Com exceção do já aposentado volante Kléberson, talvez nenhum outro jogador revelado pelo Athletico Paranaense tenha tido uma ascensão tão rápida e surpreendente na carreira quanto Renan Lodi. Quem vê o hoje titular da lateral-esquerda da seleção brasileira pode facilmente se esquecer de que, há apenas três anos, Renan – então com 20 anos de idade – ainda buscava se firmar na equipe principal do Furacão, onde se tornou uma referência principalmente durante a conquista da Copa Sul-Americana de 2018.
No entanto, o fato mais impressionante até aqui na trajetória do atleta aconteceu em 2019, com sua transferência para o Atlético de Madrid. Quem acompanha o futebol europeu sabe que não é nada comum ver um lateral sair de um clube do Brasil direto para uma das equipes mais fortes da Espanha. Para atestar essa última afirmação, basta verificar que, segundo determinado site de apostas esportivas, no último dia 31 de março os madrilenos eram os favoritos para conquistar a edição 2020-21 de LaLiga, que termina mês que vem: enquanto o retorno oferecido pelo título do Atlético era de 1.83, o retorno pelo título do Barcelona era de 2.4.
É verdade que, desde que chegou ao Atlético de Madrid, Renan ainda não se firmou como titular da equipe. Mas isso é mais do que compreensível para os que conhecem seu treinador, o argentino Diego Simeone, que há muito se notabiliza pela sua grande preocupação defensiva. Assim, no lugar de Renan, Simeone tende a preferir escalar o espanhol Mario Hermoso, que é principalmente zagueiro. Uma das consequências disso é que muitas pessoas acabam não se dando conta de que o lateral-esquerdo brasileiro provavelmente seria titular em boa parte das outras 16 principais equipes da Europa, incluindo Barcelona, Juventus, da Itália, ou Porto, de Portugal.
Sucesso na seleção brasileira
Felizmente, pela seleção brasileira Renan já foi capaz de mostrar em muito pouco tempo o porquê de ter sido o responsável pela maior venda da história do Athletico Paranaense: em apenas oito jogos pelo Brasil, o lateral-esquerdo já conseguiu dar quatro passes para gol. Para se ter uma dimensão do que isso representa, basta lembrar – como fizeram os jornalistas Bruno Cassucci e Raphael Zarko numa ótima matéria do ano passado para o portal ge – que o lendário Roberto Carlos, em 112 jogos pela seleção, deu apenas 10 assistências. Assim, não é de surpreender que recentemente Renan tenha despertado o interesse inclusive do líder do Campeonato Inglês, o Manchester City.
Mas talvez uma transferência para a Inglaterra não seja necessária para que Renan evolua na carreira. Uma opção igualmente interessante para o Atlético seria emprestá-lo a algum clube de menor expressão da Itália ou da França, por exemplo, a fim de que o brasileiro possa se adaptar às demandas físicas e táticas do futebol europeu. Até porque foi exatamente isso o que aconteceu com seu companheiro de seleção Philippe Coutinho: depois de ir muito jovem para a poderosa Internazionale, da Itália, o meia passou um ano no modesto Espanyol, da Espanha. Logo em seguida, Philippe foi para o Liverpool, da Inglaterra, onde se tornou um dos melhores do mundo na sua posição. Por que não acreditar que o mesmo pode acontecer com Renan?
