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OPINIÃO: Desserviço

Os avanços tecnológicos estão aumentando em progressão geométrica, disponibilizando ao ser humano uma qualidade de vida nunca antes vista. Contudo, nem todos apreciam e conseguem acesso a estas tecnologias, devido a fatores econômicos, sociais, políticos e religiosos.

25/05/2011 - 07:13


Muitas vezes, se acostuma pensar que o avanço tecnológico e científico só serve para os mais ricos. Um engano. No momento que uma nova tecnologia é desenvolvida, que um novo entendimento sobre a Natureza é revisto e ampliado e novas formas de se “ler” o Universo são divulgados e publicados, estes saem do controle de quem os “descobriu” e caem na “rede” da Humanidade, sendo utilizado das mais diferentes maneiras e ideologias. Conhecimento científico é poder. E muitos utilizam isto para dominar. Apesar disto, é imprescindível que todos os cidadãos possuam conhecimento científico, entendam como funciona a Ciência, saibam como funciona a natureza, para permitir que este conhecimento científico não fique nas mãos de poucos. É preciso democratizar o conhecimento sem vulgarizá-lo. As aulas das disciplinas científicas devem ser bem trabalhadas nas escolas, devem existir mais recursos de divulgação cientifica (palestras à comunidade, museus de ciências), a imprensa deve se qualificar para divulgar notícias de cunho científico, além de ampliar os espaços para esta divulgação. Aumentar o conhecimento científico de todos é imprescindível para elevar o nível intelectual de uma Nação, ampliando o poder de decisão do cidadão sobre questões complexas, evitar a propagação de mitos, dogmas e embustes. Contudo, vejo o Brasil seguir na contramão. Apesar de iniciativas louváveis como as Semanas de Ciência e Tecnologia e a ampliação de programas de Pós-graduações, os Governos neste país tendem a massacrar a Ciência. Seja com verbas diminutas para as áreas de ciência e tecnologia, seja por falta de políticas claras, de planejamento de futuro, seja pela ideologia de partidos políticos que descontinuam trabalhos anteriores. Nas escolas diminuem-se cargas horárias de disciplinas cientificas, diminuem-se os conteúdos, aprovam-se estudantes para atingir metas. Finalizando: como exigir maior conhecimento científico em um momento em que surgem publicações nefastas, apoiadas pelo Ministério da Educação (MEC) que estimulam a “norma popular da língua portuguesa”, ou seja, falar errado? Pior: a publicação alerta que o indivíduo que usar uma fala errada pode ser vítima de preconceito linguístico!  É o nivelamento por baixo, medíocre, cruel com as classes populares, que mantém o país nas piores colocações de rankings mundiais sobre Educação. É um desserviço e uma afronta! Se não somos uma “República de bananas”, então somos governados por bananas.

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