Dentro destas propostas, o projeto para melhoria no fluxo de atendimento do Núcleo Integrado de Saúde (NIS) Doutor Jorge Nunes (Mini Hospital) tem sido amplamente discutido. Na última sexta-feira (19), nas dependências do Mini Hospital, um encontro entre o prefeito Beto Lunitti, servidores municipais da Saúde, entre eles enfermeiros, diretores e o secretário Edson Simionato, e a consultora do Ministério da Saúde (MS) no Paraná para a Política Nacional de Humanização (PNH), Eliane Benkendorf, discutiu algumas mudanças na forma de gestão do Mini Hospital.
Em sua última visita, que aconteceu em maio de 2013, a representante do MS, Eliane Benkendorf, disse que havia apontado aos gestores públicos municipais a necessidade de apontar a identidade do NIS e como o atendimento no local poderia ser potencializado. “Precisamos pensar que o paciente ter um acolhimento eficiente. Por isso, em nosso último encontro, pedi que se buscasse um entendimento de qual era a real situação do Mini Hospital”.
O diagnóstico - apresentado pela diretora responsável pela unidade, Noeli Salete Borges de Carvalho- aponta que o local deveria absorver apenas os casos de urgência e emergência, porém 70% das consultas são eletivas. “Parte destas consultas deveriam ser realizadas nas unidades básicas de saúde (UBS´s) dos bairros, porém, a Vila Pioneiro, uma das regiões com maior número de habitantes no município, conta apenas com a UBS do Jardim Maracanã”.
A diretora de Gestão em Saúde de Toledo, Cristiane Novello, informa que a falta de uma referência em atendimento básico para os moradores da Vila Pioneiro, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), atrapalha a implantação da classificação de risco no NIS. “Não dá para deixar a Vila Pioneiro sem os serviços de atenção básica. Percebemos que, a partir da extinção dos serviços ambulatoriais aqui no Mini Hospital, que aconteceu em 2009, aumentaram os atendimentos na urgência e emergência”.
Diante dos relatórios apresentados e das orientações da consultora do Ministério da Saúde, o prefeito Beto Lunitti reforça que as soluções para melhoria nos serviços ofertados pelas unidades que prestam atendimento em saúde no município são buscadas em todo momento dentro da administração municipal. “Sabemos que os problemas existem, alguns se arrastam há vários anos, e o enfrentamento precisa acontecer. O secretário (Edson) Simionato e sua equipe tem total apoio do governo Beto e Pelanka para encontrar as soluções para a saúde pública”. O prefeito lembra que está em processo de estudo a reestruturação completa do Mini Hospital. “Há alguns dias estive aqui, observamos alguns apontamentos realizados pelos próprios servidores e já autorizamos o processo para um projeto de modernização do NIS”. Beto enfatiza que os servidores serão sempre consultados antes de qualquer mudança estrutural. “Vamos conversar e chegar a um pensamento comum, que atenda as necessidades dos profissionais que trabalham aqui e cumpra também todas as normas técnicas do MS e órgãos de fiscalização”.
A solução apontada pela equipe foi o retorno dos atendimentos ambulatoriais, como as consultas por agendamento, o acompanhamento de pacientes, sala de vacinas, curativos e orientações em enfermagem. “Quando se extinguiu o ambulatório do NIS às pessoas que recorriam ao local perderam sua referência na atenção básica”, explica a diretora de Saúde de Toledo, Denise Campos. Diante da situação, a administração municipal, desde o início de 2013, estudava formas para a população da Vila Pioneiro ter novamente estes serviços disponíveis. “Chegamos a discutir com o Departamento de Patrimônio se haveria uma área para a construção de uma UBS e a prefeitura precisaria desapropriar alguma área o que inviabilizaria a construção”. A nova estrutura ocuparia o lugar onde hoje está o laboratório municipal e, apesar de funcionar em prédio único, o NIS e a unidade de básica de saúde funcionarão de forma independente.
Ao final, a consultora Eliane Benkendorf afirma a viabilidade das propostas e enaltece a caminhada já realizada pela Secretaria de Saúde de Toledo. “Vocês buscaram entender onde estavam os problemas principais e já realizaram os apontamentos necessários. Agora, a partir de todo este comprometimento, podemos colocar em prática os ajustes e melhorias que irão, em médio e longo prazo, ajustar o acolhimento da rede municipal aos protocolos do Ministério da Saúde”. Eliane comenta que o processo, por tratar também de algumas mudanças culturais, pode demandar algum tempo.
Novos serviços
Alguns novos serviços já passam por um processo de implantação. Atualmente, o Núcleo Integrado de Saúde Doutor Jorge Nunes possui, ainda em fase embrionária, uma farmácia hospitalar. Com o funcionamento desta nova estrutura, os materiais e medicamentos utilizados dentro do NIS. “Antes, o controle dos remédios para os pacientes que ficam em observação aqui era controlado pela mesma farmácia que dispensa medicamentos para o público. O controle era precário”. A diretora Noeli Borges de Carvalho sustenta que a medida irá representar uma economia significante. A farmácia hospitalar funcionará 24 horas por dia para medicação de pacientes internados e após o atendimento de urgência. A farmácia comunitária atende das 7h às 20h.
Outra ação em fase de estudos é a digitalização dos exames radiológicos (raios-X). Segundo Noeli, na última licitação, já houve dificuldade em conseguir os produtos químicos utilizados na revelação dos exames. Diante da situação, optou-se pelo estudo de novas formas para a obtenção destes resultados. Uma delas, o Digital Radiology (DR), onde as imagens capturadas pelos aparelhos de raios-X são enviadas diretamente para um computador. “A ideia é realizar a interligação das unidades básicas de saúde e do Hospital Bom Jesus neste sistema que dará mais agilidade no atendimento”. O atendimento durante 24h também é outra meta próxima de ser atingida. “Dependemos apenas da regulamentação da nova jornada de trabalho para os técnicos em radiologia”.
Da Assessoria - Toledo