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GERAL

Agroindústrias de Toledo e Santa Helena qualificam seus processos de fabricação

Teoria e consultorias são indicadas como principal diferencial

08/11/2013 - 15:50


Do ramo da construção civil em Toledo, Hildomiro Renato Knaack, trocou a massa corrida para trabalhar em casa ajudando a mulher e a filha no setor de alimentos: fabricando diversos tipos de massas para vender congeladas. “Começamos do zero, fomos aumentando e cada vez mais ocupando espaços no ‘fundo do quintal’. O negócio estava dando tão certo que eu optei por sair da construção e ajudá-las na parte administrativa do negócio. Tudo ia caminhando, mas a gente sabia que podia ficar melhor”, conta.
A agroindústria de Knaack é uma das 60, de Toledo e Santa Helena, que estão a um passo da conclusão do Programa de Implantação de Boas Práticas de Fabricação em Agroindústrias, com encerramento marcado para dezembro. “A pouco mais de um mês de terminar, eles já comemoram resultados na prática”, destaca o consultor do Sebrae/PR, Emerson Durso, ao enfatizar que o Programa foi o incentivo para as mudanças de melhoria da qualidade dos produtos dos participantes.
O Programa é aplicado em diversas cidades da região desde 2011 e, neste ano, teve início em maio. De acordo com o consultor, o foco de atuação são agroindústrias de pequeno porte que, além de capacitações técnicas, recebem visitas de consultores na empresa. “São quatro treinamentos coletivos e quatro consultorias individuais em cada agroindústria participante. Dessa forma, é possível orientá-los com a teoria, confrontar e sugerir melhorias com base no que é visto na prática dentro da empresa”, explica.
“Aproveitamos todos os momentos do curso e fizemos uma readequação da fábrica. Mesmo que ainda não seja tudo o que desejamos e que ainda não esteja 100%, já melhoramos muito. É nesses momentos que a gente aprende que estava trabalhando da forma errada. Melhoramos não só os processos, mas nossa estrutura como um todo. Aumentamos uns 40 metros quadrados, dividimos o espaço do escritório e da armazenagem das massas e não vamos parar por aí”, declara Hildomiro Knaack.
 
Direcionamento
Os treinamentos do Programa englobam os temas “Perigos e Higiene Pessoal”, “Condições Ambientais, Instalações e Equipamentos”, “Higiene de Ambientes, Equipamentos e Utensílios”, “Matérias Primas e Insumos” e “Produção e Documentação”. Os participantes aprendem a implantar um manual de boas práticas de fabricação na agroindústria, adotar procedimentos operacionais padronizados e adequar a estrutura dos negócios segundo as exigências de órgãos de vigilância.
As condições ambientais, instalações e equipamentos; questões de higiene de ambientes, equipamentos e utensílios; normativas sobre matérias-primas e insumos; e capacitação sobre produção e documentação, também são assuntos debatidos no decorrer do Programa. “Eles aprimoram significativamente os processos de fabricação, de sanitização e higienização, importantíssimos para que o produto final chegue ao consumidor com qualidade especificada”, diz Emerson Durso.
É justamente a qualidade que incentiva o empresário de Toledo a investir na ampliação e melhoria de processos. “Temos que fazer as mudanças gradativamente e nunca parar. Não é fácil para manter uma empresa, por menor que ela seja. Para que dê certo, a gente precisa estar ‘em cima’ de tudo e vimos que, com o apoio de instituições como o Sebrae/PR, a gente pode se estruturar melhor. Hoje vendemos na feira da cidade, mas a ideia é nos projetar nos mercados, sempre pensando na qualidade”, planeja.
 
Visão
Há dois anos no mercado de embutidos em Santa Helena, a empresária Loreni Cattani percebeu no Programa de Implantação de Boas Práticas de Fabricação uma oportunidade para colocar em prática exigências que ela já repassava aos funcionários da agroindústria. “Mesmo que sejamos microempresa, concorremos com as grandes e precisamos estar bem qualificados para termos nosso espaço com os consumidores. O curso de boas práticas sempre foi uma necessidade e veio numa hora bem propícia.”
Com oito pessoas trabalhando na agroindústria, complementa a empresária, os processos precisam ser frequentemente relembrados. “Estou adorando os treinamentos e as visitas das consultoras aqui na empresa. Tem procedimentos simples que ensinamos para os funcionários e que, por vezes, eles esquecem de fazer. Agora, que todos estão participando do Programa, aprendem a importância das técnicas e fica mais fácil para eu cobrar essa qualidade deles”, argumenta Loreni.
Para o engenheiro agrônomo do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), na regional de Toledo, Sérgio Luís Schuch, o Programa permite a conscientização dos produtores sobre as condições de manuseio e produção dentro da agroindústria. “Muitos não tinham noção da complexidade microbiológica à qual estão expostos manipulando alimentos no dia a dia. Muitos deles começaram as atividades fabricando para a família e conhecidos e quando foram para o mercado da cidade continuaram com os mesmos processos caseiros”, indica.
Schuch observa que uma das práticas importantes é a continuidade. “A interrupção no processo de produção, quando param para fazer outra coisa, era muito comum. No Programa, eles entenderam o quanto isso pode gerar uma contaminação, por exemplo. O desconhecimento da importância de seguir processos de assepsia era uma das prioridades. Para nós, o Programa veio ao encontro do Projeto Fábrica do Agricultor, que a Emater já vinha trabalhando”, frisa.

Da Assessoria

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