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Preço do leite se aproxima de R$ 2,00 e vai subir mais

O consumidor já vem sentindo no bolso que o litro de leite sofreu reajuste. Em média o aumento variou entre 10% a 15%, dependendo do fabricante. Segundo o diretor do laticínio Lactobom de Toledo, Jandir Bombardeli, o reajuste é uma recuperação dos preços do último semestre, resultado da entressafra , como também do aumento de insumos como, por exemplo, o combustível. Outros insumos que ficaram mais caros foi a ração e produtos de higienização.  Mas o consumidor pode se preparar que vem nova elevação até junho.

30/04/2011 - 08:51


Na última quinzena do mês de abril uma reunião do Conseleite/Federação da Agricultura do Paraná definiu um aumento para o preço do litro do leite. Segundo Bombardeli essa elevação não é aumento e sim recuperação do preço. Ele explica que a produção do  leite é sazonal, há períodos em que se produz mais outras menos, então a lei da oferta e da procura influencia diretamente o preço. “A entressafra acontece nos meses de fevereiro, março e abril, quando tem uma quebra de 30% na produção do leite, daí o preço aumenta. Só que antes da entressafra teve a safra que fez com que a oferta fosse maior que a demanda, ocasionando a redução do preço”, explica Bombardeli. Tendo em vista esta situação, o diretor do laticínio argumenta que o excedente na safra provocou a queda e por isso que agora não é aumento e sim  uma recuperação dos preços que caíram no semestre anterior.  Ele analisa ainda que outro fator que vem contribuindo diretamente no mercado é a questão do aumento do poder aquisitivo  dos consumidores. “Muitos consumidores da classe c passaram para a classe b e começaram a consumir mais produtos lácteos como queijo e iogurte. A demanda de lácteos no Brasil é alto e isso faz com que tenha um amento real a cada ano, que não passa de 5% a 7%. E o preço do leite se compararmos do início do Plano Real a realidade de agora ainda está muito abaixo da inflação.  

Ele analisa ainda que o aumento do preço do petróleo influi diretamente na produção do leite. Bombardeli afirma que dentro da cadeia produtiva do leite se utiliza petróleo muitas vezes e isso determina o alto custo para o produtor, assim como para a indústria. Além do combustível há aumento no preço da uréia usada no pasto. “Isto é bastante preocupante, pois ao invés do produtor se beneficiar com essa recuperação de preços o aumento do petróleo não permite trabalhar com uma margem melhor. Nós deveríamos nos preocupar com o que gera um aumento do custo na cadeia produtiva do leite, com isso poderia segurar o custo”, defende o diretor da Lactobom.  Ele analisa ainda que quando custo é alto a produção pode diminuir e gerar menor oferta e por consequência estimular a elevação do preço final para o consumidor. “ Se o governo está preocupado com aumento para o consumidor ele tem que se preocupar antes com o aumento de custo para o produtor”, diz Bombardeli.
Apesar do aumento já pesar no bolso do consumidor, o produtor se queixa de uma realidade diferente. Na propriedade da família Adamczuk que possui 32 vacas de leite produzindo em média 18 mil litros por mês, e é considerada de médio porte, o reajuste pago pelo consumidor não produz impacto nesta ponta da cadeia. Na opinião do produtor Ademir Adamczuk o que chega ao produtor não representa um ganho real.  “O produtor sempre que aumenta fica eufórico, mas é uma realidade que esconde a realidade, pois o custo da produção é muito alto. Na realidade o lucro não aumenta em nada. Para o produtor não aumenta como para o consumidor”, argumenta Ademir. O produtor explica que vários insumos se elevaram e impactaram diretamente no custo da produção. Ele cita o aumento da gasolina, energia elétrica, ração, sal mineral.
Segundo analistas de mercado um dos fatores que está levando a um aumento expressivo do leite logo no início da entressafra é a alta cotação das commodities no mercado internacional. Isso porque soja e milho são os principais compostos da ração dada aos animais para substituir a ausência de pastos. Quarenta por cento do custo de produção fica por conta da alimentação, que está mais cara. Mesmo com o aumento a atividade não é considerada cada vez menos atraente pelos ruralistas. Muitos produtores trabalham com margens de lucros muito baixas, ou praticamente zeradas em alguns casos.
Confira reportagem em vídeo com depoimentos completos do diretor da Lactbom, Jandir Bombardeli, e do produtor rural Ademir Adamzuck.
 
Por Rosselane Giordani
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