A transmissão do coronavírus é exponencial, ou seja, em 31 de maio Toledo registrava 32 casos, treze dias após, neste sábado (13), o município chegou a 380 casos de Covid-19, destes 31 casos recuperados, 250 pessoas aguardam o resultado dos exames e três óbitos.
Dos 159 casos anunciados hoje 122 são detentos da Cadeia de Toledo e 37 são casos na comunidade em geral.
A Cadeia de Toledo, segundo o município, conta com 178 detentos, destes 22 apresentavam sintomas e foram testados, além dos servidores. Positivaram um servidor e 20 detentos. E neste sábado outros 156 aprisionados foram testados e 122 deram positivo.
O Departamento Penitenciário do Paraná informou que: “Devido ao alto número de contaminados, em conjunto com autoridades de saúde local, decidiu-se que a estratégia mais adequada nesse momento é manter os presos isolados na própria unidade prisional, impedindo novas entradas, até que se cumpra o período de quarentena e não haja mais riscos de transmissão da doença”.
O diretor-clínico do Complexo Médico Penal, Francisco Carlos Pereira dos Santos avaliou os presos e disse que alguns apresentam sintomas leves, mas estão estáveis não necessitando de transferência para ambiente hospitalar.
O Depen também informou que além do agente, nenhum outro servidor foi contaminado.
O representante do Centro de Operações Emergenciais - COE, Dr. Fernando Pedrotti explicou que o município tem profissionais de saúde que acompanham o quadro de saúde dos detentos e que já tem um perfil dos mesmos, se tem ou não doenças agravantes. A conclusão é que poucos são portadores de comorbidades. “Cerca de 80% deles estão infectados, os demais é uma questão de tempo (pois já tiverram contato com o vírus). Esta situação nos mostra o potencial contaminante do vírus. Tem literatura internacional relatando que um portador pode passar até para 15 ou 18 pessoas. A contaminação tem progressão exponencial”, detalhou Pedrotti.
A secretária de Saúde, Denise Liel manifestou a preocupação com a progressão dos casos. “Este rápido aumento de casos e com o aumento da demanda de UTI, além de profissionais de saúde, que já são seis contaminados, é um quadro que nos preocupa. Hoje 3% dos casos estão agravando...esperamos que não aumente”, destacou Denise.
O perfil dos contaminados no município são moradores de quase todos os bairros do município. “São profissionais da saúde, comércio, indústria, segurança pública e aposentados”, disse Pedrotti.
Leitos
A ocupação de leitos é crescente, nos hospitais de referência na Região da 20ª Regional de Saúde, Hospital Moacir Micheleto e Hospital Bom Jesus mantiveram neste sábado, uma média de 81% da ocupação dos leitos de UTI. Enquanto na Macro Oeste a ocupação das Unidades de Tratamento Intensivo foi de 68%. Dois dias desta semana este índice foi superior a 70%.
Na sexta-feira o secretário de Estado de Saúde, Beto Preto alertou que o sistema de saúde pode colapsar se a curva continuar neste ritmo de crescimento e que, o isolamento social será fator decisivo para se evitar o lockdown em algumas regiões do Paraná.
O isolamento social, no Paraná na sexta-feira (12), foi de 35,1% contra 45,7% no dia 11 de junho – feriado.
Nota na integra do Depen
O Departamento Penitenciário do Paraná informa que um total de 122 presos custodiados na Cadeia Pública de Toledo testaram positivo para Covid-19, sendo a maior parte deles assintomáticos. A testagem em massa, determinada pelo Depen, foi concluída nesta sexta-feira (12) e ocorreu após um servidor e 20 presos testarem positivo para o novo coronavírus.
Devido ao alto número de contaminados, em conjunto com autoridades de saúde local, decidiu-se que a estratégia mais adequada nesse momento é manter os presos isolados na própria unidade prisional, impedindo novas entradas, até que se cumpra o período de quarentena e não haja mais riscos de transmissão da doença.
O Depen enviou ao local, o diretor-clínico do Complexo Médico Penal (unidade referência no tratamento da doença no sistema prisional), Francisco Carlos Pereira dos Santos, que verificou o estado clínico dos presos e as condições da carceragem. Segundo ele, alguns presos apresentaram sintomas leves da doença e estão estáveis, não sendo necessário, no momento, a remoção para tratamento em ambiente hospitalar.
Importante esclarecer que os presos estão sendo avaliados diariamente pelas autoridades de saúde local, além disso, o prédio passa por limpeza e desinfecção de duas a três vezes ao dia. Ainda, todos os custodiados e profissionais que atuam na carceragem dispõem de equipamentos de proteção individual, como máscaras e álcool em gel.
Além do agente, o primeiro a testar positivo na Cadeia Pública, nenhum outro servidor foi infectado.
