A Associação dos Jovens Haitianos - que vivem em Toledo – promove, no próximo domingo (18), uma mostra da cultura. Na ocasião são servidos lanches “Manje Kreyol”, típicos da culinária do Haiti. O evento acontece no salão da Paróquia Sagrada Família, no Jardim Panorama, das 15h às 18h, ao valor de R$ 10,00.
É a primeira vez que os haitianos promovem um evento aberto ao público na cidade. O principal objetivo é levantar fundos para dar suporte aos imigrantes recém chegados em Toledo, além de fortalecer uma rede de ajuda mútua entre eles. Representantes da Associação de haitianos estiveram na agenda aberta, na segunda-feira (12), reforçando o convite à administração e sanando dúvidas em relação às políticas públicas direcionadas aos estrangeiros.
O presidente da Associação Chanel Tulien explica que o número de haitianos na cidade já chega a quatro mil, sendo que muitos estão com dificuldades em relação às necessidades básicas, como alimentação, água e moradia adequada. “Vários haitianos ainda estão sem trabalho e documentos pessoais. Eles recorrem a mim. Eu ajudo como posso, mas com o suporte da cidade vamos poder ajudar mais pessoas”, relata Chanel.
“Eu já estou bem com a minha família em Toledo, mas não posso pensar só em mim. Tem famílias sem trabalho que ainda não falam português, com dois ou três filhos para criar”, assim diz JN Antony Joseph, assessor da Associação. Ele comenta que demorou aproximadamente dois anos para aprender a falar português, o que lhe dificultou muito para obter os documentos pessoais e serviços do município. Isso ele quer evitar que mais haitianos passem.
JN Antony ainda revela que os moradores de Toledo sempre os acolheram e receberam bem. “Não estamos sofrendo racismo, nem outro tipo de preconceito. A nossa dificuldade é a falta de trabalho. Entendemos que o desemprego é um problema generalizado, que afeta também os brasileiros. Por isso, estamos buscando recursos para auxiliar os que precisam”, expõe o haitiano.
Durante a agenda, o assessor de Assuntos Comunitários Adriano Theves Galvão esclareceu sobre a necessidade dos haitianos procurarem a Secretaria de Assistência Social do município. A pasta é responsável por realizar o cadastro por meio do CRAS, a “porta de entrada” dos usuários à rede de proteção social básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Além de repassar outras orientações, como acesso à saúde, emprego, educação, entre outras ações.
Outra demanda apresentada pela entidade foi o espaço próprio da Associação. “Vamos conversar com a Secretaria para verificar a possibilidade de um espaço. É uma demanda a ser estudada, isso porque na contrapartida eles precisam cuidar deste local e pagar o custeio como água, luz e limpeza”, finaliza Galvão.
