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CULTURA

'Samba para os bambas' lança single hoje no Spotfy

Canção ganha também um clip que foi dirigido por Njila Lembá Nazambi cineasta de origem angolana

07/08/2020 - 12:55
Por Douglas Cordeiro/Cape Press


A partir da meia-noite desta sexta-feira (07/08), a música "Navio", do projeto musical "Samba para os bambas" estará disponível nas plataformas de streaming de música. A canção é composição de Zé de Riba e Walmir Pinto e tem o arranjo assinado por Beto Bianchi. Além disso, no mesmo dia, haverá o lançamento de um clip da mesma canção que tem a direção e produção assinada, respectivamente, por Nelson Oliveira e pelo cineasta de origem angolana Njila Lembá Nazambi.

Para marcar o lançamento da música e do clip a produtora oficial do “Samba para os bambas”, “Ateliê de Cultura” fará a transmissão de uma live, às 20 horas, com presença da equipe de produção e dos músicos. Nela também, estarão presente dois jornalistas angolanos, Emanuel Jorge Quituetue e Sadrac E. Anónimo, que administram o Diário do Bengo, uma província angolana.

 "Samba para os bambas" nasceu em janeiro de 2020. É formado pelos experientes e conhecidos músicos, Zé de Riba (Reprocesso, 2006); Beto Bianchi (Revista do Samba); Júnior Batera Oliveira e Herculano Oliveira. O encontro entres essas quatro figuras da música foi arranjado pelo ator, diretor, compositor e jornalista, Walmir Pinto. O “Navio” conta ainda com a produção sonora e mixagem de Carlos “KK” Akamine.

Em "Samba para os Bambas” a malandragem, o amor, a liberdade, o respeito e valorização da cultura dos morros, estão presentes nas composições inéditas de Walmir e Zé. Trazem nelas também uma nova linguagem, que é definida por eles como um sentimento mais moderno. As canções trazem também referências às mulheres sambistas, como Clementina de Jesus que é exaltada na música “Samba para Clementina”. Além dela, Tia Ciata, Clara Nunes, Dolores, Dona Ivone, Zica e Leci Brandão.

Para Zé de Riba, que além do “Samba para os Bambas” conta ainda com trabalhos gravados pela cantora Simone, Zeca Baleiro, André Abujamra, entre outros, ver um trabalho militante como é o caso do “Samba para os bambas” tomando forma e sendo levado a diante, até para fora do Brasil é não só um reconhecimento artístico, mas também de valorização da cultura afro-brasileira.

“Samba para os bambas é um trabalho militante. Falar de samba, cantar samba, ler sobre o samba no Brasil é entender que nossa cultura é africana, é negra. A nossa arte não sofre de uma ‘influencia’ destes povos que foram trazidos para cá para serem escravizados, esses povos é que fizeram a nossa cultura ser o que ela é hoje e sempre será. Por isso, ver o Navio sendo levando para fora do Brasil e sendo reconhecido me deixa muito feliz”, afirmou Zé de Riba.

Clip

O clip da canção “Navio” foi dirigida pelo cineasta, de origem angolana, Njila Lembá Nzambi e produzida por Nelson Oliveira. O vídeo conta através de imagens selecionadas e recortadas a história desse navio que trouxe para o Brasil negros e negras para serem escravizados. A produção é militante e plural na seleção das fotografias que retratam o passado e presente do povo negro.

 “Nossa sociedade atual é resultante desse Navio, seja no genocídio, ‘nutricidio’, ou de todas as formas de racismo e do quanto os povos pretos africanos da diásporas são vencedores pois acreditamos que nenhum povo aguentaria passar pelo que os pretos africanos passaram, então dirigir essa obra teve momentos difíceis pois era de certa forma retratar as questões que fomos acometidos”, explica, Nzambi 

O diretor explica ainda que a produção trouxe como referência a capoeira como forma de resistência, o samba como cultura preta de resistência, os candomblés como a cosmo visão filosofia e espiral potencializado na resistência da diáspora, e o modernismo negro nas fotografias still.

A canção “O Navio” e o clip poderão ser acessados a partir desta sexta-feira (07/08) nas plataformas digitais de música e vídeo. E a live acontecerá no canal no Youtube do “Ateliê de Cultura”.

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