Casa de not%c3%adcias   1144 x 150  %281%29

POLÍTICA

Eike Batista tem cabeça raspada e é transferido para o presídio de Bangu 9

Eike, que já foi um dos homens mais ricos do mundo, é acusado de ter pago propina de 16,5 milhões de dólares ao ex-governador Sérgio Cabral em troca de obter vantagens para seus investimentos no Estado. Ao deixar o presído Ary Franco o empresário Eike Batista estava com a cabeça raspada e usando o uniforme do sistema penitenciário -  camisata banca e calça jeans -

30/01/2017 - 15:07


O empresário Eike Batista foi preso pela Polícia Federal logo depois de desembarcar no Rio de Janeiro na manhã desta segunda-feira e foi levado para o presídio Ary Franco, após ter a prisão decretada pela Justiça Federal por suspeita de pagamento de propina milionária ao ex-governador Sérgio Cabral.

A própria Polícia Federal levou Eike para o presídio, em Água Santa, na zona norte da cidade. Como não tem curso superior completo, o empresário não tem direito a uma cela especial.

O advogado de Eike, Fernando Martins, disse a jornalistas na porta do presídio que há uma preocupação da defesa com a integridade física do empresário e que estão sendo tomadas as "cautelas necessárias", mas não forneceu detalhes.

Eike, que era considerado foragido desde a semana passada, embarcou na noite de domingo em Nova York de volta ao Brasil para se entregar às autoridades, e disse que iria "ajudar a passar as coisas a limpo".

"Estou voltando e vou responder à Justiça, como é o meu dever", disse em entrevista à Globonews no aeroporto nos EUA. "O sentimento é que tem que se mostrar o que é, está na hora de eu mostrar e ajudar a passar as coisas a limpo."

Eike, que já foi um dos homens mais ricos do mundo, é acusado de ter pago propina de 16,5 milhões de dólares ao ex-governador Sérgio Cabral em troca de obter vantagens para seus investimentos no Estado durante os dois mandatos de Cabral, que está preso.

A PF tentou prender Eike na casa do empresário na zona sul do Rio na semana passada, mas o empresário não foi localizado por ter viajado dois dias antes para Nova York, usando um passaporte alemão. A PF chegou a incluir o nome do ex-bilionário na lista de fugitivos da Interpol.

O mandado de prisão para Eike foi expedido pela Justiça Federal como parte da operação Eficiência, que investiga um esquema de corrupção liderado por Cabral que teria ocultado cerca de 100 milhões de dólares no exterior, de acordo com as investigações.

Eike era o homem mais rico do Brasil há menos de cinco anos, com fortuna calculada em cerca de 30 bilhões de dólares, mas foi fortemente atingido pela queda no boom dos preços de commodities e sofreu com o colapso de seu grupo EBX, um conglomerado de companhias de mineração, energia, construção naval e logística.

As petrolíferas Óleo e Gás Participações (OGPar) e OGX e a mineradora MMX informaram em comunicados que seus negócios não são afetados pela prisão do empresário.

Carros da Polícia Federal estavam na pista do aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim à espera do desembarque do empresário, que foi rapidamente retirado da aeronave e levado em um veículo preto da PF para o Instituto Médico Legal (IML), de onde seguiu para o presídio Ary Franco.

Após duas horas no Presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio de Janeiro, o empresário Eike Batista foi transferido por volta das 13h30 para a Penitenciária Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste da cidade. 

Ao deixar o presído Ary Franco o empresário Eike Batista estava com a cabeça raspada e usando o uniforme do sistema penitenciário -  camisata banca e calça jeans - . A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que após triagem inicial no Presídio Ary Franco, Eike foi transferido para uma unidade prisional que atendia a seu perfil. “Ele ingressou na porta de entrada para presos federais e, após ser avaliado, foi transferido para uma unidade de acordo com o perfil”, diz a nota da Seap.

Lava Jato

Eike, proprietário do grupo EBX, é suspeito de lavagem de dinheiro em um esquema de corrupção que também atinge o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, que está preso.

Eike e o executivo Flávio Godinho, seu braço direito no grupo EBX e vice-presidente do Flamengo, são acusados de terem pago US$ 16,5 milhões a Cabral em troca de benefícios em obras e negócios do grupo, usando uma conta fora do país. Os três também são suspeitos de terem obstruído as investigações.

Na quinta-feira (26), a Polícia Federal tentou deter o empresário em sua casa, no Rio de Janeiro, mas ele não estava lá. Os advogados informaram que Eike havia viajado a trabalho para Nova York e que voltaria ao Brasil para se entregar. A Polícia Federal o considerou foragido e pediu a inclusão de seu nome na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional.

O nome de Eike Batista apareceu na semana passada no âmbito da Operação Eficiência, um desdobramento da Operação Calicute, fase anterior da Lava Jato no Rio de Janeiro, sobre propinas pagas por grandes empreiteiras a partidos e políticos para obter contratos da Petrobras.

 

Este artigo contém fragmentos de matéria publicada pela Reuters

C%c3%b3pia de web banner 1144x250px