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DESENVOLVIMENTO

Pesquisador PHD em desenvolvimento regional traça panorama dos desafios e gargalos a serem superados

A segunda entrevista da série de reportagens produzidas pela Casa de Notícias sobre o desenvolvimento regional traz agora o olhar do professor PHD em Desenvolvimento Regional, da Unioeste, Jandir Ferreira de Lima. Ele aponta três peculiaridades que são necessárias para se fazer uma análise do panorama do desenvolvimento regional: estagnação da maioria dos municípios da região oeste, estrangulamento da mão de obra qualificada e o esgotamento da matéria prima.

17/04/2011 - 13:05


O professor da Unioeste avalia que a realidade da Região Oeste do Paraná é marcada por uma forte disparidade que existe no desenvolvimento entre os municípios da região. “Hoje se tem três municípios considerados dinâmicos: Toledo, Cascavel, e Foz do Iguaçu e um conjunto de municípios nas proximidades destes pólos que tem tido um crescimento razoável. Porém de cinqüenta municípios que compõem o oeste, na faixa de 10 a 12 tem crescimento, e outro conjunto de 30 a 38 que estão estagnados. Nosso crescimento tem sido muito desigual”, aponta o pesquisador.

Outro fator que implica diretamente do desenvolvimento regional é a questão do estrangulamento relacionada da mão de obra qualificada. Segundo Lima, hoje esse fenômeno se abate sobre Toledo, mas é também uma tendência que se verifica em toda região. Ele destaca que os municípios pequenos têm um envelhecimento da população muito acentuado, e ao mesmo tempo uma baixa taxa de natalidade, já os municípios pólos tem mão de obra disponível, porém não qualificada.

A terceira peculiaridade observada pelo pesquisador é o esgotamento da produção da matéria prima. Ele alerta que a região oeste está cada vez mais dependente de matéria prima que vem de outras regiões. “Isso obriga com que ela tenha uma infra-estrutura adequada, que possa se integrar a essas regiões em todos os desafios que vai ter a longo prazo: como a melhoria das condições sociais da população, e a questão do preservação ambiental que mais e mais entra na agendo do dia”, avalia Lima.

O professor relata que essa análise vem sendo feita em uma discussão na AMOP para formação do Conselho de Desenvolvimento Territorial do Oeste, que congrega os municípios pobres. “Há discussões sobre melhorias da infra-estrutura, porém a região ainda necessita de uma discussão mais técnica em torno do desenvolvimento regional: quais os investimentos que seriam prioritários por municípios e para o conjunto da região”, argumenta Lima que observa ainda que hoje a grande discussão é o Pacto Oeste, porém o pacto discute infra-estrutura e crescimento econômico, ele não debate melhorias nos indicadores sociais.  Na opinião do professor PHD em Desenvolvimento Regional é preciso levar em consideração que o projeto tem que ser amplo, e agregar todos os setores, ou seja, ter a perspectiva de desenvolvimento sustentável, que envolvo o econômico, social e ambiental. Lima acredita que a discussão deva envolver toda a sociedade civil organizada que segundo ele é o grande fórum para esse debate.

Lima fala ainda sobre os desafios e empecilhos, para o avanço das cadeias produtivas.  Segundo ele o avanço da infra-estrutura na região, a extensão do ramal da Ferroeste até Dourados (MT) e construção de uma segunda ponte no rio Paraná ligando a Região Oeste ao Paraguai e Argentina são discussões na ordem do dia por que  região oeste em termos de transformação agroindustrial tem um gargalo: a falta de matéria prima. “Não somos mais auto-suficientes em milho e outros grãos, precisamos importar de outras regiões. Com isto se o custo de importação for muito alto, o custo de transporte for muito alto e acabar com a competitividade dessa cadeia produtiva na região, a tendência é que uma parcela dessa agroindústria se deslocar dessa região em direção a fronteira agrícola”, avalia. O professor analisa que então se faz necessário trazer matéria prima a baixo custo e transformar na região. Entretanto ele salienta que somente isso não é suficiente: “somos uma região agroindustrial há mais de trinta anos, é preciso dar um passo a frente. Em que vamos nos transformar nos próximos 20, 30 anos, mas se vamos entrar em outros setores que demandem mais tecnologia, demande agregação de valor, o primeiro elemento para avançar é a formação de  mão de obra qualificada e que seja valorizada”, analisa o PHD em Desenvolvimento Regional.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por Rosselane Giordani

 

 

 

Confira entrevista completa em vídeo com o professor Jandir Ferreira de Lima.

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