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SUSTENTABILIDADE

A moda como responsabilidade ambiental e social

Microempresa de Toledo pratica a sustentabilidade ao produzir roupas com materiais ecológicos
04/10/2021 - 09:34
Por Redação


Nos últimos anos a moda sustentável ganhou escala. De acordo com os dados de uma pesquisa realizada mundialmente pela Research and Markets, o crescimento deste setor deve passar de $8 bilhões de dólares até 2023, chegando até $15,2 bilhões até 2030. Mas tantos números, inspirou esta entrevista sobre moda sustentável. Mas logo no início ouço a frase “Moda é arte, história, cultura e porque não dizer que também é meio ambiente?” dita pelo micro empresário e designer de moda, Diego Dechi - da Dechi Company, microempresa de Toledo que pratica a sustentabilidade na moda por meio de materiais sustentáveis, tecidos orgânicos e recicláveis.  Este foi o pontapé necessário para a conversa fluir como água. 
 
A Dechi Company lança duas coleções por ano. Outono/Inverno e Primavera/Verão. “São peças que não emitem microplásticos, utilizando materiais feitos com restos de linha, algodão orgânico e tecidos que estão alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), assim como também as embalagens que estes produtos serão entregues. É um processo complexo e que demanda confiança e transparência com o consumidor”, salienta Diego.
 
Ele conta ainda que quando começou a empresa, em 2018, juntamente com a sua mãe, costureira há 40 anos, não pensava neste nicho de moda. A sua intenção era apenas criar roupas. “Depois comecei a pensar qual o propósito eu queria para a minha marca por meio das experiências que eu tinha como consumidor. E assim comecei a formular o modelo de negócio. A indústria da moda é uma das que mais poluem o meio ambiente, desde as etapas de fabricação até o seu descarte. É aí que surge a necessidade de buscar alternativas que não sejam tão agressivas à natureza, levando em consideração os aspectos sociais e econômicos”, explica. 
 
A moda sustentável envolve também o consumo sustentável, ou seja, o comportamento dos consumidores também é essencial para o desenvolvimento deste novo conceito. O interesse por esta categoria, conforme a pesquisa Futuro do Comércio, realizada pela Shopify em mais de 54 países, 53% dos entrevistados afirmam preferir produtos sustentáveis. Só no Brasil este número chega a 60%. Porém, infelizmente, os consumidores enfrentam algumas dificuldades para adquirir peças sustentáveis, principalmente pelos preços elevados. 
 
No entanto, a Dechi Company vem de encontro a isto. A ideia é fazer uma troca inteligente. “Se alguém paga R$ 100 reais em uma camiseta que não traz benefício algum ao meio ambiente, então porque não pagar o mesmo valor pelo produto de uma marca menor, mas que pensa neste nicho de produção, consumo e reutilização antes e depois do produto. A intenção é fazer as pessoas terem acesso e que é possível sim encontrar estas peças na região”, alega Diego. 
E o desafio agora é entender as tendências atuais e transformá-las em algo atemporal. “A ideia é ressignificar as peças que os clientes não usam mais pensando em uma outra forma de utilização para que seja possível prolongar o uso destes recursos. Para o grande mercado pode ser algo sem utilidade, mas para nós é algo que conseguimos aproveitar e reutilizar”, finaliza. 
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