1144x150 %284%29

ECONOMIA LOCAL

Selos de IG contribuem para abertura de mercado a produtos tipicamente brasileiros

Produtos paranaenses marcaram presença no lançamento dos signos nacionais durante abertura do IV Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas
10/12/2021 - 14:54
Por Assessoria


O primeiro dia do IV Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas, nesta quarta-feira (8), foi marcado pela celebração do lançamento oficial dos Selos Brasileiros de Indicação Geográfica (IG). A iniciativa é considerada um grande salto para a promoção e valorização dos produtos e serviços tipicamente brasileiros e com a marca da qualidade única da sua produção. Atualmente, o Brasil possui 88 Indicações Geográficas brasileiras reconhecidas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão responsável pela análise dos pedidos de registro. 

O Paraná, que possui nove produtos com IG, marcou presença com o Melado de Capanema, no sudoeste do Estado, e o Mel do Oeste, produzido pela Cooperativa Agrofamiliar Solidária dos Apicultores da Costa Oeste do Paraná (Coofamel).

Outros produtos paranaenses foram apresentados, desta vez no painel sobre promoção das IGs junto ao mercado, como é o caso das balas de banana, de Antonina, através da empresária Rafaela Takasaki. O empresário Jeferson Jess, da Caixa Colonial, de Curitiba, que comercializa produtos com IG, também participou da programação.

Durante dois dias, o encontro é transmitido 100% online e o acesso é gratuito. A programação inclui painéis temáticos e workshops para compartilhar experiências e iniciativas no Brasil e outros países como Portugal, França, Índia, Argentina e Chile. A abertura institucional, que aconteceu presencialmente na sede do Sebrae Nacional em Brasília, contou com a participação dos realizadores – Sebrae, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), INPI, Organização Mundial da Propriedade Industrial (OMPI) e apoiadores do evento – Ministério da Economia e Associação Brasileira das Indicações Geográficas (Abrig). 

Em seu discurso de boas-vindas ao evento, o presidente do Sebrae, Carlos Melles, destacou o potencial das Indicações Geográficas brasileiras para conquistar mercados nacionais e internacionais. “Estamos aqui para mostrar que o nosso país possui grandeza para conquistar premiações internacionais com queijos na França, com o café no mundo inteiro, com a banana, com o mel, entre muitos outros produtos”, ressaltou. 

Na ocasião, a ministra do Mapa, Tereza Cristina, lembrou que o consumidor, hoje em dia, quer ter mais informações sobre o que consome. Segundo ela, a identificação das IG com os selos brasileiros também vai favorecer a rastreabilidade dos produtos no mercado. “Com isso vamos manter a cultura e a tradição, além de agregar valor e mostrar a qualidade do que é produzido pelos empreendedores brasileiros”, comentou. 

Para o presidente do INPI, Cláudio Furtado, os selos brasileiros de Indicação Geográfica equivalem ao reconhecimento de um diploma universitário. “O selo é uma garantia de que aquele produto agrega todo um conteúdo tecnológico, cultural, empresarial e se apresenta como algo que pode ser consumido com segurança”, pontuou. De acordo com ele, a meta da Estratégia Nacional da Propriedade Industrial é examinar 400 IG até 2030.
Produtor Rodrigo Daniel Hass e o secretário de Turismo de Capanema, Alecxandro Noll, entregam o Melado de Capanema para o secretário Bruno Portela; para o presidente do INPI, Cláudio Furtado, para o presidente do Sebrae, Carlos Melles; e para a ministra do Mapa, Tereza Cristina (Crédito - Charles Damasceno)

O secretário Especial Adjunto de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Bruno Portela, destacou como as IG são importantes para o desenvolvimento econômico sustentável. “Vocês produtores estão agregando valor de uma forma que o Ministério da Economia gosta muito que é dentro da nota fiscal, em razão da qualidade dos produtos que vocês fornecem”, disse. Segundo ele, internacionalmente os produtos de IG são, em média, o dobro do valor dos produtos que não possuem essa identificação. 

Expectativas  

O IV Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas também conta com a presença física de 12 IG, entre elas, o café da Região do Cerrado Mineiro, o queijo da Canastra (MG), banana de Corupá (SC), as joias em prata de Pirenópolis (GO), o cacau de Linhares e os vinhos de altitude de Santa Catarina. Durante um café da manhã, eles apresentaram os seus produtos para o público presente no encontro. 

Depois de um longo processo para obter a IG, os produtores do mel da região do Oeste do Paraná conquistaram o reconhecimento em 2017, com o apoio do Sebrae e outras instituições. “Foram vários anos de estudos técnicos para comprovar as propriedades únicas do nosso produto, que é produzido de forma diferenciada na região banhada pelo lago Itaipu”, comentou o produtor e presidente da Coofamel, Antônio Schneider.

Segundo ele, o selo vai facilitar a entrada do mel em outros mercados. “Temos uma expectativa muito grande, pois vemos o Selo Nacional como uma abertura de mercado não só no Brasil, como internacional. Percebemos que os Selos de IGs estão cada vez sendo mais valorizados”, declarou o produtor. A região do Oeste do Paraná engloba 56 municípios, onde a agricultura familiar é predominante com a produção de mel por pequenos apicultores.

Hoje, o Paraná possui nove produtos com registro de IG que são o café do Norte Pioneiro, a goiaba de Carlópolis, o mel do oeste do Paraná, o queijo de Witmarsum, o melado de Capanema, a uva de Marialva, a erva-mate São Matheus – do sul do Paraná, o mel de Ortigueira e a bala de banana de Antonina.

 



 

Sem nome %281144 x 250 px%29