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PANDEMIA

Estudo de efetividade da vacina da Pfizer vai recrutar quatro mil e quinhentas pessoas com sintomas da Covid

Pesquisa pretende avaliar o comportamento da COVID-19 em um cenário em que toda a população acima de 12 anos estará vacinada
06/10/2021 - 19:04
Por Assessoria com edição da redação


O Hospital Moinhos de Vento e a Pfizer Brasil, em parceria com o Programa Nacional de Imunização, a Universidade Federal do Paraná e a Secretaria de Saúde de Toledo, realizam um estudo que avaliará a efetividade da vacina ComiRNAty contra a COVID-19, em Toledo.

A pesquisa observacional tem como objetivo avaliar a efetividade do imunizante em um cenário de vida real no Brasil. Serão analisados os impactos da vacina em prevenção de casos sintomáticos, reinfecção, internações, mortes,  efeitos  adversos,  além  de  Long  COVID  e  consequências  em  longo prazo atribuídas ao coronavírus.

A  coordenação  do  estudo  será  realizada  por  uma  equipe  do  Instituto  de Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre. O pesquisador principal e médico intensivista Regis Goulart Rosa explica que deverão ser recrutados cerca de 4.500 voluntários, dos quais aproximadamente 1.500 serão acompanhados durante um ano.

“Um dos nossos objetivos é avaliar o impacto da vacinação em massa para COVID-19 com a ComiRNAty em desfechos relevantes e em um contexto de alta prevalência de variantes preocupantes de SARS-CoV-2, como é o caso das variantes Gamma (P.1) e Delta. A pesquisa deve nos ajudar a entender efetividade da vacinação para COVID-19 em nosso meio, contribuindo para o desenvolvimento de políticas de imunização baseadas em evidências locais e de alta qualidade”, salienta Regis.

O estudo é de observação, não irá intervir em protocolos e condutas de assistência dos pacientes. “Naturalmente o estudo poderá observar os desfechos dos casos que necessitaram de internação ou agravaram. O intuito é orientar gestores para tomada de decisão nas políticas públicas, decisões baseadas na medicina de evidências”.
 
Todas as pessoas com 12 anos de idade ou mais que procurarem os serviços de saúde com sintomas suspeitos de COVID-19 serão convidadas a ingressar no estudo. Os pesquisadores classificarão os voluntários entre os que testarem positivo para a infecção (grupo casos) e os negativos (grupo controle). “Informações  quanto  ao  estado  vacinal  destes  participantes  permitirão  a avaliação da efetividade e segurança da vacina em curto, médio e longo prazo”, pontua Regis.

As vacinas da Pfizer serão fornecidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) à Secretaria Municipal de Saúde de Toledo e oferecidas a toda população acima de 12 anos de idade que ainda não tenham recebido outro imunizante. O Município ficará com a responsabilidade de vacinar seus habitantes e fazer a manutenção do sistema de vigilância.   A escolha da cidade se baseou em critérios como região geográfica favorável, epidemiologia demonstrando estabilidade do número de casos e circulação de variantes, estrutura física para realizar a vacinação e capacidade do sistema de vigilância estabelecido na cidade.

“Além disso, o potencial de estimular a parceria científica local também foi levado em consideração, o que foi possível por meio da colaboração da Universidade Federal do Paraná (Campus Toledo), que será responsável pela realização da análise genômica das amostras positivas coletadas ao longo do projeto”, explica Júlia Spinardi, líder médica da área de vacinas da Pfizer Brasil.

“É um orgulho a UFPR participar de mais essa iniciativa e reforça nossa vocação em favor da ciência e da saúde pública”, completa Ricardo Marcelo Fonseca, reitor da universidade.

Estudos que avaliam a utilização da vacina em vida real vem sendo feito em todo mundo e são fundamentais para o entendimento das estratégias vacinais e medidas de controle da pandemia. “Nos sentimos honradas em poder colaborar com esse projeto e temos certeza que as análises realizadas trarão benefícios a toda a população brasileira”, complementa Júlia.

Os dados coletados serão avaliados pelos pesquisadores e possíveis pontos de melhoria na atenção de saúde da cidade poderão ser discutidos com os gestores locais quase em tempo real.

Para o prefeito Beto Lunitti, Toledo é exemplo em relação ao cumprimento do Programa  Nacional  de  Imunização  (PNI)  durante  toda  a  campanha  de vacinação contra a Covid-19. Essa boa condução rendeu a participação no estudo da Pfizer sobre o comportamento em uma população totalmente vacinada. “Não é sorte. É trabalho, dedicação e respeito àquilo que foi determinado pelos órgãos que estão à frente da vacinação. Estamos felizes em participar deste estudo observacional e colaborar. A melhor vacina é aquela que está no braço e Toledo está aberto à ciência”, afirmou.

Eficácia X Efetividade


O estudo irá avaliar a efetividade da vacina, algo que só é possível num cenário de vida real, com todas as adversidades. Nestes casos, a resposta à uma substância, no caso o imunizante, é observada num grupo heterogêneo de pessoas, com as mais diversas condições de saúde, idade, etc. Ou seja, a pesquisa vai dizer o quanto a vacina é efetiva e como foi a resposta imune dos         voluntários recrutados numa perspectiva realista.

A iniciativa é diferente dos testes clínicos de eficácia. Estudos deste tipo são realizados num ambiente controlado e o que se busca é avaliar os efeitos da vacina contra a doença. A ComiRNAty já se mostrou 95% eficaz contra a COVID-19 nestas pesquisas.


Dados da vacinação em Toledo


Em Toledo, os imunizantes utilizados foram: Coronavac, Astrazenica, Jansen e Pfizer. No entanto, o imunizante ComiRNAtv-Pfizer concentra 50% das doses aplicadas.

No município 98,23% da população com 12 anos ou mais recebeu a primeira dose ou dose única da vacina. A segunda dose, apenas 56,35% da população completou o ciclo. Segundo a Secretaria de Saúde, este número não é maior porque segue o intervalo orientado pelo Ministério da Saúde, caso haja redução do intervalo, o município tomará as providências para a imunização.
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