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AGROECOLOGIA

Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia completa 43 anos

Atuação é marcada pela defesa da vida por meio da produção de alimentos saudáveis
18/05/2021 - 10:27
Por Assessoria


Nesta terça-feira (18), o Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA) completa 43 anos de existência. A organização atua na promoção da agricultura de base ecológica comprometida com a justiça social - a agroecologia. Formado por cinco núcleos, hoje o CAPA atua em cerca de 100 municípios nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, assessorando diretamente em torno de 8 mil famílias.

A organização nasceu em 1978 dentro da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). E, desde 2018, integra a Fundação Luterana de Diaconia (FLD). A sua criação se insere no contexto em que muitas famílias agricultoras estavam sendo ‘expulsas do campo’ pelo modelo de desenvolvimento chamado “Revolução Verde”. Esse modelo aplicava um pacote de modernização baseado na produção agrícola em grande escala, no uso intensivo de agrotóxicos e na mecanização. O processo rompia com a lógica da agricultura familiar e a IECLB viu a necessidade de prestar apoio e assessoria às famílias agricultoras para que elas permanecessem no campo. Assim, nascia o CAPA, que na época levou o nome de Centro de Aconselhamento do Pequeno Agricultor.

Ao longo destes 43 anos, o trabalho do CAPA ampliou a sua atuação para além das famílias da base da IECLB e estendeu a assessoria para a produção de alimentos, busca por direitos e acesso a políticas públicas. Passou a assessorar comunidades kilombolas, famílias pescadoras, indígenas, camponesas e famílias assentadas da reforma agrária. 

Atuação deve ser celebrada


Hoje, os núcleos do CAPA prestam assessoria e assistência técnica rural às famílias para produção e comercialização de alimentos, com vistas à segurança e soberania alimentar e à promoção de outras alternativas de renda; trabalham na organização, formação e fortalecimento de associações e cooperativas; na elaboração de projetos e certificação participativa; na assessoria a agroindústrias familiares; na incidência para a construção de políticas públicas; na promoção da saúde integral; na superação de desigualdades, violências e preconceitos; na construção da autonomia de jovens e mulheres; e no desenvolvimento rural sustentável.

Para Ingrid Margarete Giesel, que hoje é a coordenadora mais antiga do CAPA, no núcleo de Erexim, a data merece ser comemorada, já que é um grande marco para uma entidade sem fins lucrativos ter um trabalho de mais de quatro décadas, com atuação junto a públicos tão vulneráveis como são os que a entidade acompanha e com tantas conquistas e avanços acumulados ao longo dos anos. 

“Celebrar os 43 anos de existência e vivência agroecológica do CAPA tem significado muito especial, quando conseguimos visualizar as conquistas e os avanços relacionados à produção de alimentos agroecológicos, à autonomia dos empreendimentos de economia solidária e ao cuidado com a criação de Deus. Os resultados do nosso trabalho mostram frutos importantes que nos fazem refletir sobre as possibilidades de mudanças, a capacidade de transformação do campo e das cidades. É um trabalho de resistência, de luta e esperança, onde um outro mundo é possível, com certeza!”, comemora Ingrid.

Trabalho chegará a 250 mil pessoas em 2022 


A atuação dos núcleos do CAPA será ampliada a partir de 2022, com acompanhamento a 40 comunidades indígenas, principalmente na região oeste do Paraná, 15 comunidades quilombolas, quase todas na região de Pelotas (RS), 14 assentamentos da reforma agrária, 21 cooperativas, 21 agroindústrias, 12 grupos de saúde comunitária e 99 grupos de produção agroecológica. Haverá ainda o acompanhamento em 11 hortas comunitárias, e o número de grupos de jovens e mulheres acompanhados pela organização passará de cinco para dez e de 29 para 44 grupos, respectivamente. Com as ações do trabalho do CAPA são impactadas, indiretamente, cerca de 250 mil pessoas.

Ajuda Humanitária


Uma das características do CAPA ao longo dos anos foi a capacidade de dar respostas aos seus públicos beneficiários diante das dificuldades e problemas que se apresentaram. Com a pandemia da Covid-19 não foi diferente. A crise sanitária agravou a fome e o desemprego no País, restringiu os espaços de comercialização e geração de renda das famílias agricultoras. Por isso, desde março do ano passado, a instituição vem atuando por meio de ações de ajuda humanitária, captação de recursos e participação em comitês contra a fome, para promover segurança alimentar e sanitária para milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Desta forma, a entidade beneficiou famílias por meio da entrega de cestas com alimentos perecíveis, não-perecíveis e panificados provenientes da agricultura familiar e agroecológica e kits de higiene, proteção e limpeza, produzidos por empreendimentos da economia solidária. Essa ação tem beneficiado tanto quem recebeu as cestas, quanto quem forneceu os produtos.


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