1144 x 150 anu%e2%95%a0%c3%bcncio casa de noti%e2%95%a0%c3%bcciasconstrua pre%e2%95%a0%c3%bcdios no biopark

SAÚDE

Como lidar com os efeitos do isolamento social?

Em live no Facebook, a psicóloga Jane Carmela Zottis Scholz falou sobre os efeitos da epidemia no nosso organismo, a exemplo da ansiedade, do medo e tédio

30/03/2020 - 19:00
Por Da redação


Não tem outro jeito: Por enquanto, o isolamento social é a principal ferramenta apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter a transmissão da COVID-19. Uma condição que já afeta mais de três bilhões de pessoas por todo o mundo e que gera novas preocupações. Afinal, como se adaptar ao isolamento social¿ E como lidar com o medo da doença¿

A pandemia já registrou mais de 700 mil casos e provocou mais de 34 mil mortes. Sem vacina ou medicação adequada, as únicas armas disponíveis contra a doença são a informação, a higiene e o isolamento social. Já para os efeitos psicológicos dessa situação, Jane Carmela Zottis Scholz - psicóloga da Prefeitura de Toledo, aponta a necessidade de reinvenção. “É preciso manter a serenidade e cuidar da saúde mental, nesse momento”.

Ela participou de uma live transmitida pela página do Facebook da Prefeitura de Toledo, onde falou sobre os efeitos da epidemia no nosso organismo. Segundo a psicóloga, fatores como medo, incerteza e isolamento nos colocam em estado de alerta. “Isso faz com que liberemos substâncias no organismo, que alteram o nosso sistema nervoso central e geram diversas sensações desagradáveis: Ansiedade, medo, tédio, frustação, irritabilidade são alguns sintomas que tem aparecido bastante”.

 O medo é o principal deles. E a explicação é simples: submetido ao estresse, nosso cérebro passa a atuar na lógica da emoção, e deixa a razão de lado. Isso gera em nós, um medo irracional. “Um exemplo de medo irracional que nós passamos esses dias foi quando fomos ao mercado e compramos muito, por medo dos mantimentos acabarem. Outro exemplo é quando pensamos que seremos acometidos apenas pela forma fatal da doença. É importante lembrarmos que o vírus pode acometer as pessoas de forma leve, moderada ou severa”.

Viver em isolamento social também requer atenção. Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que somos o país mais ansioso do mundo e impedidos do contato físico tão próprio do brasileiro essa situação pode se agravar. “É importante não alimentarmos a ansiedade com compras pela internet, porque apesar dos ganhos reduzidos a conta vai chegar do mesmo jeito”.

Nesse período de isolamento, destaca Jane, é muito comum lidarmos com o tédio. “O tédio faz com que a gente viva e perceba um vazio interior, que na correia do dia a dia acabamos não percebendo. E quando a gente precisa lidar com o nosso vazio interior notamos como o preenchemos de maneira prejudicial. Ou seja, preenchemos com as chamadas compulsões: muita comida, bebida, drogas, álcool, compras excessivas”, explica ao complementar, “então esse é o momento de cada um refletir sobre como está vivendo o seu vazio interior e como pode vivê-lo de forma mais saudável”.

A dica, segundo a psicóloga, é incluir na rotina hábitos saudáveis para o corpo, como atividade física, e vigiar a mente. “Precisamos não alimentar pensamentos catastróficos, mas também, não baixarmos a guarda com os cuidados. Esses sentimentos todos não vão passar quando o isolamento passar, porque essa é uma situação que não vai se resolver no curto prazo. Será em médio prazo no mínimo”.

Para isso é necessário buscar recursos internos e, externos se necessário, para cuidar da saúde mental. “Precisamos lembrar que para passar por isso é preciso viver um dia de cada vez. Isolados sim, sozinhos nunca. Podemos usar as redes sociais para nos comunicarmos com quem a gente ama e aproveitar aquele tempo que antes faltava e agora temos, para fazer o que a gente gostaria de fazer”, finaliza.

Sem nome %281144 x 250 px%29