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CULTURA

Cacos, livro de minicontos de Carlos Castelo diz o máximo com o mínimo

Com uma escrita afiada na ironia, Castelo compõe um mosaico com os “cacos” de diversas histórias
14/06/2021 - 11:02
Por Assessoria de Imprensa


Não seria possível descrever de melhor maneira o estilo de Carlos Castelo do que com o título de sua nova obra. Cacos é um livro que reúne uma grande variedade de personagens, enredos, contextos e situações. Mas uma variedade a conta-gotas: as histórias são sempre muito curtas, algumas delas se condensando em apenas duas ou três linhas.

Caco significa fragmentação. “Tornar algo maior em pequenos pedaços”, define o próprio autor. “

É uma analogia ao que são os microcontos presentes na obra: pequenos pedaços irônicos e absurdos da realidade”, completa. 

Carlos Castelo busca aprisionar em seu mais recente livro instantes extremos, sem abrir mão da verve humorística. E, de fato, humor é o que não falta às páginas desse novo projeto do escritor, que também é jornalista, publicitário e compositor. Aliás, Castelo é um dos criadores do Língua de Trapo, grupo musical marcado pela criatividade e, sobretudo, pela irreverência. 

“Já tentei ser um autor de narrativas longas”, relatou recentemente o autor em sua coluna no jornal O Estado de São Paulo. “Em 2013, publiquei uma novela policial. Dali para frente fui percebendo que o meu fôlego se adequava melhor a investidas mais curtas”. 

A partir daí, Castelo passou a direcionar sua produção literária para outros formatos, como a crônica, o aforismo, a poesia e as micronarrativas.
 

Um velocista de 50 metros  

 
O escritor e humorista Gregório Duvivier, que assina a orelha do livro, salienta o poder de síntese do autor: 

“Carlos Castelo, exímio franco-atirador, se especializou nessa modalidade específica de literatura. Se um romance é uma maratona, o microconto são cinquenta metros rasos. Carlos convoca todos os músculos da palavra para atingir o mais rápido possível a linha de chegada”. 

Duvivier ainda observa que o livro cumpre bem o propósito de dizer o máximo com o mínimo: “Nada pode sobrar, nem faltar”.

A obra reúne 101 mininarrativas, textos que se adéquam perfeitamente às idiossincrasias do leitor contemporâneo e ao absurdo de seu cotidiano. Cacos, mesmo propondo concisão, contém grande valor literário, e proporciona deleite aos amantes das letras.
 

Opinião de um mestre

 
O escritor José Eduardo Degrazia, tido como um dos mestres do gênero, ao prefaciar o livro, comenta sobre as narrativas breves, que pretendem passar “o máximo de intensidade com o mínimo de palavras, a fim de criar um ambiente, uma ação, um tempo, personagens e lugar”. E destaca: “Na tradição entre o humor e o terror, e a comédia de costumes, se inscreve os minicontos e microcontos de Carlos Castelo.”

 

Amostras do livro

 
A OBRA | O curso de escrita criativa estava tedioso. Na penúltima aula matou o professor e os colegas a machadadas. Agora tem uma história.
*
ACHADOS E PERDIDO | Um pouco alcoolizado no sambódromo, acredito que fiz sexo com quatro pessoas ao mesmo tempo. Estava escuro e desconfio que um deles era um cão. Ao acordar, senti falta da minha correntinha com o crucifixo.
 

 Serviço

 
Cacos, Carlos Castelo – micronarrativas (124p; 14X21), R$40,00 (Penalux, 2021)
Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/cacos
 

Sobre o autor

 
Carlos Castelo é jornalista, poeta e compositor. Autor de 14 livros que vão de crônicas e aforismos à poesia satírica. É também um dos criadores do grupo de humor musical Língua de Trapo. 
 
Para conhecer mais do trabalho do autor:
 
Crônica por quilo: emais.estadao.com.br/blogs/cronica-por-quilo
Brasil 247: https://www.brasil247.com/authors/carlos-castelo
Facebook: https://pt-br.facebook.com/carlos.castelo
Twitter: @casteladas
 
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