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EDUCAÇÃO

Cientistas responderam mais de 300 dúvidas da sociedade sobre pandemia em ação da Agência Escola UFPR

Ação Pergunte aos Cientistas promove diálogo entre população e pesquisadores da Universidade, aproximando o conhecimento científico
20/12/2021 - 21:54
Por Por Assessoria


A ação Pergunte aos Cientistas, da Agência Escola UFPR (AE), completa quase dois anos de atuação. Lançada no início da pandemia de Covid-19 no Brasil, em março de 2020, a série de reportagens recebe perguntas da sociedade, que são respondidas por cientistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Até o momento, já foram esclarecidas 316 dúvidas da população, que vieram de moradores de 14 estados e do distrito federal de todas as cinco regiões brasileiras e também de outros países: Portugal, Inglaterra e Paraguai.

Uma das perguntas veio de Gecione Rocha, da cidade de Parnamirim no Rio Grande do Norte. Buscando entender a relação das mulheres que querem engravidar com as vacinas contra a Covid-19, estava pesquisando na internet, até que encontrou uma das matérias da ação no site da Agência Escola. Para a psicóloga, a experiência com o Pergunte aos Cientistas foi positiva. “Foi muito importante [receber a resposta], principalmente quando consideramos o contexto que foi o início da vacinação, em que circulavam muitas notícias falsas”, conta.

Ao longo dos últimos dois anos a ação abordou temas diversos relacionados à pandemia, como vacinação, cuidados, volta ao ensino presencial ou híbrido nas escolas, fake news durante a crise sanitária, vacina desenvolvida pela UFPR, entre outros.

Para Regiane Ribeiro, coordenadora da Agência Escola UFPR, o Pergunte representa um sucesso para a AE, já que consegue dialogar melhor sobre conteúdos científicos com os públicos de fora da Universidade. “A série vai ao encontro do conceito que defendemos enquanto Agência, o de Comunicação Pública da Ciência. O caráter de responder aos problemas cotidianos da população torna o Pergunte aos Cientistas tão importante para nós”, afirma.

As dúvidas da sociedade sobre prevenção, contaminação e outros diversos assuntos relacionados à Covid-19 foram respondidas por 42 cientistas da UFPR de diferentes áreas do conhecimento. Entre eles, o pesquisador Emanuel Maltempi de Souza, professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular e presidente da Comissão de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 da UFPR.

“A característica do Pergunte que mais me chama a atenção é que o formato permite interação entre cientistas e a sociedade. Não é uma via unidirecional para levar informações para a sociedade”, afirma o professor. “Parece um detalhe, mas não é. O exercício pleno da cidadania implica também em ter nossas dúvidas especificamente abordadas, e não apenas acesso à informação pasteurizada que os especialistas acham necessárias”, acrescenta.

A pesquisadora Alexandra Acco, do Departamento de Farmacologia da Universidade, também integra a equipe de cientistas que responde às perguntas da sociedade desde o início da pandemia e ressalta a importância de conversar sobre ciência. “A importância da ciência nunca foi tão clara quanto em meio a esta crise sanitária, na qual muitas informações científicas sobre diferentes aspectos da pandemia foram geradas em um curto espaço de tempo. A disseminação de informações falsas sobre saúde coloca vidas em risco, então combatê-las é um dever de quem produz ciência”.

Para participar, basta enviar a dúvida para o e-mail agenciacomunicacaoufpr@gmail.com ou redes sociais da AE (Facebook, Instagram ou Twitter), com nome completo, idade, profissão e cidade onde reside. As perguntas são selecionadas pela equipe de Jornalismo, que busca as respostas com pesquisadores da Universidade. As dúvidas e os respectivos esclarecimentos dos cientistas são publicadas em reportagens no site e redes sociais da Agência Escola e no portal UFPR e também enviadas como sugestão de pauta à imprensa.

Compartilhar conhecimento

Assim como Gecione Rocha, Eliane Américo, que mora em Valparaíso de Goiás, também descobriu a série através de pesquisas na internet. Ao longo dos quase dois anos de Pergunte aos Cientistas, a orientadora educacional enviou três perguntas para a ação, relacionadas à limpeza de produtos do mercado, alimentos e pisos da casa, ao uso de máscaras e às vacinas disponíveis contra a Covid-19.

Segundo Eliane, a série fez com que a ciência chegasse à sua casa. “Eu nunca tive acesso aos cientistas brasileiros, mas, com o Pergunte aos Cientistas, pude ter acesso real a eles, que explicaram por meio das respostas o que a ciência dizia”.

Compartilhar conhecimento, porém, não beneficia somente a sociedade. Para a professora Patrícia Dalzoto, do Departamento de Patologia Básica, que também participa da ação, comunicar ciência para pessoas de fora da bolha acadêmica foi um grande aprendizado. “Quando se fala de um assunto que suscita muitas dúvidas, sobre o qual há muitas notícias falsas, é preciso responder de forma que a sociedade compreenda. É diferente de uma aula e isso representou um desafio para mim, tornar a informação compreensível sem deixar de ser estritamente correta”.
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