Segundo dados, pelo menos uma em cada 100 crianças nascem com autismo e a Associação Vida de Toledo é a primeira na região a atender e dar assistência a esses casos. Criado em fins de 2007 e comemorado a partir de 2008, o Dia Mundial de Consciência do Autismo é uma oportunidade especial de se pensar o significado de ser humano e como estender a todos os direitos mais fundamentais. Visando divulgar e aprofundar as discussões sobre o assunto, participaram do debate diretores escolares, professores do atendimento educacional especializado e psicopedagogos que trabalham na identificação de casos da Secretaria Municipal de Educação (SMED). Além disso, estiveram presentes profissionais da Saúde, autoridades em Educação de Toledo e pais de autistas.
Conforme a presidente da Associação Vida de Toledo e mãe de um autista, Tânia Salete Bilato, a parceria com o governo municipal é fundamental. “Reunir todos os envolvidos nessa luta é importante, principalmente com o apoio da prefeitura, pois o que nós pais buscamos, é a compreensão dos professores e demais profissionais envolvidos com nossos filhos, para que eles possam se desenvolver mais a cada dia”, afirmou. A sensibilização dos profissionais da Saúde já é uma realidade, segundo informou a secretária responsável pelo setor em Toledo, Denise Campos, que reafirmou a parceria com a Associação. “Quando nos foi pedida a opinião e parceria aceitamos de imediato, pois enquanto profissionais da área sabemos todas as dificuldades e necessidades do Autismo e trabalhamos para que isso seja superado no município”.
A ação vem ao encontro do que preconiza a Lei N° 12.764/12 que exige a inclusão de alunos espectros autista nas salas de aula, o que em Toledo já acontece. Atualmente são atendidos 46 alunos autistas na rede pública de ensino fundamental. Para a secretária de Educação, Tania de Grandi, a situação demanda debate. “É necessário discutir os serviços oferecidos para esses educandos, incluindo os avanços que já obtivemos e os desafios na inclusão deles”. Na ocasião esteve presente ainda, o representante do deputado estadual Elton Welter, Paulo Pagnussat, a presidente do Conselho Municipal de Educação, Veralice Moreira e a coordenadora das atividades relacionadas à pessoa com deficiência e ao desenvolvimento do paradesporto no município, Tatiana Pedroso.
Após a cerimônia de abertura o neuropediatra, Guilherme Xavier, explanou sobre o Autismo. “É um transtorno de desenvolvimento em que geralmente há dificuldade de comunicação e de interação social, podendo haver transtornos e manias”, afirmou ao lembrar que a dificuldade de diagnóstico e aceitação familiar, além de tratamento adequado por equipe multidisciplinar ainda configuram os maiores desafios. Na sequência foi aberta a participação dos presentes para debate das questões com os profissionais.
Recreação e parceria municipal
Já no sábado (05/04), a Associação em parceria com o governo municipal promove o já tradicional evento de recreação e conscientização no Parque Ecológico Diva Paim Barth, segundo informou a presidente da Associação Vida de Toledo e mãe de um autista, Tânia Salete Bilato. “Vamos ter brincadeiras, teatro e muitas informações para os interessados”, comentou.
Para a presidente da Associação, a parceria com a prefeitura é fundamental. “A partir dessa gestão passamos a ter um apoio muito maior da administração municipal, o que nos auxilia na divulgação e esclarecimento do trabalho da Vida de Toledo e sobre o Autismo. Isso é de grande valia, porque o que precisamos é desmistificar. Queremos somar e não dividir”.
VIDA e voluntariado
A Associação Vida tem por finalidade defender os interesses e direitos das pessoas portadoras de Autismo, apoiando e incentivando a realização de projetos de divulgação e esclarecimento à população. Também são feitos cursos, seminários, pesquisas e estudos sobre o assunto e temas relacionados. Conforme explicou a presidente da Associação, Tania Salete Bilato, o trabalho realizado é totalmente voluntário, com pessoas que conhecem ou convivem com pessoas com autismo. “O voluntariado é sempre importante, porém, ainda precisamos de pessoas que possam trabalhar com a questão como psicólogos, fonoaudiólogos, professores e profissionais da área”. Segundo Tânia, quanto mais pessoas ajudando, mais horários, consultas e acompanhamentos podem ser feitos, podendo auxiliar mais pessoas.