Casa de not%c3%adcias 1144x150

EDUCAÇÃO

Parceria entre Unioeste e Biocamp viabiliza controle do percevejo-marrom-da-soja

Projeto da Universidade Estadual do Oeste do Paraná selecionou um fungo ativo contra a praga da soja. Experimentos mostraram resultados positivos e encorajaram parceria com a empresa para o desenvolvimento de um produto comercial.

06/05/2021 - 15:18
Por Assessoria


O projeto de pesquisa desenvolvido no Laboratório de Biotecnologia Agrícola (Labiotec), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Cascavel, selecionou o fungo Beauveria bassiana 76 como o mais ativo contra ninfas e adultos do percevejo-marrom-da-soja.

A partir de uma série de experimentos em laboratório, e posteriormente em casa-de-vegetação e em campo, na safra 2020-2021, foram observados resultados positivos que encorajaram a celebração de uma parceria com a empresa Biocamp Laboratórios, de Campinas (SP), para viabilizar um produto comercial a partir do projeto.

O percevejo-marrom Euschistus heros (F.) é uma das principais pragas da cultura da soja, nas principais regiões produtoras do Brasil. Ataca e danifica as vagens, atingindo o grão, afetando a produtividade e a qualidade do produto, o que reduz seu valor comercial.

Os inseticidas químicos de amplo espectro de ação são utilizados de forma intensiva, sendo a tática mais usada para o seu controle. Mas são cada vez mais frequentes os problemas ambientais e de saúde e, ainda, o registro de populações de percevejos resistentes a esses ingredientes ativos.

Diante dessa situação, são buscadas alternativas baseadas em métodos mais seguros e eficazes. Nos últimos anos o controle biológico tem sido estudado intensivamente visando sua reinserção no contexto do controle do percevejo.

PARCERIA - Alguns isolados de fungos se mostraram eficazes (chamados fungos entomopatogênicos), causando níveis elevados de mortalidade de percevejos em laboratório.

“Estamos muito animados, pois da parte da empresa há o interesse em viabilizar, em um futuro não muito distante, um produto comercial à base desse isolado de fungo. Para isso, além do acesso legal ao isolado da nossa coleção, formalizou-se a parceria entre a Biocamp e Labiotec/Unioeste, com o objetivo de validar a pesquisa em campo, contando com financiamento da empresa”, explica o professor Luis Angeli Alves, responsável pela pesquisa.

Dentre as atividades, busca-se avaliar a compatibilidade de produtos fitossanitários e o fungo, a ação do fungo contra inimigos naturais e outros percevejos da soja, a proteção da formulação contra a radiação ultravioleta e, ainda, testar diferentes formas de se estabelecer o contato do inseto com o fungo.

“Em campo, vamos testar contra populações infestantes e em diferentes estágios de desenvolvimento da planta, nas safras de 2021-22 e 2022-23”, comenta Luis.

A equipe de pesquisa conta com alunos de graduação em Ciências Biológicas e do Programa de Pós-graduação em Conservação e Manejo de Recursos Naturais, vinculados ao Labiotec, também em parceria com o grupo de pesquisa da Unioeste, Campus Marechal Cândido Rondon.

Sem nome %281144 x 250 px%29