departamento de Saúde Mental. Os atendimentos acontecem todas as segundas-feiras das 14h às 18h. “A neurologia contava com cerca de 200 crianças desassistidas e agora sanamos essa fila, lembrando que todos os dias chegam encaminhamento, ou seja, a fila sempre vai existir, mas aquela demanda reprimida que demorava quatro, cinco meses não existe mais”, destaca a diretora do departamento, Janete Welter. Atualmente as crianças aguardam entre uma semana e dez dias, para o atendimento na Neurologia do Departamento de Saúde Mental. Casos de maior complexidade são encaminhados para neuropediatra, no município de Umuarama.
Fonoaudiologia
No ambulatório são atendidos pacientes com diversas alterações, entre elas, atrasos de linguagem, alterações da fala e leitura/escrita, problemas vocais, deficientes auditivos (protetizados que não fazem uso de Linguagem Brasileira de Sinais – Libras), pacientes que fazem uso de implante coclear, afasia (vítimas de Acidente Vascular Cerebral – AVC, Traumatismo Crânio Encefálico – TCE) gagueira, motricidade oral e reabilitação vestibular. Para o atendimento em fonoaudiologia no Departamento de Saúde Mental a fila de espera existe apenas dentro do contexto de grupo. Cada grupo dura cerca de três a quatro meses para finalizar. A diretora do departamento de Saúde Mental, Janete Welter, descreveu a situação. “A fila de espera aguarda o atendimento até o início do próximo grupo, que na fonoaudiologia do Departamento é chamado de ‘grupo da voz’, por isso nós consideramos que não existe fila de espera para fonoaudiologia, pois serão encaixados dentro desses outros grupos. Dentro desse contexto nós consideramos que não há fila de espera”. O Departamento conta com cinco fonoaudiólogas, e uma atua na Secretaria de Educação, voltada a fonoaudiologia escolar. O serviço também começou a realizar neste ano, atividades de prevenção multiprofissional aos bebes e grupo de orientações a pais nas diversas patologias.
Psicopedagogia
A psicopedagogia do Departamento de Saúde Mental nunca teve um histórico muito exacerbado. Atualmente apenas três pessoas estão na fila de espera. “Dentro de quinze a vinte dias, no mais tardar um mês estará zerada a fila, claro que temos que levar em consideração que todos os dias pode chegar um encaminhamento, mas atéesse momento só temos essas três crianças aguardando por atendimento”, comenta a diretora.
Psicologia
O Departamento de Saúde Mental possui sete profissionais de psicologia, que realizam atendimento individual ou em grupo, conforme necessidade de cada caso. Os grupos atendem pessoas com hanseníase, linguagem oral, pais de crianças com necessidades especiais incluídos no ensino comum, grupos de defluência e de puericultura, também há um trabalho com gestantes e puérperas com riscos psíquicos, atendidas de forma individual. A forma do atendimento é definida pelos profissionais. Atualmente são realizados 12 grupos de atendimento. Estão em tratamento aproximadamente 200 pacientes, com sessões semanais. Não há um tempo pré-determinado para a duração do tratamento, pois isto depende de cada caso. Desde 2010 aguardavam 711 crianças na fila de espera. Atualmente permanecem aguardando atendimento aproximadamente 290 crianças. “Já a fila de espera para atendimento de adultos está passando por reclassificação e existem novos projetos grupos, que devem se iniciar a partir do mês de agosto”, comenta Janete.
Terapia Ocupacional
No Departamento de Saúde Mental os atendimentos são caracterizados por atendimento individual, grupal, multidisciplinar e interdisciplinar. O público alvo é o pediátrico, com perfil clínico de disfunção neuromotora, transtorno global do desenvolvimento, transtorno do desenvolvimento da coordenação e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor que estão incluídas no ensino fundamental. O trabalho objetiva o atendimento clínico, orientação escolar e prescrição e confecção de adaptações de mobiliário (mesas e cadeiras) e instrumentais funcionais como lápis, caneta, mouse, quando necessário para facilitar a autonomia escolar.
Também é oferecido atendimento individual para público adulto nas disfunções ortopédicas, neurológicas (AVC, TCE) e reumáticas (artrose e artrite) com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e funcionalidade nas tarefas diárias. O atendimento grupal é realizado em parceria com as áreas de psicologia, fonoaudiologia e fisioterapia. Entre os grupos definidos estão o Grupo de Puericultura, Grupo de Afasia, Grupo de Orientação aos Pais com crianças especiais inclusas no ensino fundamental, Grupo de Orientação Hanseníase e Oficina de Jardinagem em parceria com o Projeto Florir Toledo, da Secretaria de Assistência Social. Atualmente a fila de espera é de 36 pacientes para atendimento infantil (TGD, disfunção neurológica) e em torno de 16 pacientes adultos (Hanseníase e reumatologia) aguardando vaga no setor.
Da Assessoria - Toledo