Muitas vezes eu me atrasava para o trabalho, porque ficávamos conversando até às quatro da manhã. A conversa nunca ficava chata, nem mesmo quando falávamos sobre o clima. Aliás, sinto falta de você me mandando ficar longe do sol e usar muito protetor solar.
– Amanhã nos falamos mais. Podemos discutir sobre seus filmes favoritos. Se eu pudesse, ficaria rindo com você o dia inteiro, bebendo vinho e assistindo todos os clássicos que você gosta –. Acho que essa foi a mensagem que mais me marcou. Desde o início você percebeu que eu adoro falar dos meus filmes prediletos. E adorava mais ainda quando sentia que poderia viver dentro deles e que você me beijaria no final.
Eu realmente ficava surpreso por você falar de mim para as pessoas. E quando eu recebia notificações de você no meu celular, eu não me sentia mais sozinho. Mesmo sem me conhecer, você é a pessoa que mais me conhece.
Depois de um tempo as conversas foram ficando frias. Você seguiu em frente e o mais estranho foi quando, acidentalmente, você me chamou de amor. Eu não admiti, mas pensei “Será que eu ainda serei seu algum dia? Não vejo problemas em perdoar você”. Á propósito, eu te perdoaria por qualquer coisa.
Eu descobri que não há nada pior que dividir sua música favorita com alguém que te decepciona. Você nunca mais vai escutá-la da mesma maneira. As lembranças dos bons momentos passados juntos ficam marcados para sempre na melodia. Aliás, sempre me dá um nó na garanta quando eu ouço uma música que você gosta ou alguma banda que apresentei a você.
Geralmente, não há nenhum lugar que eu vá sem lembrar de você. Acho que dividi demais minha vida, minha alma e meu corpo com você. Todos os livros que eu li por você, as musicas que eu ouvi por você, os poemas que eu escrevi para você e até mesmo a entrevista de emprego que eu sabotei apenas para seguir seu conselho... foram muitas coisas feitas por você, mas nenhum arrependimento.
