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TECNOLOGIA

Startup incubada do PTI recebe recursos para pesquisas em soluções tecnológicas

A empresa Brexbit atua na mediação de compra e venda de criptomoedas

26/04/2018 - 10:17


Lidar com transações bancárias, processos burocráticos e emissão de guias e documentos, está se tornando cada vez mais fácil graças aos avanços tecnológicos promovidos por startups como a Brexbit. A empresa criada a partir do incentivo do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), por meio da Incubadora Santos Dumont, busca oferecer soluções de pagamento com base em criptomoedas, que são moedas virtuais, entre as quais a mais conhecida é o bitcoin. 

Uma das soluções que a Brexbit está desenvolvendo é um sistema de emissão de guias de trânsito animal, para facilitar o processo e evitar transtornos. O projeto de pesquisa desse sistema foi selecionado pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) para receber recursos no valor de R$ 60 mil. 

A Brexbit surgiu a partir da crescente demanda pelo bitcoin, que chamou a atenção de Cassiano Peres e Erik Henrique, sócios fundadores da Brexbit, e os motivou a participar do edital da Incubadora do PTI para alavancarem sua ideia. A empresa passou pelo período de pré-incubação entre setembro e dezembro de 2016, sendo oficialmente aprovada no dia 1º de dezembro daquele ano. 

Cassiano explicou que o bitcoin foi idealizado, inicialmente, como um sistema financeiro alternativo, e tem como base em um banco de dados descentralizado e criptografado chamado blockchain. Por meio da blockchain, as transações ficam armazenadas de forma definitiva e inalterável, dado que as informações registradas estão replicadas em milhares de computadores ao redor do mundo. 

Embora a startup tenha sido criada com o objetivo de intermediar a compra e venda de bitcoin, os sócios expandiram suas ações para a produção de criptomoedas – processo conhecido como “mineração” - devido aos subsídios de energia elétrica oferecidos pela Incubadora, além do desenvolvimento de soluções de pagamento baseadas em criptomoedas. “Percebemos que lidar com banco é ruim, então oferecemos uma alternativa para esse sistema convencional”, afirmou Cassiano. 

De acordo com o empresário, o caráter turístico da região Oeste atrai um grande fluxo de turistas estrangeiros, que acabam encontrando contratempos devido à necessidade de converter suas moedas para uso local. “Um turista da China, por exemplo, precisa trocar sua moeda, o Yuan, pelo Dólar e depois pelo Real. É um processo burocrático, em que a pessoa ainda acaba por perder dinheiro no cambiamento entre as moedas”, pontuou Cassiano. A utilização de criptomoedas facilita essas operações para os turistas, complementa. “O bitcoin, por ser totalmente virtual e descentralizado, é uma moeda global que pode ser usada em qualquer lugar, bastando o usuário possuir um smartphone com um aplicativo instalado que gerencia suas criptomoedas”. 

Incentivo à pesquisa

Além de explorar o potencial econômico das criptomoedas, os empreendedores também notaram o potencial que a tecnologia blockchain possui, principalmente em relação a segurança e transparência dos dados, com possibilidade de aplicação em outras áreas.

No final de 2017, os empresários elaboraram uma proposta de projeto de pesquisa que visa o desenvolvimento de um sistema de emissão e gerenciamento de Guias de Trânsito Animal (GTA), documento que contém informações essenciais a respeito da carga transportada, como locais de saída e destino.

No entanto, conforme explicou Cassiano, esse processo ainda é feito de forma manual, baseado em formulários de papel, o que pode ocasionar transtornos durante o percurso, como rasura ou perda de documentos. A solução encontrada pela Brexbit é baseada em uma criptomoeda chamada Ethereum, que possui a tecnologia de contratos inteligentes (Smart Contracts). Essa característica permite uma versatilidade para a programação da blockchain com um fim específico. “Dessa forma, os dados poderão ser armazenados de forma descentralizada e criptografada, garantindo a integridade e transparência da informação registrada”, destaca Cassiano. Além disso, a Blockchain armazena o histórico de informações, que podem ser utilizadas com propósito de pesquisa e estatísticas, sendo muito útil em cenários de crises.

O projeto de pesquisa, que contou com a parceria do Centro Internacional de Hidroinformática (CIH) do PTI, foi submetido ao edital do CNPq para concorrer a recursos destinados à inserção de pesquisadores em empresas incubadas. A certificação recebida pela Incubadora do PTI em 2017 do Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos (Cerne), que estabelece um padrão nacional de incubação de empresas, foi o que garantiu a participação da Brexbit no processo. 

Para o gerente da Incubadora, Pedro José Granja Sella, o apoio prestado às empresas não é voltado somente à base dos seus negócios, mas também ao incentivo à pesquisa. “É interessante para nós o desenvolvimento de competências das empresas, como o estudo em blockchain, que podem ser utilizadas tanto internamente pelo PTI, como pelo mercado”, avaliou Pedro.

Em fevereiro deste ano, a proposta de projeto submetida pela Brexbit foi aprovada no edital CNPq para receber recursos no valor de R$ 60 mil, que serão aplicados na contratação de bolsistas, universitários e profissionais do campo da Tecnologia da Informação (TI). “O propósito é ter um produto final, como este sistema, porém temos grande interesse em também incentivar trabalhos acadêmicos com base nessas pesquisas”, afirmou Cassiano. “O projeto não teria se tornado viável se não fosse pela Incubadora”, reforçou o empresário.

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