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TOLEDO

Toledo debate cabeamento de telefonia e internet em audiência pública

Fios e cabos que ficam soltos ocasionam poluição visual e riscos à segurança de técnicos e população
03/01/2022 - 19:08
Por Por Prefeitura de Toledo


A regulamentação das redes de telefonia e fibra óptica instaladas nos postes de Toledo foi tema de audiência pública realizada na manhã desta segunda-feira (3) no Auditório Acary de Oliveira, com transmissão ao vivo (live) pela página da Prefeitura de Toledo no Facebook. Em debate, o problema dos fios e cabos que ficam soltos, ocasionando poluição visual e riscos à segurança tanto de técnicos que operam este sistema quanto da população que passa sob eles.

O evento foi aberto à população em geral e contou com a presença do prefeito Beto Lunitti, de vereadores, de representante da Associação Comercial e Empresarial de Toledo, e de empresários do setor de telefonia e internet. Na ocasião, eles acompanharam as explicações de representantes da Companhia Paranaense de Energia (Copel) sobre a regulamentação existente acerca do assunto e, a partir disso, entendimentos foram formados no sentido de amenizar o problema.

O chefe do Executivo designou a Secretaria Municipal de Segurança e Trânsito a elaborar, juntamente com a Copel e demais partes envolvidas, rotas por onde caminhões com carga alta estarão obrigados a circular, o que implica subir a altura de postes e fios de telefonia e internet fibra óptica. Também ficou definida para o dia 18 de abril (segunda-feira), às 10h, uma nova rodada em que serão apresentadas as melhorias que as empresas do setor realizaram para organizar o cabeamento que utilizam de forma compartilhada com a companhia de eletricidade.

Desenvolvimento

Em sua fala, Beto deixou claro que a intenção do evento não seria apontar culpados, mas sim o de elencar ações que culminem na solução do problema. “Queremos que estas empresas continuem oferecendo serviços de qualidade, gerando empregos, renda e arrecadação para os cofres do município, mas não podemos nos furtar do dever de garantir segurança a todos, propondo este debate que busca soluções efetivas e duradouras. Estamos falando aqui de ajustes que passam por organizar os processos e seguir o que os órgãos técnicos estabelecem, o que garante um ambiente mais favorável para a concorrência leal, dando condições de competitividade a empresas de todos os portes. Em breve teremos a questão do 5G chegando ao Brasil e a presença, daqui alguns meses, de uma empresa que administrará a iluminação pública em nossa cidade, demandando de estruturas como sensores e câmeras de videomonitoramento”, alerta.

Na mesa de honra, o prefeito estava acompanhado do presidente da Câmara, Leoclides Bisognin; do gerente da agência local da Copel, Alexandre Zulim; e dos gerentes regionais (Oeste e Sudoeste) dos departamentos de serviços e de compartilhamento da companhia, Paulo Roberto Natchygal e Rafael Buckoski Gonçalves, respectivamente.

Falando em nome dos vereadores, o presidente do Legislativo relatou constantes reclamações que ele e seus pares ouvem de cidadãos a respeito de fios que se soltam dos postes ou ficam em altura baixa demais. “Existem várias leis e resoluções, até uma municipal [Lei “R” nº 22/2019], tratando deste assunto. Infelizmente, o poder público e a Copel não têm condições de estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Por isso, esta audiência é importante, pois só com o apoio das empresas diretamente interessadas no assunto é que podemos encontrar uma solução e cobrar uma atitude das partes envolvidas”, pontua.

Paulo, que gerencia uma área em que estão contidos 104 municípios do Oeste e Sudoeste do Paraná, destacou que as adequações na rede se fazem necessárias em um contexto no qual Toledo está em constante crescimento. “Não há desenvolvimento sem energia e sem transmissão de dados, Por isso, prestamos estes serviços tanto pelo viés da tecnologia quanto e principalmente pelo da segurança. Existe todo um regramento para que a coletividade possa ser atendida com qualidade e isso só será possível com todos cumprindo a sua parte. É verdade que não se trata de uma questão que se resolve da noite para o dia, mas é importante que ao final deste diálogos todos tenham clareza do que deve ser feito”, salienta.

Perigos

Rafael apresentou slides com a atuação da Copel nesta área, destacando que a companhia criou um departamento específico para o compartilhamento e designou um gerente para cada uma das cinco regionais, sediadas em Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Cascavel. “Já fui a vários municípios do Oeste e Sudoeste para eventos parecidos com esta audiência pública, oportunidade que conheci alguns empresários aqui presentes. Isso demonstra que essa questão não aflige somente Toledo, é um problema que está no dia a dia de muitas cidades e a solução passa por cada operadora ser responsável de seus ativos, mesmo quando eles ficam inoperantes”, comenta. “A resolução conjunta de Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] e Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] nos dá liberdade de cortar o fio que está solto, sem serventia e representando perigo para a sociedade, e estamos fazendo isso, sem levar em conta o impacto que esse procedimento vai causar, pois a segurança é a prioridade número 1, pois não vamos tolerar mais risco às pessoas”, destaca.

O gerente também falou de uma ação realizada no fim de dezembro num trecho de 520 metros da Avenida Maripá, entre a Avenida Cirne Lima e a Rua General Costa e Silva, onde a equipe da Copel cortou todos os fios soltos, deixando vários imóveis do entorno sem serviço. “Ações como esta não queremos voltar a fazer. Por isso, criamos um grupo de WhatsApp com representantes da empresa e nossos fiscais, que, durante suas diligências, vão fotografar situações iguais a esta e sugerir que o ou os responsáveis pelo problema o resolvam prontamente, evitando notificações formais e multas previstas em lei”, observa Rafael, que ainda trouxe um dado alarmante: em todo o Brasil, há 12 milhões (!) de postes que compartilham cabeamento de telefonia e internet fora de conformidade.

Microfone aberto

Após a explanação de Rafael, o microfone foi aberto para questionamentos e comentários dos presentes. Em nome do Legislativo, os vereadores Chumbinho Silva e Damião Santos apresentaram seus pontos de vista e reforçaram a necessidade de criar procedimentos para que se identifique o responsável pelo problema de forma que este seja acionado para resolvê-lo prontamente. Representando o Executivo, o chefe de Gabinete, Márcio Antônio “Pena” Borges, e o diretor do Departamento de Limpeza Pública da Secretaria de Infraestrutura Rural e Urbana e de Serviços Públicos, Valecir Tonin, falaram sobre a importância do ponto de vista estético de manter a fiação de telefonia e internet organizada, pois o emaranhado visto com frequência em vários pontos da cidade pode ser visto como algo popularmente chamado de “gambiarra”, fazendo que muitos consumidores desconfiem da qualidade do serviço prestado pelas empresas.

O presidente da União Toledana das Associações de Moradores (Utam), Gilberto Turetta, também denunciou que a situação é ainda pior em frente às sedes das entidades-membro. “Geralmente as associações ocupam um quarteirão e é por ali que ficam a maior parte dos fios de telefonia e internet soltos de um bairro. Se ficasse em frente de uma casa ou de uma empresa, logo dariam jeito. Como é ali, pouco ou nada se faz. Quero pedir que incluam esses imóveis nas ações que serão feitas a partir de agora, pois se tratam de patrimônios pertencentes às comunidades, que estão sob risco quando frequentam as suas associações”, pondera.

Proprietário da ADB Net, Adriano Dantas Batista falou em nome das provedoras de internet de menor porte, cuja abrangência é local e/ou regional. “Tratamos com seriedade esta questão dos fios soltos e pedimos à Copel que tenha o mesmo rigor com as empresas maiores, que vêm de grandes centros, pois estas, quando aqui se instalam, não seguem os mesmos trâmites que seguimos, sem apresentar nenhum projeto. Algumas até retiram do lugar a nossa fiação ou instalam a delas abaixo da nossa, colocando tanto os nossos colaboradores quanto a população em risco”, relata. “Por isso, precisamos nos unir e estamos trabalhando juntos na solução deste problema, conversando e trocando fotos entre nós de postes com instalações que precisam de intervenção, o que demonstra nossa boa vontade e disposição em contribuir”, pontua.
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