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OPINIÃO

A Covid-19, os decretos e nós...

Por um lado, empresários vivem na incerteza jurídica de dois decretos antagônicos, por outro, a sociedade caminha sem horizontes.

03/07/2020 - 19:45
Por Redação


Em plena Pandemia segue o impasse dos decretos municipal e estadual.  Cada uma das autoridades considerando um cenário epidemiológico para gerir a crise sanitária, no entanto, são diretrizes oposta o que não contribui para o entendimento da sociedade sobre a real situação epidemiológica do município. Nesta sexta-feira (3), o Paraná registrou quase 28 mil casos de Covid-19 e Toledo está perto de 1500 casos.

O Ipardes fez uma projeção que, se nenhuma medida fosse adotada, o Paraná chegaria no próximo dia 5 de julho, na hipótese mais positiva com mais de 26 mil casos e na hipótese mais pessimista com mais de 32 mil casos. Hoje (3), a melhor das hipóteses ficou para trás, o Paraná soma 27.864 casos e 715 mortos em decorrência da doença.

Para entender este descompasso dos números basta olhar para os números do boletim de Toledo, 1447 casos confirmados (nem todos os testes da Cadeia de Toledo estão neste número), no Boletim da Sesa, o município aparece com 913 casos confirmados, ou seja, o tempo e a metodologia dão esta diferença. Os números apresentados pelo Estado, nesta sexta-feira, é como se olhássemos pelo retrovisor, ou seja, tudo indica que, o Estado já caminha para o pior cenário previsto pelo Ipardes.

Toledo registrou hoje 37 novos casos, o que totaliza 1481 casos (incluindo todos os testes positivos na Cadeia de Toledo), destes 511 são considerados recuperados, outras 458 pessoas aguardam resultados. E 18 vidas foram perdidas para o Covid-19.

Enquanto isso, prefeitos da Amop dizem que estão recorrendo administrativamente para o governador flexibilizar regras e disponibilizar mais leitos de UTI para região. O MPPR cobra que municípios das sete regionais de saúde, inclusas no decreto que restringe atividades econômicas, consideradas não essenciais, cumpram o decreto do Governador do Estado, e este por sua vez, oficia municípios pedindo o cumprimento. Em Toledo, o MP já instaurou Inquérito Civil Público, para investigar eventual responsabilidade do prefeito Lúcio de Marchi, pelo não cumprimento.

Neste cenário de narrativas, processos e atos administrativos a grave curva crescente de contaminados continua. As reivindicações dos prefeitos, como os leitos de UTIs são legitimas, pois este problema é antigo e que se agravou com a Pandemia, mas na urgência sanitária estão esquecendo dois fatores muito importantes: não basta equipamentos, a urgência da hora são os insumos, medicamentos para entubar quem agrava e precisa deste procedimento para lutar pela vida, e o outro, que já bate na porta dos hospitais, é profissionais intensivistas. Em Toledo, no Hospital Bom Jesus as equipes são reforçadas por médicos de outras cidades e até da capital.

Diante destes impasses, mais do que nunca, é preciso testar com urgência o máximo de pessoas, identificar os focos e isolá-los, porque aí o único remédio, para a ausência de remédio e profissionais é adiar o contágio.

Diversas razões podem estar colocadas para a baixa adesão da sociedade aos cuidados preventivos, mas um deles é a falta de uniformidade de medidas das autoridades, pois, pressupõe-se que cada um leu uma realidade e, a sociedade precisa saber, qual é a realidade real.

É preciso dizer quais são os focos, onde eles estão, que medidas estão sendo tomadas. E aí a Indústria Prati-Donaduzzi deu exemplo, nesta semana, de transparência ao divulgar o número de casos confirmados na indústria e as medidas adotadas para contê-los. Isso dá autoridade e norteia a sociedade à tomada de decisões.

Por um lado, empresários vivem na incerteza jurídica de dois decretos antagônicos, por outro, a sociedade caminha sem horizontes.

 

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