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CIÊNCIA

Unioeste firma parceria com empresa dos EUA para controle de pragas

A pesquisa visa o controle da ampola-da-erva-mate (Gyropsylla spegazziniana) e do ácaro-vermelho (Oligonychus yothersi)

27/06/2019 - 16:58


Há cerca de 20 anos o grupo de pesquisa “Artrópodes, vetores e inimigos naturais” da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Cascavel, desenvolve projetos de pesquisa visando alternativas não químicas para o controle de pragas, vinculadas ao Programa de Pós-graduação em Conservação e Manejo de Recursos Naturais (PPRN), sob a coordenação do professor Dr. Luis Francisco Alves. Esses projetos possuem apoio financeiro do CNPq, Fundação Araucária e CAPES. Atualmente, parte do projeto é desenvolvido em conjunto com pesquisadores do INTA/Argentina, com apoio do Instituto Nacional da Erva-Mate (INYM), também daquele país.

 

Segundo o professor, a cultura da erva-mate tem grande relevância para o Paraná, que é hoje o principal estado produtor do Brasil em área cultivada e o segundo em produção de folha verde, pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017. Por ser atualmente produzida em monocultivos, algumas espécies de insetos e ácaros alcançaram o status de praga, com destaque para a ampola-da-erva-mate (Gyropsylla spegazziniana) e o complexo de ácaros, dentre eles o ácaro-vermelho (Oligonychus yothersi).

 

De acordo com ele os resultados recentes obtidos pela equipe levaram ao estabelecimento de uma parceria em fase de contratação, entre o Laboratório de Biotecnologia Agrícola/Unioeste e a empresa norte-americana Parry America Inc., Arlington, Texas, para desenvolvimento do projeto de pesquisa “Eficácia do produto Azamax®, visando ao controle da ampola-da-erva-mate (Gyropsylla spegazziniana) e do ácaro-vermelho (Oligonychus yothersi)”, cujo aporte financeiro será gestado pela Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Pós-graduação (Fundep).“Esse projeto trará resultados relevantes, pois contra essas pragas não há produto registrado para ser utilizado na erva-mate. Assim, é possível que em futuro não muito distante o produtor de erva-mate no Brasil tenha à sua disposição um produto de origem natural (o princípio ativo azadiractina é extraído do óleo dos frutos e sementes da planta conhecida popularmente por nim – Azadirachta indica), seguro ambientalmente e tem registro comercial no Brasil para utilização em vários cultivos orgânicos.” acrescenta.

 

Além disso, o professor ainda complementa, “o modo de ação do produto é específico para os insetos, agindo em sistemas e órgãos que os seres humanos não possuem. E o principal, a sua forma de utilização não expõe organismos não-alvo ao produto, como joaninhas, aranhas, tesourinhas e outros predadores, bem como as abelhas, já que pode é absorvido e se desloca internamente na planta, degradando-se naturalmente em pouco tempo, não deixando resíduos nas folhas.”.

 

 

 

Texto: Luis Gustavo e Prof. Dr. Luis Francisco Alves
Foto: Acervo Pessoal

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