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EDUCAÇÃO

Alunos que evadem a escola alegam cansaço pela jornada de trabalho

No Colégio Estadual Jardim Maracanã a evasão escolar preocupa professores e a equipe pedagógica. Enquanto no turno matutino, o índice é praticamente nulo. No vespertino, o índice chega a 20% e no ensino noturno, no primeiro ano, a evasão chega a 40%. Segundo a diretora auxiliar, Sandra Barbosa de Andrade o motivo alegado pelos estudantes é o ingresso no mercado de trabalho e o cansaço os afasta dos bancos escolares.

09/06/2011 - 19:37


A diretora auxiliar lembra que a evasão escolar está sendo muito discutida entre os Governos nos últimos anos. Ela considera o assunto complexo, pois vai além dos muros da escola e é um assunto de aspecto social. “Quando o aluno falta aproximadamente cinco dias consecutivos, a coordenação o chama para conversar. O principal motivo é em função do trabalho, mas não é porque não consegue conciliar horário, e sim, o cansaço”.

Ela salienta que a maioria dos alunos trabalha no comércio em Toledo, em especial, nos supermercados e sempre no início do mês as empresas realizam promoções. Diante disso, pelos menos até dois dias, eles acabam não freqüentando a escola. “Após muitas discussões, os professores chegaram a um consenso na forma de avaliar estes alunos, ou seja, quando eles apresentam uma declaração de trabalho podem realizar algumas atividades em casa e em alguns momentos de horas atividades do professor, que vai auxiliá-lo”.

Outros indicadores na evasão escolar

Conforme Sandra, a falta de acompanhamento familiar é outro indicador responsável pela evasão escolar. “Os pais alegam que trabalham o dia inteiro e que não conseguem acompanhar o filho na escola; outros falam que não sabem mais o que fazer, pois seus filhos dominaram a situação, entre outras justificativas”.

Desafios da escola e da sociedade

Ao ser questionada sobre qual o desafio da escola e da sociedade para tornar este aluno um cidadão, Sandra respondeu que é algo complexo, pois tornar um estudante em cidadão significa ele exercer a sua cidadania e ter autonomia para tomar decisões e elas estarem embasadas em algum conhecimento teórico. “O papel da escola é transmitir conhecimento ao aluno e ele o utilizar na sociedade. Ele deve ter autonomia para fazer julgamentos de situações para que ele possa decidir em vários sentidos, como escolher os líderes, sugerir situações que vão contribuir para o ambiente de trabalho. Que ele saia do individual e passe a atuar no coletivo”.

Sandra afirma que a escola está tentando formar cidadãos autônomos. “Em boa parte, temos alunos que saem da escola preparados para serem autônomos na sociedade, mas ainda há aqueles que estão bitolados e não conseguem ter autonomia”.

Texto Graciela Souza

Reportagem Selma Becker

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